quinta-feira, 9 de abril de 2009

Em fevereiro, emprego na indústria recua 1,3%

Preocupante? Acho que não, por enquanto é o resultado esperado. É claro que para quem está no mercado procurando emprego não é um comentário agradável. Mas o fato é que a economia mundial está passando por uma crise de dimensão histórica e o impacto, por enquanto, ainda esta dentro do esperado para realistas, como o autor deste post

"Foi a quinta redução consecutiva na comparação com o mês imediatamente anterior, já descontados os efeitos sazonais. No confronto mensal (fev 09 / fev 08), houve queda de 4,2%, a maior desde o início da série (2001). No acumulado no ano, o resultado também ficou negativo (-3,4%). A indústria reduziu as horas pagas em 0,4%, em relação ao mês imediatamente anterior (livre dos efeitos sazonais), quinto recuo consecutivo nessa base de comparação. O índice chegou a -5,7% comparado a fev/08, o menor da série (2001), e a -4,7% no acumulado no ano. A folha de pagamento real voltou a crescer (1,9%) sobre o mês anterior (livre dos efeitos sazonais), após quatro resultados negativos consecutivos. Foram assinalados, ainda, avanços de 1,9%, na comparação mensal e 1,2% no acumulado no ano.


PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO

Em fevereiro, o emprego na indústria recuou 1,3% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, seu quinto resultado negativo consecutivo, levando a uma perda de 5,2% frente ao nível de outubro do ano passado. O índice de média móvel trimestral entre janeiro e fevereiro (-1,5%) acentuou o ritmo de queda observado nos meses anteriores: dezembro (-0,9%) e janeiro (-1,3%).

Em relação a fevereiro de 2008, a redução de -4,2%, terceira taxa negativa consecutiva nessa comparação, é a maior retração da série histórica, iniciada em 2001. O indicador acumulado nos dois primeiros meses do ano ficou negativo (-3,4%) e bem abaixo da marca registrada no último trimestre do ano passado (0,2%). O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde agosto (3,0%) do ano passado, atingiu, em fevereiro, 1,0%.

No confronto com fevereiro de 2008 (-4,2%), treze dos quatorze locais e treze dos dezoito setores reduziram o contingente de trabalhadores. São Paulo (-3,6%), Minas Gerais (-5,5%) e região Norte e Centro-Oeste (-6,7%) exerceram as pressões negativas mais significativas no total do país. Na indústria paulista, a maioria dos segmentos (13) teve resultado negativo, com destaque para as contribuições de produtos de metal (-8,2%), borracha e plástico (-9,1%), de máquinas e equipamentos (-5,7%) e meios de transporte (-5,4%). Este último, com queda de 12,3%, tem o principal impacto negativo em Minas Gerais, enquanto na região Norte e Centro-Oeste, sobressaíram os recuos em madeira (-23,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,6%). Por outro lado, somente Pernambuco (0,8%) aumentou o emprego, nesta base de comparação.

Em termos setoriais, no total do país, os principais destaques negativos na média global foram vestuário (-8,9%), calçados e artigos de couro (-9,6%) e madeira (-14,8%). Em sentido contrário, minerais não-metálicos (1,5%), refino de petróleo e produção de álcool (4,6%) e papel e gráfica (0,7%) exerceram as pressões positivas mais importantes.

Vale notar que, confrontando os índices mensais de emprego de setembro do ano passado (2,1%) e de fevereiro último (-4,2%), observa-se que as indústrias com as maiores contribuições nessa perda de 6,3 pontos percentuais foram: máquinas e equipamentos (de 9,9% para -4,1%), meios de transporte (de 8,2% para -4,7%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (de 10,0% para -2,9%). São exatamente esses setores nos quais a redução no ritmo produtivo foi mais aguda nesse período.

O indicador acumulado no primeiro bimestre de 2009 decresceu 3,4% com treze ramos e os quatorze locais pesquisados contribuindo negativamente para formação da taxa global.

NÚMERO DE HORAS PAGAS

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em fevereiro, recuou 0,4% no confronto com o mês imediatamente anterior, na série livre dos efeitos sazonais, a quinta taxa negativa consecutiva nessa comparação, acumulando perda de 5,7% desde outubro do ano passado. O indicador de média móvel trimestral assinalou recuo de 1,3% em fevereiro, redução menos acentuada que a de janeiro (-1,7%).

No confronto com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas caiu 5,7%, menor taxa da série histórica iniciada em 2001. No primeiro bimestre do ano, a queda de 4,7% ficou bem abaixo do resultado do quarto trimestre de 2008 (-0,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. O indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde setembro (2,7%), atingiu em fevereiro 0,6%, a menor taxa desde março de 2007 (0,6%).

No indicador mensal, o número de horas pagas caiu nos quatorze locais e em quinze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, as quedas mais expressivas para o cômputo geral vieram de vestuário (-10,3%), meios de transporte (-9,2%) e calçados e artigos de couro (-11,6%). Em sentido contrário, minerais não-metálicos (2,0%), refino de petróleo e produção de álcool (6,5%) e indústria extrativa (1,7%) exerceram as pressões positivas.

Ainda no mesmo confronto, os locais que assinalaram os impactos negativos mais relevantes no resultado nacional foram: São Paulo (-5,4%), região Norte e Centro-Oeste (-8,0%) e Rio Grande do Sul (-8,1%). No primeiro, treze atividades reduziram o número de horas pagas, com destaque para produtos de metal (-10,0%), borracha e plástico (-12,3%) e meios de transporte (-8,1%). No segundo local, as maiores pressões negativas foram exercidas por madeira (-23,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-19,5%); e na indústria gaúcha, os recuos mais expressivos vieram de calçados e artigos de couro (-15,5%) e alimentos e bebidas (-8,3%).

No decréscimo de 4,7% assinalado no primeiro bimestre do ano, foram determinantes os recuos dos quatorze locais e de treze segmentos. Os impactos negativos mais importantes, por local, vieram de São Paulo (-4,2%), região Norte e Centro-Oeste (-7,3%) e Rio Grande do Sul (-6,3%). No corte setorial, as principais reduções do número de horas pagas ocorreram em vestuário (-9,4%), calçados e artigos de couro (-11,1%) e meios de transporte (-7,2%). Por outro lado, as principais contribuições positivas, entre os ramos, vieram de refino de petróleo e produção de álcool (9,9%) e minerais não-metálicos (2,2%).


Os indicadores negativos do emprego e do número de horas pagas em fevereiro foram diretamente influenciados por fatores relacionados à redução generalizada na atividade fabril, que vem afetando especialmente os ramos produtores de bens de consumo duráveis, intermediários e bens de capital.

FOLHA DE PAGAMENTO REAL

Em fevereiro, o valor da folha de pagamento real da indústria, excluindo os efeitos sazonais, voltou a crescer (1,9%) em relação ao mês imediatamente anterior, após quatros resultados negativos consecutivos, período em que registrou perda acumulada de 4,9%. O índice de média móvel trimestral ficou praticamente estável (-0,1%) entre janeiro e fevereiro, após mostrar quedas mais acentuadas nos dois últimos meses: dezembro (-1,1%) e janeiro (-1,5%).

Em relação a fevereiro de 2008, o valor real da folha de pagamento cresceu 1,9%. No acumulado do primeiro bimestre, o aumento de 1,2% ficou abaixo do índice do quarto trimestre do ano passado (4,3%). No indicador acumulado nos últimos doze meses (5,3%), prosseguiu em trajetória descendente desde setembro passado (6,7%).

Na comparação fevereiro 09/ fevereiro 08, a folha de pagamento aumentou 1,9%, com incrementos salariais em dez dos quatorze locais pesquisados. As principais contribuições positivas vieram de Minas Gerais (12,6%), Região Nordeste (5,7%) e do Espírito Santo (22,5%). Nos três locais, o maior impacto na folha real veio da indústria extrativa, com, respectivamente: 133,4%, 14,9% e 74,4%, taxas que refletem o pagamento de participação nos lucros em importantes empresas do setor. Em sentido contrário, São Paulo (-0,6%) exerceu a pressão negativa mais importante, onde sobressaiu o decréscimo de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,8%).

No corte setorial, ainda no índice mensal, a folha de pagamento cresceu em dez dos dezoito segmentos pesquisados, destacando-se a extrativa mineral (47,5%) e produtos químicos (3,0%) com os principais impactos positivos. Em sentido oposto, as quedas mais expressivas vieram de borracha e plástico (-8,0%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,4%).

No indicador acumulado no ano (1,2%), onze locais mostraram resultados positivos, com destaque para Minas Gerais (4,8%) e Espírito Santo (17,8%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (-2,4%) e Paraná (-1,9%) exerceram as principais pressões negativas.

Entre os setores, dez aumentaram a folha no primeiro bimestre do ano, sobressaindo as contribuições da extrativa (29,5%) e de meios de transporte (1,5%). Por outro lado, as influências negativas mais importantes foram exercidas por máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-6,2%) e borracha e plástico (-6,0%).

IBGE
Comunicação Social
09 de abril de 2009"