quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A crise e a justiça social

Finalmente o Martin Wolf, do FT, reconheceu, que a crise não é de liquidez, mas de insolvência ( como, modestamente, esse missivista tem defendido desde o inicio da crise). Esse é o grande equivoco do Plano do Paulson e das analises de vários economistas e comentaristas econômicos, acostumados, ao que parece, ao pensamento hidráulico do mercado financeiro, e, no caso, dos mais sofisticados, a uma leitura tacanha do Keynes. Se a liquidez fosse a raiz do problema o FED teria condições de resolve-lo, já que possui os instrumentos necessários.

Os critérios que, para ele, devem ser usados para avaliar a intervenção: “Primeiro, ela deve responder à ameaça sistêmica.Segundo, deve minimizar os danos aos incentivos.Terceiro, precisa apresentar custo e risco mínimo para os contribuintes. E, acima de tudo, precisa ser coerente com a idéia de justiça social.”, tão pouco diferem dos que apresentamos em vários posts.

Parece estar se construindo um consenso em torno de uma grande obviedade: a correção é necessária e o seu preço deve recair sobre quem apostou na generosidade e benevolência do contribuinte americano, para pagar a conta, em nome do famoso risco sistêmico.

A idéia de justiça social deve estar presente em qualquer solução e ela é, ao contrário do que os inimigos da economia de mercado afirmam, perfeitamente compátivel com a noção de eficiência econômica.