segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Câmbio, Fiesp e Alexandre "eram os deuses astronautas"

A polêmica sobre o câmbio continua, desta vez, com a participação da FIESP. O argumento apresentado pelo Alexandre "eram os deuses astronautas" ainda me parece ser o mais convincente.

A moeda brasileira costuma derreter sob o impacto de turbulências econômicas mundiais -do crash de 1929 ao colapso da Rússia, em 1998. Foi o que ocorreu no início da atual crise, em setembro do ano passado, após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers: a cotação do dólar, que estava em R$ 1,55, pulou para uma faixa que variou entre R$ 2,30 e R$ 2,50.
No entanto, entre maio e agosto passados, a moeda brasileira voltou a se valorizar em relação ao dólar, de R$ 2,21 chegou à cotação de R$ 1,84.
Como explicar esse movimento? Para o Banco Central brasileiro e analistas de bancos privados, ele decorreu da recuperação parcial do preço de commodities exportadas pelo país e de virtudes da política econômica altiva do governo.
Mas um estudo inédito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ao qual a Folha teve acesso, aponta para outro motivo.
Segundo o estudo, o real se valorizou porque os investidores internacionais teriam voltado a colocar dinheiro em títulos públicos atrás do diferencial entre o juro alto no Brasil e as baixas taxas estrangeiras.
O estudo baseia sua conclusão no fato de que o fluxo financeiro para títulos de renda fixa se acelerou nos meses em que a taxa de câmbio se apreciou, enquanto outros tipos de investimentos perderam o gás.
Isso provaria a tese de que são eles um dos principais fatores por trás da apreciação da taxa de câmbio brasileira.
O trabalho foi preparado pelo departamento de comércio exterior da Fiesp e vai constar do primeiro número de um boletim quinzenal de avaliação da taxa de câmbio"

....................

"A Fiesp escolhe critérios errados para sustentar uma tese equivocada", dispara Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Grupo Santander Brasil e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, sobre o estudo da entidade empresarial sobre o fortalecimento da moeda nacional.
A Fiesp argumenta que o fluxo financeiro aumentou nos meses em que a taxa de câmbio se apreciou, e aponta correlação entre os fatos.
Para provar que a correlação não é verdadeira, o economista cita exemplos de períodos em que a moeda se apreciou sem que houvesse grandes fluxos financeiros.
"Por exemplo, o longo processo de apreciação da moeda que se estendeu de 2004 até a primeira metade de 2006. Na ocasião, a média dos fluxos financeiros líquidos no período foi negativa. Nem precisamos recuar tanto. Na primeira metade do ano passado, quando o dólar veio de R$ 1,96 para R$ 1,78, o fluxo financeiro médio foi negativo novamente."
Para o economista -e colunista da Folha-, a apreciação do real nos últimos meses tem relação direta com outro fator: o preço dos produtos básicos.
Segundo ele, quando os preços de commodities sobem, o real se aprecia, e quando os preços caem, o real se deprecia. Isso poderia ser observado nos últimos três anos, e não apenas no último trimestre, período coberto pelo estudo da Fiesp.
"Não quero dizer que não haja outros determinantes [para a valorização do real], incluindo a diferença das taxas de juros. Mas noto que a diferença da Selic caiu, do começo do ano para agosto, de 13,15% para 8,47%, o que deveria fazer o câmbio se depreciar."

Debate
Coordenador da pesquisa da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca contesta Schwartsman com o seguinte argumento: "Isso é achismo. É o câmbio que determina o preço de commodity, principalmente nos produtos em que o Brasil é forte. Os exportadores repassam o custo cambial para o preço dos produtos que exporta".
Giannetti diz ainda que, embora os juros brasileiros tenham caído, eles ainda estão muito acima da média mundial, o que explicaria a arbitragem dos investidores.
Schwartsman rebate a crítica: "A composição do principal índice de commodities do mundo, o CRB da Reuters, tem pouco a ver com as exportações brasileiras. Ela inclui cobre, chumbo, estanho, zinco, borracha, resina, tecido para sacaria, óleo de soja e milho, entre outros."
Isso mostraria, segundo Schwartsman, como os preços globais de commodities são muito pouco afetados pela taxa de câmbio real/dólar. "A única conclusão possível é que são eles que afetam o valor do real." (MA)

Fonte: FSP

domingo, 30 de agosto de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

Bustopher Jones: The Cat About Town , T. S. Eliot

Bustopher Jones is not skin and bones--
In fact, he's remarkably fat.
He doesn't haunt pubs--he has eight or nine clubs,
For he's the St. James's Street Cat!
He's the Cat we all greet as he walks down the street
In his coat of fastidious black:
No commonplace mousers have such well-cut trousers
Or such an impreccable back.
In the whole of St. James's the smartest of names is
The name of this Brummell of Cats;
And we're all of us proud to be nodded or bowed to
By Bustopher Jones in white spats!

His visits are occasional to the Senior Educational
And it is against the rules
For any one Cat to belong both to that
And the Joint Superior Schools.

For a similar reason, when game is in season
He is found, not at Fox's, but Blimpy's;
He is frequently seen at the gay Stage and Screen
Which is famous for winkles and shrimps.
In the season of venison he gives his ben'son
To the Pothunter's succulent bones;
And just before noon's not a moment too soon
To drop in for a drink at the Drones.
When he's seen in a hurry there's probably curry
At the Siamese--or at the Glutton;
If he looks full of gloom then he's lunched at the Tomb
On cabbage, rice pudding and mutton.

So, much in this way, passes Bustopher's day-
At one club or another he's found.
It can be no surprise that under our eyes
He has grown unmistakably round.
He's a twenty-five pounder, or I am a bounder,
And he's putting on weight every day:
But he's so well preserved because he's observed
All his life a routine, so he'll say.
Or, to put it in rhyme: "I shall last out my time"
Is the word of this stoutest of Cats.
It must and it shall be Spring in Pall Mall
While Bustopher Jones wears white spats

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Let Finance Skeptics Take Over

Bernanke continua a frente do FED, mas nem por isto o artigo do Dani Rodrik deixa de ser relevante.

The race is on to fill the most important economic policy position in the world. United States Federal Reserve Chairman Ben Bernanke’s term ends in January, and President Barack Obama must decide before then: either re-appoint Bernanke or go with someone else – the names most often mentioned are Larry Summers and Janet Yellen – with more solid Democratic credentials.

It is a decision of momentous consequence not just for the US, but also for the world economy. As guardians of the nation’s money supply and setters of short-term interest rates, central bankers have always played a critical role. Lower the interest rate too much, and inflation and monetary instability result. Raise it too much, and the economy slides into recession and unemployment.

Monetary policy is hardly a science, so a good central banker must be humble. He must appreciate the limits of his understanding and of the efficacy of the tools at his disposal. Yet he cannot afford to be perceived as indecisive, which would only invite destabilizing financial speculation.

Indeed, as important as their functions are, in recent decades central banks have become even more significant as a consequence of the development of financial markets. Even when not formally designated as such, central banks have become the guardians of financial-market sanity. The dangers of failing at this task have been made painfully clear in the sub-prime mortgage debacle. Under Obama’s proposed new rules, the Fed will have even larger responsibilities, and will be charged with averting financial crises and ensuring that banks are not taking on too much risk.

This is a job at which former Fed Chairman Alan Greenspan proved to be a spectacular failure. His blind spot on financial-market excesses – the little “flaw” in his thinking, as he later termed – left him oblivious to the dangers of Wall Street titans’ financial innovations. As a member of the Fed’s Board of Governors under Greenspan during 2002-2005, Bernanke can also be faulted for having played along.

The Fed chairman exerts global influence not only through monetary policy, but also through his words. He sets the tone for policy discussions and helps shape the belief system within which policymakers around the world operate.

What hampered Greenspan and Bernanke as financial regulators was that they were excessively in awe of Wall Street and what it does. They operated under the assumption that what is good for Wall Street is good for Main Street. This will no doubt change as a result of the crisis, even if Bernanke remains at the helm. But what the world needs is a Fed chairman who is instinctively skeptical of financial markets and their social value.

Here are some of the lies that the finance industry tells itself and others, and which any new Fed chairman will need to resist.

Prices set by financial markets are the right ones for allocating capital and other resources to their most productive uses . That is what textbooks and financiers tell you, but we have now many reasons to be wary.

In the language of economists, there are far too many “market failures” in finance for these prices to be a good guide for resource allocation. There are “agency problems” that drive a wedge between the interests of the owners of capital and the interests of bank CEOs and other finance executives. Asymmetric information between sellers and buyers of financial products can easily leave buyers vulnerable to abuse, as we saw with mortgage-backed securities.

Implicit or explicit bail-out guarantees, moreover, induce too much risk-taking. Large financial intermediaries endanger the entire financial system when they use the wrong risk model and make bad decisions. Regulation is at best a partial remedy for such problems. So the prices that financial markets generate are as likely to send the wrong signals as they are to send the right ones.

Financial markets discipline governments. This is one of the most commonly stated benefits of financial markets, yet the claim is patently false. When markets are in a euphoric state, they are in no position to exert discipline on any borrower, let alone a government with a reasonable credit rating. If in doubt, ask scores of emerging-market governments that had no difficulty borrowing in international markets, typically in the run-up to an eventual payments crisis.

In many of these cases – Turkey during the 1990’s is a good example – financial markets enabled irresponsible governments to embark on unsustainable borrowing sprees. When “market discipline” comes, it is usually too late, too severe, and applied indiscriminately.

The spread of financial markets is an unmitigated good. Well, no. Financial globalization was supposed to have enabled poor, undercapitalized countries to gain access to the savings of rich countries. It was supposed to have promoted risk-sharing globally.

In fact, neither expectation was fulfilled. In the years before the financial crash, capital moved from poor countries to rich countries, rather than vice versa. (This may not have been a bad thing, since it turns out that large (net) borrowers in international markets tend to grow less rapidly than others.) And economic volatility has actually increased in emerging markets under financial globalization, owing in part to frequent financial crises spawned by mobile capital.

Financial innovation is a great engine of productivity growth and economic well-being . Again, no. Imagine that we had asked five years ago for examples of really useful kinds of financial innovation. We would have heard about a long-list of mortgage-related instruments, which supposedly made financing available to home buyers who would not have been able to purchase homes otherwise. We now know where that led us. The truth lies closer to Paul Volcker’s view that for most people the automated teller machine (ATM) has brought bigger benefits than any financially-engineered bond.

The world economy has been run for too long by finance enthusiasts. It is time that finance skeptics began to take over.

Dani Rodrik

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Worldwise: Transatlantic Pragmatism




The many disappointments of the European Union (08:00)
What will the next global order look like? (07:53)
The last best chance to turn rising powers into global stakeholders (06:06)
Why American conservatives are EU-skeptics (05:41)
Worrisome anti-European sentiment among British conservatives (03:15)
How to save NATO (06:23)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Piadas sobre economistas e economia

Economia é o único campo onde duas pessoas podem ganhar um Prêmio Nobel dizendo exatamente coisas opostas.

_______________________________________

Um matemático, um contador e um economista se candidataram para o mesmo emprego.
O entrevistador chamou o matemático e perguntou "Quanto é 2 + 2 ?". O matemático respondeu. "Quatro". "Mas quatro exatamente ?", indagou o entrevistador. O matemático olhou surpreso para o entrevistador e disse "Sim, quatro, exatamente."
Chamou o contador e perguntou a mesma questão: "Quanto é dois mais dois ?". O contador disse: "Na média 4, acrescente ou tire 10%, mas na média é quatro."
Por último chamou o economista. "Sr. Economista, quanto é dois mais dois ?". O economista levantou, trancou a porta, fechou a cortina, sentou próximo ao entrevistador e perguntou: "Diga-me uma coisa...o que você quer igualar?"
________________________________________

Sete razões para estudar Economia:
1. Economistas são armados e perigosos: "Cuidado com nossas mãos invisíveis !"
2. Economistas podem ofertar quando são demandados.
3. Você pode falar de dinheiro sem sempre ter de fazer dinheiro em alguma coisa.
4. Mick Jagger e Arnold Schwarzenegger estudaram economia e veja no que se tornaram.
5. Quando você está na fila de desempregados, ao menos você sabe porque você está lá.
6.Embora a Ética ensine que a virtude tem sua própria recompensa, na Economia nós aprendemos que a recompensa tem sua própria virtude.
7. Quando você está bêbado você pode falar para todo mundo que você está apenas pesquisando a lei da utilidade marginal decrescente.
________________________________________

Economistas só fazem sexo com modelos.
________________________________________

Um economista é um profissional pago para adivinhar coisas erradas sobre a economia. Um econometricista é um profissional pago para usar computadores para adivinhar coisas erradas sobre economia.
________________________________________

Falar é fácil. A oferta é sempre maior que a demanda.
________________________________________

A Segunda Lei da Economia de Bentley: a única coisa mais perigosa que um economista é um economista amador.
________________________________________

Um economista que faz previsões tinha uma ferradura pendurada na porta de seu escritório. Quando perguntado, disse que era um amuleto para suas previsões darem certo. "Mas você acredita nestas superstições ?", lhe perguntaram. "Claro que não!", respondeu. "Então por quê você usa ?", "Bom... funciona dependendo se você acredita ou não nestas coisas." (Niels Bohr, ganhador do prêmio Nobel)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nouriel Roubini e a crise econômica

Ótimo artigo do Roubini. Desta vez ele não exagerou nas tintas...

A economia mundial está começando a se recuperar da pior recessão e crise financeira desde a Grande Depressão. No quarto trimestre de 2008 e nos primeiros três meses de 2009, o ritmo de contração na maioria das economias avançadas era semelhante à queda livre do PIB que os países registraram nos estágios iniciais da Depressão. No entanto, no final do ano passado, as autoridades econômicas, que até aquele momento estavam agindo tardiamente, enfim começaram a usar a maioria das armas disponíveis em seus arsenais.
Os esforços deram frutos, e a queda livre da atividade econômica se atenuou. Existem agora três questões em aberto quanto às perspectivas. Quando a recessão mundial vai acabar? Que forma tomará a recuperação econômica? Existem riscos de recaída?
Quanto à primeira questão, parece que a economia mundial chegará ao fim da queda no segundo semestre de 2009. Em muitas economias avançadas (Espanha, Estados Unidos, Itália, Reino Unido e em alguns países da zona do euro) e em alguns emergentes (principalmente na Europa), a recessão não se encerrará formalmente antes do final do ano, já que os brotos verdes da recuperação ainda estão cercados de ervas daninhas. Em algumas outras economias avançadas (Alemanha, Austrália, França e Japão) e na maioria dos mercados emergentes (China, Índia, Brasil e outras partes da Ásia e América Latina), a recuperação já começou.
Quanto à segunda questão, o debate se trava entre aqueles -a maioria do consenso econômico- que antecipam uma recuperação em forma de V, com rápida retomada de crescimento, e aqueles -como eu- segundo os quais a recuperação será em U e se manterá anêmica e abaixo da tendência por ao menos dois anos, após um par de trimestres de rápido crescimento alimentado por reposição de estoques e recuperação da produção ante os níveis quase tão desfavoráveis quanto os da Grande Depressão.
Existem diversos argumentos que apontam para uma recuperação fraca e em forma de U. O emprego continua a cair acentuadamente nos Estados Unidos e em vários mercados -em economias avançadas, o desemprego estará acima dos 10% em 2010. Isso é má notícia não só em termos de demanda e prejuízos bancários mas também em termos de capacitação profissional, um fator chave para o crescimento da produtividade em longo prazo.
Segundo, temos uma crise de solvência, e não apenas de liquidez, mas ainda não começou uma redução real no endividamento, porque os prejuízos das instituições financeiras foram socializados e transferidos aos balanços dos governos. Isso limita a capacidade de empréstimo das instituições financeiras, a capacidade de gasto dos domicílios e a capacidade de investimento das empresas.
Terceiro, nos países que operam com deficit em conta corrente, os consumidores precisam começar a cortar gastos e poupar mais, em um momento em que as pessoas endividadas enfrentam um choque de patrimônio causado pela queda nos preços das casas e dos mercados de ações e pela retração na renda e no emprego.
Quarto, o sistema financeiro -a despeito do apoio das autoridades- continua severamente danificado. A maior parte do sistema bancário paralelo desapareceu, e os bancos tradicionais estão sobrecarregados com trilhões de dólares em prejuízos inesperados com empréstimos e títulos, enquanto ainda se mantêm perigosamente subcapitalizados.
Quinto, os lucros fracos (causados por dívidas elevadas e riscos de inadimplência, crescimento baixo e persistentes pressões deflacionárias sobre as margens de ganhos empresariais) restringirão a disposição das companhias de produzir, contratar trabalhadores e investir.
Sexto, o endividamento do setor público por meio do acúmulo de pesados deficits fiscais ameaça dificultar a recuperação nos gastos do setor privado. Os efeitos das políticas de estímulo, além disso, se dissiparão no começo do ano que vem, o que vai requerer maior demanda privada para sustentar o crescimento.
Sétimo, a redução nos desequilíbrios mundiais implica em que os deficits em conta corrente de economias perdulárias, como a dos EUA, vão reduzir os superávits das economias que poupam em excesso (Japão, Alemanha, China e outros emergentes). Mas, caso a demanda interna não se expanda rapidamente o bastante nos países superavitários, resultará em recuperação mais lenta do mundo.

Recessão em forma de W
Também existem duas razões para que exista risco ascendente de uma recessão de duplo mergulho, em forma de W. Para começar, existem riscos associados às estratégias de saída para o grande relaxamento da política monetária e de estímulo fiscal: as autoridades serão criticadas por agir e também por não agir. Caso decidam levar a sério os grandes deficits fiscais e decretem aumento de impostos, corte de gastos e redução da liquidez excessiva, poderão solapar a recuperação e levar a economia a uma estagdeflação (recessão e deflação).
Mas, caso mantenham grandes deficits orçamentários, os ativistas dos mercados de títulos públicos punirão as autoridades econômicas. As pressões inflacionárias subirão, os rendimentos dos títulos públicos de longo prazo terão de subir e as taxas de empréstimo dispararão, gerando estagflação.
Outro motivo para temer uma recessão de duplo mergulho é que os preços de petróleo, energia e alimentos agora estão subindo mais rápido do que os fundamentos econômicos justificam e podem ser propelidos a alta ainda maior pela liquidez excessiva em busca de ativos e pela demanda especulativa.
No ano passado, o petróleo a US$ 145 por barril marcou um ponto de inflexão para a economia mundial, ao criar termos negativos de comércio internacional e um choque na renda disponível para as economias importadoras da commodity. A economia mundial não suportaria outro choque contrativo caso especulação semelhante conduza o preço do petróleo a um rápido retorno para a marca dos US$ 100.
Em resumo, a recuperação deve ser anêmica e abaixo da tendência nas economias avançadas e existe forte risco de uma recessão de duplo mergulho.

Fonte:FT e FSP

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Funding system of German Church challenged

É um sistema de financiamento das Igrejas pouco conhecido no Brasil.


A canon lawyer's attempts to end compulsory church tax in Germany have thrown the German Church on the defensive and triggered a national debate about the justification of the tax.

In a landmark decision, the Freiburg administrative court last month ruled in favour of Hartmut Zapp, who said that he was no longer prepared to pay church tax but wished to remain a member of the Catholic Church.

Under the tax an additional eight to nine per cent of personal income tax is deducted at source by the state from registered Catholics, Lutherans and Old Catholics and passed to their respective Churches. Dr Zapp, who taught canon law at Freiburg University until 2004, argued that German Catholics who officially leave the Church because they do not want to pay the tax are still members of the communion of the faithful through baptism and may therefore continue to receive the sacraments.

Under the current system Catholics wishing to opt out of paying the tax have to sign a form at their local municipal authority which states they wish to "leave the public body of the Church", which results in their excommunication.

In July 2007 Dr Zapp signed the form stating that he wished to leave the "public body of the Church" but insisted on declaring in writing that he wished to remain in "the Church as the communion of the faithful".

The Freiburg Archdiocese appealed against his written declaration, arguing that it was not valid. Following the ruling last month in Dr Zapp's favour, the vicar general of the Freiburg Arch-diocese, Fr Fridolin Keck, has said the archdiocese will again appeal.

Last week a lengthy feature article appeared in the respected German daily Süddeutsche Zeitung entitled "Death knell tolls for church tax". Following the court's ruling it questioned how long the tax could continue in its present form and asked: "May the secular state co-operate in a process with such grave spiritual consequences?"

The German bishops responded by reproducing on their website existing articles and statements defending the Church's position. They argued that it was impossible to differentiate between the Church as a public body and the Church as the communion of the faithful; and that "signing out" of the tax system meant excommunication.

The case is complicated by the fact that Dr Zapp argues his case differently from the Süddeutsche Zeitung. Rather than questioning the validity of the tax, Mr Zapp wants the Vatican to reform the church tax system so that it is not a condition for membership of the Church. A 2006 document from the Pontifical Council for Legislative Texts said a request from Catholics wanting to leave the Church had to be accepted by the responsible authority (that is, the Church) and that the state authority was not competent to grant such a request.

German Catholics are divided over the tax. It provided the German Church with a net income in 2008 of 5.6 billion euros (£4.79bn), and has made the German Church one of the wealthiest in the world. Many practising Catholics favour leaving the system intact because it pays the salaries of thousands of church employees and contributes to the work of aid agencies such as Caritas. A leading Jesuit theology professor, Hans Waldenfels, told The Tablet that abolishing church tax would lead to further secularisation

domingo, 23 de agosto de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Out, Out , Robert Frost

The buzz-saw snarled and rattled in the yard
And made dust and dropped stove-length sticks of wood,
Sweet-scented stuff when the breeze drew across it.
And from there those that lifted eyes could count
Five mountain ranges one behind the other
Under the sunset far into Vermont.
And the saw snarled and rattled, snarled and rattled,
As it ran light, or had to bear a load.
And nothing happened: day was all but done.
Call it a day, I wish they might have said
To please the boy by giving him the half hour
That a boy counts so much when saved from work.
His sister stood beside them in her apron
To tell them "Supper." At the word, the saw,
As if to prove saws knew what supper meant,
Leaped out at the boy's hand, or seemed to leap—
He must have given the hand. However it was,
Neither refused the meeting. But the hand!
The boy's first outcry was a rueful laugh,
As he swung toward them holding up the hand
Half in appeal, but half as if to keep
The life from spilling. Then the boy saw all—
Since he was old enough to know, big boy
Doing a man's work, though a child at heart—
He saw all spoiled. "Don't let him cut my hand off—
The doctor, when he comes. Don't let him, sister!"
So. But the hand was gone already.
The doctor put him in the dark of ether.
He lay and puffed his lips out with his breath.
And then—the watcher at his pulse took fright.
No one believed. They listened at his heart.
Little—less—nothing!—and that ended it.
No more to build on there. And they, since they
Were not the one dead, turned to their affairs.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Limites da política fiscal

A queda na arrecadação já era esperada e por isto não é motivo de grande preocupação; indica, no entanto, que há limites no uso desse instrumentos. É preciso lembrar que a política fiscal adotada cumpriu muito bem o seu papel e espera-se que o bom senso do período atual venha a ser mantido quando a economia estiver plenamente recuperada. Em outras palavras, a política fiscal do período de vagas magras não pode ser a mesma do período de abundância. A tentação, não raro, é díficil de resistir e ai é que mora o perigo...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Emprego em junho

A pesquisa mensal de emprego confirma que o pior já passou e a recuperação do mercado de trabalho está sendo melhor que o esperado. A economia brasileira sempre surpreende o analista, mesmo um otimista, como é o meu caso.


" A taxa de desocupação ficou estatisticamente estável em relação a junho (8,1%) último e também a julho de 2008 (8,1%). O contingente de desocupados (1,9 milhão) ficou estável nas comparações mensal e anual. A população ocupada (21,3 milhões) cresceu 0,9% em relação a junho último e teve alta de 1,1% em relação a julho de 2008. Entre os grupamentos de atividade, houve queda (- 4,7%) na Indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água, em relação a julho de 2008. O número de trabalhadores com carteira assinada (9,6 milhões) cresceu 1,5% em relação a junho e 4,2% em relação a julho de 2008. O rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 1.323,30) subiu 0,5% na comparação mensal e 3,4% no ano. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 28,2 bilhões) teve alta de 0,9% em relação a maio último e de 4,3% em relação a junho de 2008. O rendimento domiciliar per capitaficou estável em relação a junho e teve alta de 2,5% em relação a julho de 2008"(IBGE)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Alexandre e o câmbio

Alexandre "eram os Deuses astronautas" tem razão: a tese que a apreciação do câmbio levará a desindustrialização não tem fundamento e é um grande equivoco de alguns desenvolvimentistas. Contudo, a apreciação do câmbio não é, naturalmente, um fato a ser celebrado, a situação inversa é a recomendada em qualquer processo de desenvolvimento econômico - vide ampla literatura sobre o tema -a questão é como obte-la e se de fato ela é tão fundamental no atual estágio da economia brasileira. Afinal, não estamos mais nos anos 50...

Começo este artigo algo constrangido. Voltar a temas que já visitei me parece falta de imaginação, mas, acredite, não é minha culpa. Se há -independentemente da avassaladora evidência empírica acumulada no período- quem ainda insista em teses rejeitadas pelos dados, só me resta continuar apontando as incongruências entre estas e a crua realidade.
Refiro-me, é claro, aos faniquitos sobre a taxa de câmbio. A acreditar no que certa corrente de economistas afirma, a apreciação do câmbio real nos levará a crescimento medíocre, desindustrialização e espinhela caída. Por outro lado, câmbio fraco curaria tudo, de unha encravada a coração partido.
Não é a primeira vez que ouvimos essa conversinha. Quem se interessar pode encontrar no meu blog um levantamento que fiz no começo do ano passado sobre afirmações de ilustres "keynesianos de quermesse" alertando sobre a iminente destruição do nosso parque industrial (maovisivel.blogspot.com/2008/02/cmbio-internacionalizao-e.html#comments) feitas em 2006 e 2007. O curioso é ouvi-la de novo, logo após a previsão ter se mostrado completamente errada pelo desenvolvimento do país nos últimos anos até a eclosão da crise.
De fato, o crescimento, não só da produção industrial, mas do PIB, acelerou-se consideravelmente até setembro de 2008. No que se refere à primeira, a taxa média de expansão em quatro anos atingiu algo como 4,5% ao ano, quase três vezes superior à registrada em períodos anteriores. Além disso, como já destacado aqui, o crescimento foi liderado pelos setores de maior intensidade exportadora, fenômeno difícil de conciliar com a afirmação acerca da influência negativa do câmbio sobre a atividade industrial.
É verdade que o melhor desempenho desses setores poderia resultar da maior demanda global por commodities, mas há dois fatos que sugerem não ser esse o motivo. Primeiro porque o peso de commodities nos setores mais e menos expostos à exportação é muito semelhante. Além disso, um exame mais detalhado do desempenho industrial nos últimos anos mostra predomínio de segmentos não produtores de commodities entre os que mais cresceram.
Observa-se também uma aceleração apreciável da produção de bens de capital para uso industrial, indicando aumento do investimento no setor. Vale dizer, enquanto certas lideranças do setor vaticinavam a decadência inevitável da indústria brasileira, os industriais propriamente ditos tratavam de modernizar e ampliar suas instalações, um desenvolvimento também incompatível com a noção de desindustrialização.
Por fim, se é verdade que houve queda da participação de manufaturados na pauta exportadora, tal queda não resultou da redução (ou desempenho medíocre) das exportações de manufaturados, que cresceram além do comércio internacional nos últimos anos (até a crise), mas sim da expansão excepcional dos produtos primário, impulsionados pelo aumento extraordinário dos preços internacionais de commodities.
Tiro disso duas conclusões. A primeira, mais simples, é que a tese da desindustrialização simplesmente não sobrevive ao confronto com os dados.
A segunda, mais importante, é que certas correntes de pensamento econômico local insistem em formular teses cuja correspondência com os fatos varia do tênue ao inexistente. Não à toa, têm se provado consistentemente equivocadas e continuarão a sê-lo até abandonar o apriorismo e mostrar um mínimo de respeito à realidade. Pelo que vejo, apenas o abuso de substâncias liberadas na Holanda poderia explicar o apreço incompreensível à tese da "doença holandesa".

Fonte: FSP

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Desejos...

"Expansão da Caixa sacrifica lucro, e provisão explode" é a manchete da Folha". A sugestão, nada sutil, é que a política seguida pelos Bancos Públicos estaria errada- malgrado os bons resultados do BB- e problemas de inadiplencia seria o resultado esperado de tal política. Por enquanto, isto ainda é apenas um desejo e não encontro razões para que ele venha a torna-se realidade. Afinal a economia brasileira continua a dar sinais que o pior já passou. Alem do mais, mesmo se esse fosse o caso, a decisão de usar os bancos como instrumento de política econômica ainda estaria correta, já que é pra isto que eles existem. Isto para não mencionar o fato que sem essa atuação a situação econômica, em particular a dos bancos privados, seria bem diferente.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Bresser Pereira e o Câmbio

Bresser tem razão, é um problema estrutural, mas a doença holandesa não me parece ser uma das causas, tão pouco me parece adequada a sugestão de câmbio administrado.

O Valor Econômico do último dia 11 informava em sua manchete de primeira página que a indústria automobilística vive sua "3a. onda de investimentos", enquanto no mesmo dia esta Folha anunciava que "queda na exportação segura retomada das montadoras" e completava: a retração acumulada das exportações do setor neste ano é de 12,9%.

As duas notícias são contraditórias. Por que as empresas planejariam grandes investimentos se suas exportações estão em queda? E se uma das causas dessa queda for a apreciação do câmbio que está ocorrendo? Para que a expansão projetada seja voltada principalmente para atender o mercado interno, poderiam me responder. Mas, ainda que a indústria automobilística seja um dos poucos setores protegidos, a apreciação cambial abre o mercado interno para as importações.

Só vejo uma explicação para a contradição. Os planos de investimento provavelmente existem, mas foram formulados no quadro de outra taxa de câmbio -daquela taxa que se definiu após o crash de outubro de 2008. Planos de investimento tomam tempo para serem formulados e mais ainda para serem implementados. Não me surpreenderá, portanto, que uma boa parte desses projetos seja abandonada ou adiada em vista da nova taxa de câmbio.

O presidente Lula, porém, não parece disposto a enfrentar o problema. Nesta mesma Folha, Kennedy Alencar informa que, "apesar de preocupado com o efeito negativo da valorização do real sobre as exportações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descarta intervenção no sistema de câmbio flutuante". Como explicar esse fato? Só vejo duas respostas: primeiro, o presidente Lula está satisfeito com o desempenho da economia brasileira e não se dispõe a tomar medidas mais fortes no setor segundo, o presidente ainda não se deu conta da gravidade do problema cambial brasileiro supõe que a sobreapreciação que está novamente se manifestando seja conjuntural -relacionada com a taxa de juros elevada- quando ela é estrutural.

Acho que o presidente se satisfaz com pouco, mas compreendo sua satisfação. Ela reflete o contentamento dos brasileiros, que, depois de 14 anos de alta inflação e baixo crescimento, entenderam que baixa inflação e um crescimento um pouco melhor sejam o melhor que podemos esperar. "Se meus eleitores estão satisfeitos, por que vou eu intervir no mercado?", deve pensar. Respeito o gênio político do presidente, mas o fato real é que essa taxa de câmbio é incompatível com o desenvolvimento econômico brasileiro. Já era antes da crise, mas era então provisoriamente compensada pelo aumento do mercado interno causado por suas medidas distributivas (Bolsa Família e elevação do salário mínimo).

Não existe, entretanto, mais espaço nessa área. E o câmbio está novamente seguindo sua tendência estrutural à sobreapreciação.

Essa tendência à sobreapreciação tem duas causas fundamentais: a doença holandesa moderada mas real existente no Brasil e a atração que os capitais externos têm pelas taxas de lucro e de juros mais elevadas existentes no país. Por isso não é possível deixar a taxa de câmbio por conta do mercado. Este não a torna apenas volátil, como todos os economistas reconhecem, mas essa volatilidade tem uma tendência para a sobreapreciação que resulta, no curto prazo, em diminuição das oportunidades de investimento e, no médio prazo, em crise de balanço de pagamentos. O Brasil só alcançou altas taxas de crescimento enquanto administrava sua taxa de câmbio. Só voltará a alcançá-las quando voltar a fazê-lo.

Fonte: FSP

domingo, 16 de agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

When I Consider How My Light Is Spent, John Milton

When I consider how my light is spent,
Ere half my days in this dark world and wide,
And that one talent which is death to hide
Lodged with me useless, though my soul more bent
To serve therewith my Maker, and present
My true account, lest He returning chide;
"Doth God exact day-labor, light denied?"
I fondly ask. But Patience, to prevent
That murmur, soon replies, "God doth not need
Either man's work or His own gifts. Who best
Bear His mild yoke, they serve Him best. His state
Is kingly: thousands at His bidding speed,
And post o'er land and ocean without rest;
They also serve who only stand and wait."

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ecumenical alliance attempts to salvage Obama’s health-care reforms

Pepino o Breve, vulgo Obama, e os problemas da proposta de reforma do setor de saúde.

Catholics have joined forces with Evangelicals and Jewish groups to strengthen support for President Barack Obama’s beleaguered health-care reforms.

With Congress in recess until September, a broad alliance of mainly Christian and some Jewish groups has begun focusing its support for the reforms on grassroots campaigns in congregations throughout the United States.

On Wednesday, President Obama will take part in a national conference call with religious leaders that is being organised by a coalition of progressive religious groups including Catholics in Alliance for the Common Good. As well as the call with the President, religious leaders announced plans for a “sermon weekend” at the end of August, and have released a television advertisement featuring the leaders speaking about the need for health-care reform.

If passed, the reforms could lead to universal access to health care – something Catholic bishops have been calling for since the 1940s. Currently 40 million Americans are without health-care insurance and government insurance programmes for the elderly and the poor are facing bankruptcy.

But the reforms have faced vehement opposition, notably from Sarah Palin, the former Republican vice-presidential candidate, who last weekend called the proposals “evil”. She said in a statement that the plan would “ration care” at the expense of “the sick, the elderly and the disabled”. On Monday the White House launched a website to refute charges that the reforms would lead to “socialised medicine”, the rationing of care and forced euthanasia for the elderly.

It is unclear yet if any bishops will be on the conference call with the president. Catholics have been divided over the reforms. Pro-life groups are worried that government subsidies to help poor people buy health insurance might cover plans that include abortion services, which would vitiate the Hyde Amendment, a law passed in 1977 that bans the use of federal funds for abortion services. Nonetheless, Catholic bishops have reiterated their support for health-care reform, provided their concerns are met on the abortion issue.

One senior health-care official, Sr Carol Keehan, head of the Catholic Healthcare Association, came under fire last week from a blog of the diocese of Kansas City-St Joseph for her support of the reforms put forward by President Obama, whom the editor Jack Smith described as “pro-abortion”.

The progressive religious coalition sponsoring the event is committed to keeping the health-care legislation neutral on the subject of abortion.

Last month, the coalition of faith-based organisations announced they would be busy building support for health-care reform during the Houses of Congress August recess.

At a press conference and prayer rally held in the US Capitol building, Paula Arceneaux of St Mary of the Angels Catholic Church in New Orleans announced plans for the groups to hold meetings at the district offices of 100 members of Congress to lobby for the health-care reforms.

Adam Taylor of the progressive Evangelical group Sojourners compared the effort to the parable of the persistent widow in the gospels. “Congress is the judge, and we will keep pleading our case,” Mr Taylor said to applause from the activists.

Fonte: The Tablet

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Mercantilism Reconsidered

Um pouco de HPE sempre ajuda na hora da escolha da política econômica..., o texto, abaixo, do Rodrik é mais uma lembrança, necessária, aos incredulos...



A businessman walks into a government minister’s office and says he needs help. What should the minister do? Invite him in for a cup of coffee and ask how the government can be of help? Or throw him out, on the principle that government should not be handing out favors to business?

This question constitutes a Rorschach test for policymakers and economists. On one side are free-market enthusiasts and neo-classical economists, who believe in a stark separation between state and business. In their view, the government’s role is to establish clear rules and regulations and then let businesses sink or swim on their own. Public officials should hold private interests at arm’s length and never cozy up to them. It is consumers, not producers, who are king.

This view reflects a venerable tradition that goes back to Adam Smith and continues a proud existence in today’s economics textbooks. It is also the dominant perspective of governance in the United States, Britain, and other societies organized along Anglo-American lines – even though actual practice often deviates from idealized principles.

On the other side are what we may call corporatists or neo-mercantilists, who view an alliance between government and business as critical to good economic performance and social harmony. In this model, the economy needs a state that eagerly lends an ear to business, and, when necessary, greases the wheels of commerce by providing incentives, subsidies, and other discretionary benefits. Because investment and job creation ensure economic prosperity, the objective of government policy should be to make producers happy. Rigid rules and distant policymakers merely suffocate the animal spirits of the business class.

This view reflects an even older tradition that goes back to the mercantilist practices of the seventeenth century. Mercantilists believed in an active economic role for the state – to promote exports, discourage finished imports, and establish trade monopolies that would enrich business and the crown alike. This idea survives today in the practices of Asian export superpowers (most notably China).

Adam Smith and his followers decisively won the intellectual battle between these two models of capitalism. But the facts on the ground tell a more ambiguous story.

The growth champions of the past few decades – Japan in the 1950’s and 1960’s, South Korea from the 1960’s to the 1980’s, and China since the early 1980’s – have all had activist governments collaborating closely with large business. All aggressively promoted investment and exports while discouraging (or remaining agnostic about) imports. China’s pursuit of a high-saving, large-trade-surplus economy in recent years embodies mercantilist teachings.

Early mercantilism deserves a rethink too. It is doubtful that the great expansion of intercontinental trade in the sixteenth and seventeenth centuries would have been possible without the incentives that states provided, such as monopoly charters. As many economic historians argue, the trade networks and profits that mercantilism provided for Britain may have been critical in launching the country’s industrial revolution around the middle of the eighteenth century.

None of this is to idealize mercantilist practices, whose harmful effects are easy to see. Governments can too easily end up in the pockets of business, resulting in cronyism and rent-seeking instead of economic growth.

Even when initially successful, government intervention in favor of business can outlive its usefulness and become ossified. The pursuit of trade surpluses inevitably triggers conflicts with trade partners, and the effectiveness of mercantilist policies depends in part on the absence of similar policies elsewhere.

Moreover, unilateral mercantilism is no guarantee of success. The Chinese-US trade relationship may have seemed like a marriage made in heaven – between practitioners of the mercantilist and liberal models, respectively – but in hindsight it is clear that it merely led to a blowup. As a result, China will have to make important changes to its economic strategy, a necessity for which it has yet to prepare itself.

Nonetheless, the mercantilist mindset provides policymakers with some important advantages: better feedback about the constraints and opportunities that private economic activity faces, and the ability to create a sense of national purpose around economic goals. There is much that liberals can learn from it.

Indeed, the inability to see the advantages of close state-business relations is the blind spot of modern economic liberalism. Just look at how the search for the causes of the financial crisis has played out in the US. Current conventional wisdom places the blame squarely on the close ties that developed between policymakers and the financial industry in recent decades. For textbook liberals, the state should have kept its distance, acting purely as Platonic guardians of consumer sovereignty.

But the problem is not that government listened too much to Wall Street; rather, the problem is that it didn’t listen enough to Main Street, where the real producers and innovators were. That is how untested economic theories about efficient markets and self-regulation could substitute for common sense, enabling financial interests to gain hegemony, while leaving everyone else, including governments, to pick up the pieces.

Dani Rodrik

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ainda o câmbio

A novela do câmbio vai longe,..., evitar profecia realizada via atuação no mercado futuro não me parece má idéia, resta saber sua eficácia. Aproveitar a oportunidade para aumentar o volume de reservas pode ser, também, um caminho, ..., há o custo fiscal a ser levado em consideração, mas não me parece ser tão problematico quanto no passado recente. Minimizaria o problema, mas não sei quanto...

Com tantos técnicos a disposição a Fazenda já deveria ter apresentado trabalhos com algum rigor acadêmico para reduzir o achismo, ainda presente, no debate. Mas isto, aparentemente, é pedir demais....

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O velho fantasma

Leio na Folha que o governo está preocupado com a apreciação do câmbio, mas que ,por enquanto, o Presidente não é favorável a medidas heterodoxas para "resolver" o problema. Esta, contudo, não é opinião dos seus conselheiros, o esforçado economista da ditadura, o avvocato e o homem de Barão Geraldo.

No domingo o "administrador", também, alertou para o mesmo problema, sem, contudo, apresentar uma proposta alternativa. Ele, como os acima mencionados, continuam batendo na mesma tecla: a taxa de juros elevada seria o grande responsável pela apreciação e a solução, naturalmente, seria manter a política de redução desta taxa. Eles, curiosamente, parecem esquecer que a queda da taxa de juros não teve nenhum efeito significativo sobre o cambio.

Ninguem, obviamente, defende a apreciação do câmbio, ou nega que ela é prejudicial às exportações. Resta saber o que fazer. Medidas heterodoxas podem dar inicio a um efeito domino: X implementa a medida, Y é prejudicado e faz algo parecido, o que leva Z a fazer o mesmo. O resultado final não seria nada agradável para nenhum dos envolvidos. É o retorno do velho fantasma do protecionismo que, como sabemos, não é uma solução, mas a geração de um outro problema que no passado saiu muito caro.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nacionalismo Bresseriano

Bresser Pereira está cada vez mais nacionalista..., felizmente seu nacionalismo é mais sofisticado que a média, mas não me convence...,uma questão de geração, quem sabe,...

O Ministro das Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, esteve no Brasil acompanhado por uma comitiva de executivos de 20 empresas e informou ao jornal "Valor Econômico" (edição de 29 de julho) que o governo e as companhias espanholas estão muito interessados em participar da licitação para o trem de alta velocidade entre Rio e São Paulo.
Não é surpreendente. As empresas dos países ricos que dispõem de tecnologia para trens-bala estarão todas interessadas. Dessa forma, garantirão um rendimento seguro para seu investimento, que, como acontece com esse tipo de serviço, deverá ser duas a três vezes maior do que a taxa de juros que obteriam se emprestassem o dinheiro.
O que nós, brasileiros, deveríamos discutir seriamente é se interessa ao Brasil conceder a empresas estrangeiras a concessão de serviços públicos monopolistas, em vez de aceitarmos como pressuposto ou como "evidente" que temos esse interesse.
Eu estou seguro de que não interessa: não deveríamos abrir para empresas estrangeiras a concessão de serviços públicos. Em primeiro lugar, porque não interessa ao Brasil "crescer com poupança externa", ou seja, se endividar para crescer, independentemente da forma como o déficit em conta corrente seja financiado: através de empréstimos ou de investimentos diretos.
Os influxos líquidos de capital no país apreciam o câmbio e, em vez de aumentarem a taxa de investimento do país, aumentam seu consumo. É por essa razão -pela elevada taxa de substituição de poupança interna pela externa envolvida nos déficits em conta corrente- que as pesquisas econométricas mostram que não há relação causal entre investimentos diretos (que financiam aqueles déficits) e crescimento. A dívida, entretanto, foi contraída e passa a render juros elevados e dividendos ainda mais elevados para os países investidores.
Em segundo lugar, porque não interessa ao Brasil oferecer de graça nosso mercado interno aos países ricos. O mercado interno de um país é seu patrimônio mais precioso. Por isso, os países o negociam tão duramente na OMC e nos acordos regionais e bilaterais. Por que não adotar a mesma política no caso dos investimentos diretos? Os países ricos obtêm com sobra essa reciprocidade: abrem seus mercados para o investimento direto, mas, em compensação, investem em maior volume nos demais países, principalmente nos em desenvolvimento. Não é o nosso caso.
E a tecnologia? Esta é importante e justifica investimentos diretos, mas desde que o investimento seja feito em associação com o país recipiente, como fazem os chineses. Como a China tem sempre saldo em conta corrente, cresce com despoupança externa. Continua recebendo mais investimento direto do que faz, mas apenas na medida em que esse envolva partilha de tecnologia. E não abre seu mercado para o investimento em serviços públicos monopolistas.
A Espanha já é o segundo país em investimentos diretos no Brasil. Esses investimentos dirigiram-se principalmente para serviços monopolistas ou quase monopolistas. E contaram com subsídios do governo. Vale a pena para o governo espanhol apoiar suas empresas. Dessa forma, transformam-se em rentistas -passam a receber uma renda segura e elevada que acresce sua riqueza. Não aumentaria também a nossa? Na maioria dos casos, não, já que a substituição de poupança interna por externa que os investimentos diretos envolvem representa endividamento adicional, obrigação de pagamento de dividendos elevados e pouco ou nenhum aumento da taxa de investimento.

Fonte:FSP

domingo, 9 de agosto de 2009

sábado, 8 de agosto de 2009

Reconciliação, Goethe

A paixão traz a dor! — Quem é que acalma
Coração em angústia que sofreu perda tal?
As horas fugidias — para onde é que voaram?
O que há de mais belo em vão te coube em sorte!
Turbado está o espírito, o agir emaranhado;
O mundo sublime — como foge aos sentidos!

Mas eis, com asas de anjo, surge a música,
Entrelaça aos milhões os sons aos sons
Pra varar, lado a lado, a alma humana
E de todo a afogar em eterna beleza:
Marejado o olhar, na mais alta saudade
Sente o preço divino dos sons e o das lágrimas.

E assim aliviado, nota em breve o coração
Que vive ainda e pulsa e quer pulsar,
Pra ofertar-se de vontade própria e livre
De pura gratidão pela dádiva magnânima.
Sentiu-se então — oh! pudesse durar sempre! —
A ventura dobrada da música e do amor.

Johann Wolfgang von Goethe, in "Últimos Poemas do Amor, de Deus e do Mundo"
Tradução de Paulo Quintela

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

L’impresa per Benedetto XVI? Creatività e profitto. Ma a vantaggio di tutti

Interessante leitura do economista italiano Alberto Quadrio Curzio da Caritas in Veritate

Caritas in veritate, l’enciclica sociale di Benedetto XVI, è un documento complesso che richiederà molta riflessione anche per valutare la sua collocazione nella continuità della dottrina sociale cattolica alla quale Giovanni Paolo II ha dato, soprattutto con la Centesimus annus (1991), un notevole slancio, così come l’aveva dato Paolo VI con la Populorum progressio (1967). Due veri e propri snodi della dottrina sociale dalla Rerum Novarum (1891).

L’economista deve essere consapevole che il fondamento e la prospettiva dell’enciclica è teologico-antropologica e che un riflessione su di essa soltanto di tipo istituzionale-sociale-economico è parziale. Ma non perciò inutile, in quanto la dottrina sociale cattolica offre un orientamento ideale, a-temporale e a-spaziale, a tutti coloro che nelle diverse responsabilità devono affrontare e risolvere problemi socio-economici in un momento storico e geografico specifico. La dottrina sociale non propone invece modelli economici e politici (Centesimus annus, 43; Caritas in veritate, 9)

L’intonazione della Caritas in veritate è che la crisi e le difficoltà di cui al presente soffrono gli stati, la società e l’economia sono dovute innanzitutto alla mancanza o alla carenza di un’adeguata ispirazione solidaristica orientata al bene comune, che significa “…prendersi cura, da una parte, e avvalersi, dall'altra, di quel complesso di istituzioni che strutturano giuridicamente, civilmente, politicamente, culturalmente il vivere sociale, che in tal modo prende forma di pólis, di città” (7).

Ciò pone il problema del significato dello sviluppo e di come perseguirlo. Una risposta unificata e unificante al problema dello sviluppo orientato al bene comune e alla promozione della persona si può trovare nella Caritas in veritate, in linea con la Centesimus annus, nella combinazione di sussidiarietà e solidarietà, due principi costanti della dottrina sociale cattolica. “Il principio di sussidiarietà - afferma infatti l’ultima enciclica di Benedetto XVI -va mantenuto strettamente connesso con il principio di solidarietà e viceversa, perché se la sussidiarietà senza la solidarietà scade nel particolarismo sociale, è altrettanto vero che la solidarietà senza la sussidiarietà scade nell'assistenzialismo che umilia il portatore di bisogno” (52). Affermazione che viene completata dalla seguente: “Manifestazione particolare della carità e criterio guida per la collaborazione fraterna di credenti e non credenti è senz'altro il principio di sussidiarietà espressione dell'inalienabile libertà umana” (57).

La Caritas in veritate enfatizza questi grandi ideali, che sono anche criteri operativi, affiancandoli con quelli della complementarietà tra giustizia commutativa, che presiede ai contratti, giustizia distributiva e giustizia sociale, che si fondano e generano equità e fiducia. Così l’enciclica afferma che “Senza forme interne di solidarietà e di fiducia reciproca, il mercato non può pienamente espletare la propria funzione economica. Ed oggi è questa fiducia che è venuta a mancare, e la perdita della fiducia è una perdita grave” (35).

Rielaborando e sintetizzando la Caritas in veritate, anche in base alla Centesimus annus, chiarisce che tutto ciò passa attraverso le istituzioni (che fissano le regole e le fanno rispettare), la società (che opera su un principio di coesione e di convinzione), il mercato (che opera secondo criteri economici di convenienza e non contro il bene comune fissato dalle regole di concorrenza e di correttezza). L’equilibrio tra queste forze dovrebbe essere ispirato da un convinto (e non costretto) solidarismo operante così da combinare libertà e responsabilità.

I principi generali prima enunciati trovano molte applicazioni nella Caritas in veritate, che come intonazione preferisce quella che ricrea o rafforza gli ideali a quella di una logica economica che, fuori dalla storia e dagli ideali, diventa meccanicismo. Ponendoci tra ideali e logica dovremmo valutare le proposizioni dell’enciclica sulle istituzioni, sulla società, sul mercato, sull’economia, sul profitto, sul terzo settore, su sviluppo e sottosviluppo, sulla globalizzazione, sulla crisi. In definitiva tutti i grandi temi del XXI secolo, ma anche eredità del XX. Impossibile trattarli tutti. Concentriamoci allora, in questa occasione, sul modo di intendere l’impresa (come risulta in Caritas in veritate, 40). Si afferma che l’impresa non deve tenere conto solo degli interessi dei proprietari, pur legittimi e meritevoli di tutela, ma anche di tutti gli altri soggetti coinvolti nella sua attività: lavoratori, clienti, fornitori, comunità e territori di riferimento. Sappiamo che questo convincimento, snaturato dalle dottrine libertarie che con il loro assoluto del “creare valore a qualunque costo per gli azionisti” ritengono che a tal fine basti il liberismo, risponde spesso alle esigenze degli imprenditori migliori; i quali nella loro attività esplicano una creatività personale e comunitaria che trova nel profitto un complemento irrinunciabile, ma non sufficiente, per far sì che l’impresa stessa prosperi.

La Caritas in veritate, in linea con la Centesimus annus, esprime l’apprezzamento per le opere di questi imprenditori, così incoraggiando gli altri a seguire il loro esempio. Ed ecco come nel caso specifico dell’impresa economica gli ideali si traducono in fatti, vivendo nella libertà responsabile di intrapresa.

Fonte: Il Sussidiario

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

G.A.Cohen, 1941-2009

Com a morte do G.A.Cohen - All Souls College,Oxford - autor dos classicos "Karl Marx's Theory of History: A Defence" e "If you're an egalitarian how come you're so rich?" perde-se um grande filosofo e importante expoente do chamado Marxismo Analitico. Realmente, uma grande perda...


" I am very saddened to learn the news that Jerry Cohen has passed away.

Last year Jerry retired from the Chichele Professor of Social and Political Theory at Oxford University, a post he held since 1985. While I was never a student of Jerry's, the frequent occasions I did have the opportunity to get to know him always confirmed his reputation as a caring, generous, humorous man that possessed a razor sharp analytic mind. He profoundly influenced contemporary political philosophy. Here I wish to reflect a little on the ways in which Jerry has influenced me."

Para ler o resto do texto do Farrelly clique aqui

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Nicholas Lash

Entrevista relativamente antiga, 2007, com Nicholas Lash; importante teologo da Universidade de Cambridge, autor de um conhecido livro sobre o pensamento de Marx. Difícil saber qual a posição atual dele: o que aparentemente pode ser lido como sendo uma visão simpatica, não raro é exatamente o contrário. O idioma é a parte menos complicada em um dialogo com um inglês.

You’ve also written sympathetically about Marxism. After the collapse of communism, is Marxism still a philosophy that Christians need to engage? Why is it that some viable Christian version of socialism is so difficult to imagine in England and America?

Those who doubt that Christians still need to engage with Marx are as foolish as those who doubt that we still need to engage with Aristotle, Kant or Hegel. At the heart of Marx’s analysis of the capitalist mode of production was his insight that it led, with almost mechanical inevitability, to what he called "the universalization of the commodity form," the transmutation not only of all things, but also of all relations, into commodities. Dr. Marx, si monumentum requiris, circumspice ("If you seek a memorial, look around")--as Sir Christopher Wren’s memorial in St Paul’s Cathedral in London says.

May I risk being a little polemical here, out of friendly exasperation? I can understand why, in a culture as driven and absorbed by messianic capitalism as is the United States, versions of socialism of any kind are hard to comprehend with sympathy. But please do not drag us in with you. There were, as any historian can tell you, the very closest links between 20th-century socialism in Britain and Christianity, especially Nonconformity. In recent decades, the dire and dominant structures of British (and international) capitalism have deformed the Labour Party almost, but not quite, to the extent of losing its originally socialist vision, but we do not find Christian socialism in any way difficult to understand, because we remember it.

As millions of destitute Americans continue to be deprived of adequate access to good health care, people of all parties in the UK regard the retention of the National Health Service, "free at the point of delivery," as essential to our cultural health. And a health service in which wealth or poverty make not the slightest difference is a socialist achievement

Para ler o resto da entrevista clique aqui

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Let’s not rush to condemn this terrifying work of art

Ate onde sei o filme ainda não chegou aos cinemas brasileiros,..., mas lá fora foi duramente criticado. Li algumas criticas e esta é a primeira que elogia o último filme do Lars von Trier. Vou seguir a recomendação e ver do que se trata.

Since the word "Antichrist" first appeared in the New Testament - particularly the letters of John - it has become a byword for evil. The word is on many people's lips again because it is the title of a controversial new film by the eccentric Danish director Lars von Trier.

The film has generated a torrent of sensational news reports and condemnatory comments. The sensationalistic coverage is unfortunate as Antichrist deserves more serious consideration, especially from religious commentators. Interestingly, von Trier became a Catholic some years ago. But today he probably lives somewhere on the fringes of Catholicism.

The controversy first flared at Cannes when the press audience booed Antichrist and many viewers came out upset at some of the sequences. Reporters who scented a story latched on to this. The film was quickly described as one of the most violent and disgusting films ever screened in Cannes. The immediate reviews were generally harsh and antagonistic. But later reviewers have suggested more objective ways of looking at the film. In this article I would like to follow this path.

Para o resto da critica clique aqui

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Stefano Zamagni

Entrevista com Stefano Zamagni, economista italiano, co-autor de um importante livro sobre a História do Pensamento Econômico, meu ex-professor desta disciplina na Bocconi(Milão) e um dos assessores de Bento XVI na redação da encíclica Caritas in Veritate


Professor, toda encíclica procura ajudar a entender os “sinais dos tempos”. Quais são os desafios de hoje que o “Caritas in veritate” quer ajudar a responder?
Esta é uma encíclica muito inovadora, porque não se limita, a uma leitura dos “sinais dos tempos”, mas vai mais adiante: indica por onde devemos nos mover se queremos ver resolvidos os problemas que ela denuncia. “Rerum novarum” e “Centesimus annus” são encíclicas que se colcoavam em defensiva: a Igreja expressava dúvidas e dúvidas e convidava os homens de boa vontade a corrigir os erros do sistema. Mas a atual encíclica me parece mais propositiva.

O qual é, no seu modo de ver, o verdadeiro centro da encíclica?
A crítica e o convite a superar a dicotomia entre a esfera econômica e a esfera social, característica dos dois sistemas doutrinários e ideológicos que dominaram o século XX: o “liberalismo anárquico” e o socialismo. Para ambos, o econômico, rejeitado ou aceito, era uma esfera “ruim”, que se reduzia à maximização dos lucros em detrimento dos direitos do outro. Em oposição estava o social, entendido como âmbito no qual se tentava contrabalançar o que havia acontecido de doente e perverso no econômico. Daqui nasceu a idéia do “Estado do bem-estar social” (welfare state): o Estado intervém na sociedade para redistribuir os bens derivados dos erros do mercado.

E os católicos?
O papel dos católicos no plano social foi retalhado até ser visto apenas como o de mitigar as situações problemáticas. Na encíclica, o Papa diz “não” a essa posição, porque muitos elementos necessários à vida social, como solidariedade e fraternidade, devem entrar na economia e não ficar do lado de fora. É a superação da lógica dos dois momentos: primeiro se acumula a riqueza e depois se pensa como redistribuí-la. Essa lógica está errada, porque quando se começa a redistribuição já é muito tarde. Se eu, para obter aquela riqueza, atingi a dignidade das pessoas, a redistribuição sempre virá tarde demais, porque eu não posso compensar a dignidade ferida.

Para ler a entrevista completa clique aqui

domingo, 2 de agosto de 2009

sábado, 1 de agosto de 2009

Gerontion, T.S.Eliot

Thou hast nor youth nor age
But as it were an after dinner sleep
Dreaming of both.


Here I am, an old man in a dry month,
Being read to by a boy, waiting for rain.
I was neither at the hot gates
Nor fought in the warm rain
Nor knee deep in the salt marsh, heaving a cutlass, 5
Bitten by flies, fought.
My house is a decayed house,
And the jew squats on the window sill, the owner,
Spawned in some estaminet of Antwerp,
Blistered in Brussels, patched and peeled in London. 10
The goat coughs at night in the field overhead;
Rocks, moss, stonecrop, iron, merds.
The woman keeps the kitchen, makes tea,
Sneezes at evening, poking the peevish gutter.
I an old man, 15
A dull head among windy spaces.

Signs are taken for wonders. “We would see a sign!”
The word within a word, unable to speak a word,
Swaddled with darkness. In the juvescence of the year
Came Christ the tiger 20
In depraved May, dogwood and chestnut, flowering judas,
To be eaten, to be divided, to be drunk
Among whispers; by Mr. Silvero
With caressing hands, at Limoges
Who walked all night in the next room; 25

By Hakagawa, bowing among the Titians;
By Madame de Tornquist, in the dark room
Shifting the candles; Fräulein von Kulp
Who turned in the hall, one hand on the door. Vacant shuttles
Weave the wind. I have no ghosts, 30
An old man in a draughty house
Under a windy knob.

After such knowledge, what forgiveness? Think now
History has many cunning passages, contrived corridors
And issues, deceives with whispering ambitions, 35
Guides us by vanities. Think now
She gives when our attention is distracted
And what she gives, gives with such supple confusions
That the giving famishes the craving. Gives too late
What’s not believed in, or if still believed, 40
In memory only, reconsidered passion. Gives too soon
Into weak hands, what’s thought can be dispensed with
Till the refusal propagates a fear. Think
Neither fear nor courage saves us. Unnatural vices
Are fathered by our heroism. Virtues 45
Are forced upon us by our impudent crimes.
These tears are shaken from the wrath-bearing tree.

The tiger springs in the new year. Us he devours. Think at last
We have not reached conclusion, when I
Stiffen in a rented house. Think at last 50
I have not made this show purposelessly
And it is not by any concitation
Of the backward devils
I would meet you upon this honestly.
I that was near your heart was removed therefrom 55
To lose beauty in terror, terror in inquisition.
I have lost my passion: why should I need to keep it
Since what is kept must be adulterated?
I have lost my sight, smell, hearing, taste and touch:
How should I use them for your closer contact? 60
These with a thousand small deliberations
Protract the profit of their chilled delirium,
Excite the membrane, when the sense has cooled,
With pungent sauces, multiply variety
In a wilderness of mirrors. What will the spider do, 65
Suspend its operations, will the weevil
Delay? De Bailhache, Fresca, Mrs. Cammel, whirled
Beyond the circuit of the shuddering Bear
In fractured atoms. Gull against the wind, in the windy straits
Of Belle Isle, or running on the Horn, 70
White feathers in the snow, the Gulf claims,
And an old man driven by the Trades
To a sleepy corner.

Tenants of the house,
Thoughts of a dry brain in a dry season. 75