segunda-feira, 26 de maio de 2008

O relativismo bresseriano

Em interessante artigo publicado na FSP, no inicio deste mês, Bresser analisa a enorme dificuldade em governar países pobres, como é o caso de alguns países da America Latina: Venezuela, Equador e Bolívia . Ameaças de golpes e julgamento negativo dos seus governantes, definem o agir político da elites locais e constituem o pesadelo dos lideres políticos de países pobres.

O artigo, retoma temas caros ao autor, um nacionalista de esquerda da velha guarda , com uma certa dose de relativismo, como fica explicito nesta passagem do artigo : “ as elites do dois países[pobres e ricos] insistem em julgar esses líderes de acordo com critérios adequados a países desenvolvidos, em vez de compreenderem que os padrões mais baixos de desenvolvimento político exigem igualmente padrões menos rigorosos de avaliação”(FSP, 05.05.08, Pg.B2). Bresser assume uma relação de causalidade entre desenvolvimento econômico e desenvolvimento institucional, ou seja quanto mais pobre é um país “menos informada politicamente será sua população”. A tese não é nova e continua sendo controversa. Há países em que ela parece ser valida e outros que negam sua validade, o que reduz seu poder explicativo, assim como a sua utilidade.

Uma consequência obvia desta linha de argumentação é que ela serve como justificativa para praticas intervencionistas dos países ricos e, principalmente, para a tolerância com que são tratados ditadores em vários países pobres. Afinal nada se pode fazer, apenas esperar pelo desenvolvimento econômico, que resolverá os problemas institucionais destes pobres países. Ate la, melhor aceitar os Ditadores, afinal é isto que se espera dos países pobres.