quinta-feira, 2 de abril de 2009

O inferno não é aqui

" O nosso primeiro trimestre passou em branco no que diz respeito a recuperação". Esta é a ultima perola de um dos raros comentaristas econômicos que vale a pena ler. Em sua coluna de hoje, na Folha, ele está mais despeitado que o próprio Krugman. Esperar sinais de recuperação é, naturalmente, uma grande tolice. Repetindo o argumento de outro post: a crise vai sim atingir a economia brasileira, mas o seu impacto deverá ser menor que em outras economias. E não será a primeira vez que isto acontece: vide a experiência da crise de 29. É claro que o mundo mudou e que, como mencionado em outro post, fazer comparações com o que ocorreu no inicio do seculo passado é arriscado. Contudo, resta o fato que a economia brasileira não apresenta as fragilidades de outras economias e por isto deverá sofrer menos.

O resultado das exportações e importações já era esperado. Eles refletem o que está acontecendo no comércio internacional e seria burrice esperar que o Brasil ficaria imune. A situação poderia ser muito pior e manter-se otimista não é cair no auto-engano, mas reconhecer que, dada a história econônica brasileira e os dados recentes, não há justificativa para apostar em um cenário pessimista.

Estranho, tambem, o argumento que ser pessimista não é muito popular. É justamente o contrário: ser otimista é correr o risco de ser carimbado como quinta coluna do Governo e muito pouco popular no meio acadêmico heterodoxo.