domingo, 31 de outubro de 2010

sábado, 30 de outubro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Se ela vencer...

Esta chegando a hora,..., domingo, se eleita, a coalizão da Dilma tem a rara oportunidade de finalmente implementar as reformas necessárias para dar continuidade ao processo de desenvolvimento econômico com inclusão social e distribuição de renda que, na minha modesta opinião, é a própria definição de desenvolvimento. Este era o consenso de meados dos anos 70 e inicio dos 80 que foi esquecido devido ao período inflacionário, divida externa, etc. É fundamental recuperar esta agenda que é de fato a agenda perdida e não a sua cópia falsificada adotada pela equipe de um infeliz Ministro da Fazenda da atual administração. Sua participação no governo Dilma seria um pessimo sinal e confirmação dos piores temores. Deus queira que isto não venha a acontecer...

Evitar o voluntarismo e equivocos, da turma que se passa por economista em Barão Geraldo, Praia Vermelha e alhures, e implementar medidas duras e necessárias na área fiscal logo no inicio do governo é necessário, ainda que politicamente arriscado, devido ao clima de intolerância e divisão criado pela campanha do candidato da Nova Direita. Sua derrota não deixará as forças reacionárias que o apoiam felizes e deve-se esperar tentativas seguidas de desestabilização e ate mesmo de impedimento da Presidente Eleita. Contudo, é um risco que se teve correr em nome do bem comum e de um país fraterno e solidário.

Desta jornada, cheia de armadilhas, na construção de um país socialmente justo e democrático todos devem participar e esquecer o odio e o rancor despertado durante o processo eleitoral. É isto , alias, o que se espera do cristão e crentes de outras confissões religiosas..

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Noite interessante

Noite interessante e rara oportunidade para debater temas importantes de economia. Não concordo com a tese de desindustrilização, mas acho que o único caminho para demonstrar que ela é incorreta é um debate aberto dos argumentos apresentados, sem voluntarismos, que é, como sabemos, o inimigo da lógica economica. Gostei do trabalho do Clemens e acredito que os alunos teriam aprendido muito com a sua exposição. Já havia lido o paper e vou reler de novo. Falei um pouco sobre a doutrina social católica e sua relação com os desafios da economia brasileira. Poucos presentes, mas isto não me surpreendeu, esperar o contrário é que seria estranho. É uma pena que os alunos tenham perdido uma excelente demonstração do bom uso da teoria econômica e econometria.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Obama


Ótimo artigo do Martin Wolf do FT sobre Obama e a política econômica americana.



Uma ambulância para no acostamento para ajudar um homem com ataque cardíaco. Após medidas extremas, o paciente sobrevive. Dois anos depois, longe de mostrar-se agradecido, ele processa os médicos e paramédicos. Não fosse sua interferência, insiste o paciente, ele estaria como novo. Quanto ao ataque cardíaco, foi um evento menor. Ele teria ficado bem melhor, caso tivesse sido deixado sozinho.

Essa é a situação em que o dr. Barack Obama se encontra. Uma grande parte do povo americano esqueceu-se há tempos da gravidade do ataque cardíaco financeiro que atingiu os Estados Unidos no outono setentrional de 2008. Os republicanos convenceram muitos eleitores de que o atual mal-estar é explicado pela intervenção dos democratas e não pela catástrofe legada por George W. Bush. Isso é um golpe de propaganda.

O presidente Obama merece receber a culpa pelas repercussões? Não e sim. Não, porque em princípio o tratamento foi correto; sim, porque na prática foi demasiado cauteloso.

É essencial lembrar-se do contexto. Grandes crises financeiras provocam danos prolongados. Como ressaltaram Carmen Reinhart, da University of Maryland, e Kenneth Rogoff, da Harvard University, em uma atualização de seu trabalho anterior: "Com muita frequência, o cenário decorrente das crises financeiras tem três características em comum. Primeira, os colapsos dos mercados de ativos são profundos e prolongados (...) Segunda, vem acompanhado de profundos declínios na produção e emprego (...) Terceira, o valor real dos títulos de dívidas do governo tende a decolar." Como sempre, os riscos vão crescendo despreocupadamente no ciclo de alta e se materializam no de queda.

Como destacaram a professora Reinhart e Vincent Reinhart, do American Enterprise Institute, em artigo apresentado no simpósio de política econômica deste ano em Jackson Hole, os EUA tiveram em comum com vários outros países de alta renda (mais notavelmente, Espanha, Reino Unido e Irlanda) uma alta acentuada nos preços residenciais, no crédito e no balanço patrimonial do setor financeiro: entre 1997 e 2007, os preços reais das residências nos EUA subiram 87%, a taxa da dívida do setor financeiro em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 52% e a taxa de endividamento privado total em comparação ao PIB cresceu 101%. Era um desastre esperando para acontecer. O que tornou administrar o colapso muito mais difícil foi o fato, demonstrado no artigo de Reinhart e Reinhart, de que esta foi, de longe, a maior crise financeira mundial desde a Segunda Guerra Mundial.

Então, como a economia dos EUA se saiu nesta crise? Bastante bem, em alguns aspectos, especialmente na produção econômica geral; não tão bem em outros, mais notavelmente o desemprego. Na média, o PIB real per capita (pela paridade do poder de compra) caiu 9,3% nas crises anteriores estudadas no trabalho dos professores Reinhart e Rogoff. Desta vez, a queda nos EUA foi de 5,4%. O índice de desemprego aumentou, em média, 7 pontos percentuais nas crises anteriores. Desta vez, o desemprego subiu 5,7 pontos percentuais.

Esse contraste, entre o fraco desempenho dos EUA no desemprego e um desempenho melhor na produção, em termos históricos, manifesta-se analogamente nas comparações entre os EUA e outros países grandes de alta renda. Apesar de ser o epicentro da crise, o EUA sofreram um declínio proporcional na produção per capita menor do que nos outros países grandes de alta renda, com exceção da França. Mas o desemprego aumentou bem mais nos EUA do que nos outros países. A explicação é que o crescimento da produtividade nos EUA foi excepcionalmente forte, especialmente em 2009.

O que, então, esse desempenho nos diz sobre a política econômica dos EUA? A resposta é que se saiu bem em termos do que realmente atacou, mas foi bem menos bem-sucedida em termos do que não atacou.

Como Lawrence Summers, principal assessor econômico do presidente, destacou em 7 de outubro na conferência "View from the Top", do "Financial Times", realizada em Nova York, o foco do governo estava no "retorno à estabilidade, confiança e fluxo de crédito, para dar suporte a uma recuperação forte". Os elementos eram: apoio ao sistema financeiro - por meio do programa governamental de recuperação de ativos problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), herdado do governo anterior, por meio de garantias financeiras e dos "testes de estresse" sobre as instituições bancárias; os estímulos fiscais; e as ações do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para sustentar o fluxo de crédito.

Por sua natureza, tais políticas funcionam ao sustentar a demanda e, portanto, a produção. Seu impacto no emprego (e desemprego) é indireto. Como se constatou depois, o crescimento na produtividade foi tão forte, que um desempenho não tão ruim na produção foi insuficiente para evitar o aumento no desemprego. Seria de se esperar que os defensores do livre mercado concluíssem que a economia dos EUA e, particularmente, seu mercado de trabalho continuam flexíveis, sob seu presidente "socialista". Seria de se esperar que concluíssem também que havia necessidade de mais estímulos. Afinal, foram bastante modestos: os estímulos fiscais foram inferiores a 6% do PIB e, portanto, representam menos de 20% dos déficits acumulados de 2009, 2010 e 2011, enquanto a política monetária está presa em uma armadilha de liquidez.

A verdade é que a política não fracassou nem foi imprudente, mas foi tímida e, portanto, não conseguiu ter êxito. Um grande erro foi não abordar o mercado de trabalho diretamente, talvez com o corte temporário da tributação sobre as folhas de pagamento. Houve outros erros: o esforço para reduzir o excesso de dívidas das famílias deveria ter sido mais forte.

Infelizmente, os republicanos foram bem-sucedidos em persuadir uma parte grande o suficiente do povo americano de que se o paciente tivesse sido deixado sozinho, hoje estaria em perfeito estado de saúde. Isso, certamente, é um conto de ficção. Mas os eleitores, naturalmente, prestam pouca atenção às calamidades evitadas. Eles se concentram apenas em saber até que ponto a experiência prática não chega ao que eles desejam. Obama não ganha crédito pelas calamidades evitadas e recebe grande parte da culpa pelo que não se evitou. As aspirações de sua retórica, sem dúvida, agravaram a decepção.

A disposição do presidente de pedir pouco acabou revelando-se um imenso erro estratégico. Permite a seus oponentes argumentar que os democratas receberam o que quiseram e que o que eles queriam acabou fracassando. Se o presidente não tivesse conseguido tudo o que havia pedido, ele poderia argumentar que o resultado não foi por sua culpa. Com a expectativa de que haverá um impasse político, novas ações agora serão bloqueadas. Uma década perdida parece bastante provável. Isso seria uma calamidade para os EUA - e o mundo.

Fonte: Valor

terça-feira, 26 de outubro de 2010

As quatro familias

Abro o jornal e encontro a manchete requentada sobre a Erenice e "surprise , surprise" a noticia sobre as falcatruas no Metro do Governo Serra/Goldman. Como era de se esperar, mesmo quando faz um bom trabalho de investigação que compromete o Serra o jornal da Ditabranda prefere um destaque menor na primeira pagina e nas paginas internas a noticia se perde entre várias outras anti-Dilma. Comportamento curioso e em forte contraste com o passado, quando descobertas semelhantes tinham direito a manchete com letras garrafais. É como se publicasse a noticia com medo, ou quem sabe é um aviso: conheço seus podres e se eleito posso usa-lo para derrota-lo. Mas é muito estranho, muito mesmo.

Já a Globo que não tinha muita respeitabilidade, parece ter perdido o que restava: o JN transformou-se em mistura de tabloide com panfleto de extrema direita. O impacto sobre o negocio, não deverá ser pequeno e podemos estarmos assistindo a passagem do bastão da Globo para a Record. Não exatamente motivo pra comemoração. É preciso democratizar o acesso a informações e para tanto o melhor caminho me parece ser aumentar a concorrência no setor e uma banda larga boa e barata. A democracia brasileira não pode ficar prisioneira do poder de quatro familias. Naturalmente, a solução mais interferência do Estado não é razoável e não menos perigosa que a situação atual. Alias, é bom deixar claro: NÃO É A SOLUÇÃO.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Semana decisiva

Semana decisiva em que a Direita, principalmente a Nova Direita, vai usar todas as suas armas, baixarias, mentiras para reverter a curva da Dilma e, se necessário, ganhar no tapetão. Se não for possível vencer, pelo menos conseguem outro objetivo: fragilizar a administração da Dilma, repetindo o expediente usado contra o JK e Allende no Chile. É jogo duro e os velhos comunas aliados do Serra( a Nova Direita) tem longa experiência que somada a da velha direita torna o cenário ainda mais perigoso. Todo cuidado é pouco.

Hoje tem debate na Record , mas devido ao horário, 23hs, será um treinamento para o debate que importa, o da Globo. Alias, mais importante que o próprio debate é a edição do JN do debate é ai que mora o perigo. Não é o momento para baixar a guarda e comemorar. Não se morre na vespera e tão pouco se ganha eleição antes da abertura das urnas.

domingo, 24 de outubro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Trecho de "The Spiritual Roots of Europe: Yesterday, Today, and Tomorrow" do Ratzinger/Bento XVI


Ler os trabalhos do Ratzinger/Bento XVI é sempre um prazer e infelizmente, aparentemente, poucos, no grande bananão conhecem a sua rica produção. O trecho abaixo, por ex, permite uma leitura bem diferente da difundida em verso e prosa sobre sua visão política.




Let us return to the situation in Europe. In the nineteenth century, the two models that I described above were joined by a third, socialism, which quickly split into two different branches, one totalitarian and the other democratic. Democratic socialism managed to fit within the two existing models as a welcome counterweight to the radical liberal positions, which it developed and corrected. It also managed to appeal to various religious denominations. In England it became the political party of the Catholics, who had never felt at home among either the Protestant conservatives or the liberals. In Wilhelmine Germany, too, Catholic groups felt closer to democratic socialism than to the rigidly Prussian and Protestant conservative forces. In many respects, democratic socialism was and is close to Catholic social doctrine, and has in any case made a remarkable contribution to the formation of a social consciousness.
The totalitarian model, by contrast, was associated with a rigidly materialistic, atheistic philosophy of history: it saw history deterministically, as a road of progress that passes first through a religious and then through a liberal phase to arrive at an absolute, ultimate society in which religion is surpassed as a relic of the past and collective happiness is guaranteed by the workings of material conditions.

This scientific façade hides a dogmatic intolerance that views the spirit as produced by matter, and morals as produced by circumstances. According to its dictates, morals should be defined and practiced on the basis of society's purposes, and everything is deemed moral that helps to usher in the final state of happiness. This dogmatism completely subverts the values that built Europe. It also breaks with the entire moral tradition of humankind by rejecting the existence of values independent of the goals of material progress. Depending on circumstance, anything can become legitimate and even necessary; anything can become moral in the new sense of the term. Even humankind itself can be treated as an instrument, since the individual does not matter, only the future, the cruel deity adjudicating over one and all.

The communist systems collapsed under the weight of their own fallacious economic dogmatism. Commentators have nevertheless ignored all too readily the role in this demise played by the communists' contempt for human rights and their subjugation of morals to the demands of the system and the promises of the future. The greatest catastrophe encountered by such systems was not economic. It was the starvation of souls and the destruction of the moral conscience.

The essential problem of our times, for Europe and for the world, is that although the fallacy of the communist economy has been recognized — so much so that former communists have unhesitatingly become economic liberals — the moral and religious question that it used to address has been almost totally repressed. The unresolved issue of Marxism lives on: the crumbling of man's original uncertainties about God, himself, and the universe. The decline of a moral conscience grounded in absolute values is still our problem today. Left untreated, it could lead to the self-destruction of the European conscience, which we must begin to consider as a real danger — above and beyond the decline predicted by Spengler.

Fonte: "The Spiritual Roots of Europe: Yesterday, Today, and Tomorrow"

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mais concorrência é a solução...

O caso do estranho objeto que pousou na careca do Chaves da Nova Direita é patetico e lembra o famoso caso do goleiro Rojas no Maracanã. A verdade parece ser o seu grande problema, ela esta sempre ausente no seu discurso e pratica política, como ficou claro no caso do aborto, dossie, entre tantos outros. Como era de se esperar a mídia, em particular a Globo, transforma cada mentira em verdade, pensando que com isto consegue ludibriar o distinto publico eleitor. O objetivo, no caso do objeto, é influenciar o resultado da pesquisa Data Folha desta sexta-feira. Evitar uma queda do seu candidato tornou-se uma questão de vida e morte.

Manipular eleições parece estar no DNA da Globo: Brizola, Lula em 89, Marta na disputa para ir ao segundo turno na eleição para governador são os casos mais conhecidos. Não por acaso a Globo sempre foi o ninho predileto do esgoto do esgoto da política nacional: os comunistas do ex-PCB( Partido Comunista Brasileiro). Mas é claro que eles simplesmente reforçaram o DNA golpista conhecido desde a campanha contra o Vargas.

E ainda falam de liberdade de imprensa, que é bom deixar bem claro é fundamental para o bom funcionamento da democracia. É função da imprensa vascullhar a vida de todo candidato e não apenas dos inimigos do dono do veiculo de comunicação. Para tanto é fundamental uma maior concorrência no setor, ainda o melhor antidoto contra o poder unificado das quatro familia.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Novidades do front...

Uma pequena reação do dolar e os otimistas de plantão comemoram a solução do problema cambial. Como dizia um velho amigo: solução do que cara palida!!!!, ainda segundo este mesmo velho amigo, mais conversa para boi dormir. Como já mencionado em outros posts o governo não pode ficar de braços cruzados, porem achar que soluções na linha do aumento do IOF va resolver o problema é ser levado por um gigantesco auto-engano. O problema cambial requer solução negociada no G20 e o ponta pé inicial tem que ser dado pelo Velho Imperio e o candidato a Novo Imperio.

Enquanto isto no front eleitoral, segundo a Folha, a esposa do candidato da Nova Direita fez aborto no quarto mês e como é difícil imaginar que esta decisão não tenha sido discutida pelo casal, é possível afirmar que sua defesa da vida não passa de mais uma promessa eleitoral para enganar o distinto público eleitor religioso. Alias, esta mudança repentina no campo religioso vem a somar-se a sua conversão ao populismo político e econômico com as promessas de aumento do salário minimo, bolsa familia e outras do mesmo naipe. Fico imaginando qual será a reação dos economistas serristas e outros criticos acidos do populismo diante desta mudança. Será que a Rua Itapeva vai de fato apoia-lo? Mas o mais assustador é seu comportamento explicitamente Bonapartista que, contudo, não me surpreende: já havia comentado com amigos no Facebook que ele é o Chaves da Nova Direita. Os serristas ficaram injuriados com a comparação, mas ela me aparece apropriada quando o Candidato da Nova Direita afirma insistentemente que se eleito vai governar acima dos partidos.

Noite memorável no TUCA, o teatro da Católica de SP, em evento promovido por advogados em apoio a Dilma.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Delfim sobre Lula e F.D.Roosevelt

De vez em quando o esforçado economista da Ditadura da uma dentro. É o caso deste artigo sobre Lula e F.D Roosevelt.

Qualquer semelhança entre a agressão da mídia no Brasil aos programas de Lula e as reações da mídia nos EUA ao New Deal, nos anos 30, não é só coincidência

Em abril de 2008, escrevi um comentário comparando o PAC e o Fome Zero do governo Lula aos programas de obras públicas e de combate ao desemprego sob o guarda-chuva do New Deal de FD Roosevelt, o presidente que conseguiu tirar a economia americana da Grande Depressão produzida a partir da quebra da Bolsa de NY, em outubro de 1929. Três quartos de século separam essas experiências: na primeira metade da década 1930-1940, os EUA e o mundo mergulharam numa crise sem precedentes.

Quando Roosevelt tomou posse, em 1933, para seu primeiro mandato, o PIB americano havia sido reduzido a praticamente a metade (56,4 bilhões de dólares) do que era em 1929 (103 bilhões de dólares).

Apesar da tragédia do desemprego, que chegava a 30% da força de trabalho, os EUA eram uma nação próspera. Havia muita riqueza e uma boa parte da sociedade afluente aceitava o desemprego como contingência natural numa economia de mercado. A melhor coisa que os governos deviam fazer era ficar fora disso.

Roosevelt surpreendeu, já no discurso de posse, anunciando o fim da era da indiferença: “Temos 15 milhões de sujeitos passando fome e nós vamos dar de comer a eles. O governo entende que é sua obrigação providenciar trabalho para que eles mesmos voltem a sustentar suas famílias.”

Para escândalo de muitos, seu governo pôs em marcha dois enormes programas, nunca antes tentados naquele país, de amparo ao trabalho e combate à miséria, com investimentos públicos em obras, cuja principal prioridade era absorver mão de obra (uma espécie de PAC). O empreendimento-símbolo foi a criação da TVA (Tennessee Valley Authority), que construiu barragens para a produção de energia e gerenciou os projetos de irrigação para a produção de alimentos.

Esses programas sofreram pesado bombardeio da oposição conservadora, que, a título de defender a livre iniciativa, esconjurava a intervenção estatal no setor privado, porque interferia na oferta e procura de mão de obra, desvirtuando o funcionamento do mercado de trabalho… Um dado interessante é que os ataques da mídia republicana evitavam agredir o presidente (e seus altos níveis de popularidade), concentrando toda a fúria contra a figura de Harry Hopkins, principal mentor dos programas de amparo ao trabalhador e gerente de obras públicas, qualificado de “perigoso socialista”. Qualquer semelhança com as agressões midiáticas recentes aos programas Fome Zero, Luz para Todos e ao PAC não é simples coincidência…

Hoje, ninguém duvida que o New Deal foi decisivo para a reconstrução da confiança dos americanos nos fundamentos do regime de economia de mercado. Suas ações ajudaram a salvar o capitalismo, na medida em que os milhões de trabalhadores que recuperaram os empregos voltaram “a acreditar na vontade e na capacidade do governo de intervir na economia para proporcionar uma igualdade mais substancial de oportunidades” (FDR numa de suas falas no rádio, Conversa ao Pé do Fogo).

O fato é que o PIB americano cresceu durante o primeiro e segundo mandatos e, em 1940, havia recuperado o nível que perdera desde o início da grande crise, medindo 101,4 bilhões de dólares. Roosevelt completou um terceiro mandato presidencial e ainda foi eleito (no fim da Segunda Guerra Mundial), para um quarto mandato, mas faleceu antes de exercê-lo.

Quando Lula assumiu o primeiro mandato, em 2002, a economia brasileira não estava na situação desesperadora da americana em 1933, mas contabilizava algo como 12% de desemprego da população economicamente ativa e vinha de um período de 20 anos de medíocre crescimento, com a renda per capita praticamente estagnada. Seu governo pôs em prática os programas de combate à fome que prometera no prólogo de sua Carta aos Brasileiros e posteriormente o PAC, que soma o investimento público e obras privadas, com foco na recuperação da desgastada infraestrutura de transportes, da matriz energética e na indústria da habitação. Setores de grande demanda de mão de obra e de promoção do desenvolvimento.

Oito anos depois (e 15 milhões de empregos a mais), os resultados são visíveis: queda acentuada das taxas do desemprego (para menos de 7% da população economicamente ativa), crescimento da renda e dos níveis de consumo da população, recuperação da autoestima do trabalhador e uma sociedade que adquiriu condições de oferecer substancial melhora na distribuição de oportunidades. Isso, tendo atravessado a segunda pior crise da economia mundial dos últimos 80 anos, com o PIB crescendo em 2010 acima de 7%.

Fonte: Carta Capital

domingo, 17 de outubro de 2010

sábado, 16 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Presidente dos ricos....

A economia americana, como mencionado em varios posts, continua patinando e o FED mantem sua política de uma nota só: inundando o mundo de dolares. O objetivo é obvio: eliminar o risco de deflação da economia americana transferindo-o para o resto do mundo. Neste cenário do salve-se quem puder parece piada de mal gosto o argumento que o Brasil poderia implementar medidas que resolveria o problema da apreciação cambial. As vezes me pergunto em qual mundo vivem os autores deste tipo de propostas. É claro que ficar sentado, tão pouco ajuda, mas é preciso ficar claro que as medidas são apenas paliativas e que a solução requer uma negociação internacional que ainda não esta no horizonte devido as eleições americanas.

Enquanto isto no grande bananão o candidato da Nova Direita se esmera em vender ilusões na forma de propostas insanas de aumento do salário minimo e do Bolsa Familia. E pensar que em outra encarnação - ou seria face - ele se mostrava um político com propostas para a área econômica com alguma racionalidade. O desejo de ser eleito faz milagres... mas no improvável cenário de sua eleição não será nada fácil administrar este tipo de expectativa, principalmente levando-se em conta que ele não é exatamente conhecido por ser um ótimo executivo.

Eu do meu lado, continuo confiando no bom senso do eleitor em não eleger um Presidente dos ricos. Sim, dos ricos, como diria milha falecida avo, uma católica que não perdia uma missa, e nunca se deixava levar pelas aparências ou lenga, lenga dos politicos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A fonte do dinheiro da Nova Direita...

Memorias

O post de ontem poderá passar a falsa impressão que em algum momento da minha juventude tenha sido atraido pelo catolicismo marxista. Aconteceu justamente o contrário: agravou a crise normal, me parece, naquela idade e me afastou da religião. Faltava a este tipo de catolicismo os elementos que faziam parte da minha infância em uma familia e comunidade profundamente católicas. Por paradoxal que possa parecer, no período na minha juventude em que acreditava na fantasia marxista, nunca perdi minha atração pelo catolicismo popular das festas da minha infância com sua liturgia e mistérios que tanto me encantavam e ainda encanta. A idéia de usar o pulpito para pregações politico partidárias que agradava a tantos militantes de esquerda nunca foi do meu agrado. Não me parecia correto, mas um verdadeiro sacrilégio. É claro que era uma reação sem nenhum fundamento em leituras, apenas baseado em valores em que fui educado.

O retorno a Igreja, por uma feliz coincidência, aconteceu em Oxford, onde comecei a frequentar as missas em uma igreja, que se não estou errado, era a mesma do Oratorio do Cardeal Newman. A liturgia era em inglês, mas todo o ambiente me parecia totalmente familiar e me fazia sentir em casa, o que raramente era o caso nas missas no Brasil. Desnecessário mencionar que tão pouco via com bons olhos o sucesso de movimento católico de forte apelo midiatico. Em sintese, em se tratando de catolicismo o meu lado é bem claro: me sinto bem na companhia de Ratzinger, Lubac, Balthasar e Guardini.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O esgoto do esgoto...e o grande desafio

O Partido "Piores Salários Do Brasil", é curiosamente o que mais abriga ex-militantes do esgoto do esgoto da política nacional, os ex-comunistas do PCB, a melhor escola de quadros da direita brasileira. Há quem ainda fica surpreso com esta informação. Não seria o PT? De fato há varios ex-membros deste equivoco histórico, ou havia, principalmente no Rio, coincidentemente vários deles envolvidos nos escandalos da atual administração o que de modo algum me surpreende: moralidade e etica nunca foi o forte do pensamento marxista.

A baixaria da campanha do candidato da Nova e da Velha direita também não me surpreende, ao contrário, era o esperado já que os stalinistas tem uma longa história de praticas de assassinato de carater, mentiras, difamaçôes, etc, que primam pelo profissionalismo ausente em táticas parecidas, mas amadoras, usadas pela Velha Direita. A eficiência é duvidosa, mas em eleição disputada é suficiente para garantir o resultado esperado. Aliados ocasionais serão, naturalmente, trocados por outros mais convenientes.

Como mencionado em outros posts, continuo onde sempre estive: do lado daqueles que defendem uma sociedade mais justa e solidaria, porem, sem as ilusões que tinha aos 20 e poucos anos em relação ao marxismo em relação ao qual compartilho a avaliação do Kolakowski: a grande fantasia do seculo xx, ou seria mentira? Acho que a resposta seria a duas. Pensar um agir católico pós catolicismo marxista, sem cair na tentação de um retorno a um período de ouro que nunca existiu é o grande desafio do intelectual católico brasileiro, na minha modesta opinião.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nelson Rodrigues

Nunca fui um grade fã do Nelson Rodrigues, vi filmes baseados em suas peças, assisti a adaptações memoráveis dirigidas pelo Antunes na TV Cultura, mas nunca achei nada de especial. Não mudei minha avaliação e ainda considero apenas "veu de noiva"uma obra prima. Admiro, no entanto, o seu talento de frasista. Há várias inesqueciveis e uma, em particular, que cai como uma luva para descrever o marxismo talebã: "no Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatizada, atmosférica. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, apenas respirando". Há bons marxistas no grande bananão e por isto me parece injusta a afirmação sem o adjetivo talebã. É claro que considero o marxismo um projeto de pesquisa esgotado e não vejo nenhum futuro na proposta 68 de um catolicismo marxista, mas reconheço, no entanto, que se excluirmos sinteses exóticas, há quem ainda persiste, com suficiente seriedade intelectual, na senda do velho Barba e esta presente, com todo direito, alias, na grande feira de idéias chamada Universidade. Infelizmente, ate mesmo este marxismo academicamente serio, recusa-se a reconhecer o mesmo direito ao pensamento religioso, em particular o católico, ate mesmo na sua própria casa.

domingo, 10 de outubro de 2010

sábado, 9 de outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nota da CNBB em relação ao Momento Eleitoral

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de sua Presidência, congratula-se com o Povo Brasileiro pelo exercício da cidadania na realização do primeiro turno das eleições gerais, quando foram eleitos os representantes para o Poder Legislativo e definidos os Governadores de diversas unidades da Federação, bem como o nome daqueles que serão submetidos a novo escrutínio em 2º turno, para a Presidência da República e alguns governos estaduais e distrital.

A CNBB congratula-se também pelos frutos benéficos decorrentes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está oferecendo um novo paradigma para o processo eleitoral, mesmo se ainda tantos obstáculos a essa Lei tenham de ser superados.

Entretanto, lamentamos profundamente que o nome da CNBB - e da própria Igreja Católica – tenha sido usado indevidamente ao longo da campanha, sendo objeto de manipulação. Certamente, é direito – e, mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã. A CNBB é um organismo a serviço da comunhão e do diálogo entre os Bispos, de planejamento orgânico da pastoral da Igreja no Brasil, e busca colaborar na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Neste sentido, queremos reafirmar os termos da Nota de 16.09.2010, na qual esclarecemos que “falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência”. Recordamos novamente que, da parte da CNBB, permanece como orientação, neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País, a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada este ano em sua 48ª Assembléia Geral.

Reafirmamos, ainda, que a CNBB não indica nenhum candidato, e recordamos que a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão. Diante de tão grande responsabilidade, exortamos os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos, entre os quais se incluem especialmente o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 08 de outubro de 2010

P. nº 0849/10

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

Fonte: cnbb.org

Ainda o câmbio


Ótimo artigo do Mendonça de Barros sobre o câmbio. Como já comentamos em vários posts é um problema que requer negociação internacional. Ações individuais, conseguem, no máximo resultado de curto prazo a um custo fiscal que não é pequeno.


O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, acertou em cheio ao declarar publicamente que vivemos uma verdadeira guerra monetária mundial. Para que sua imagem fosse perfeita, faltou apenas que adicionasse um adjetivo -não declarado- para descrevê-la.
O ministro foi a única autoridade internacional a ter coragem de denunciar a tentativa de usar as taxas de câmbio desvalorizadas como instrumento de estímulo ao crescimento. Fica fácil entender a ousadia do ministro brasileiro: nosso país é um dos que mais vêm sofrendo as consequências negativas dessa guerra escondida.
Mas, se o ministro acertou em cheio em sua denúncia, a decisão de dobrar o valor do IOF, cobrado na entrada de dólares para aplicação nos gordos juros pagos pelo Tesouro brasileiro, mostra que ele ainda não entendeu a dinâmica atual dos mercados de câmbio.
Foi importante dar nome aos bois no momento em que as lideranças mundiais evitam falar publicamente sobre essa questão. Mas o próximo passo será discutir a questão de forma clara e abrangente nos fóruns internacionais, como os próximos encontros do FMI e do grupo dos 20.
O leitor da Folha precisa entender que a guerra de moedas ocorre já há muito tempo e o que estamos vendo agora é uma situação extrema devido à forte recessão econômica no mundo desenvolvido.
Várias economias importantes, como o Japão e a Coreia, e, mais recentemente, a China, usaram de forma sistemática a arma de moedas desvalorizadas em relação às dos países mais ricos -principalmente em relação ao dólar americano- para crescer de forma sustentada.
Mesmo o Brasil usou em seu passado de crises a arma da moeda fraca para dar sustentação às nossas exportações, principalmente as de produtos industriais.
Mas, como a história nunca se repete da mesma forma, a crise bancária nas nações desenvolvidas mudou o cenário mundial e fez com que a política cambial dos países asiáticos ganhasse outra dimensão. Com o crescimento chinês sustentando as economias emergentes e os EUA e a Europa lutando para sair da recessão, a equação do câmbio desvalorizado mudou de sinal.
Em outras palavras, são agora os EUA, a Alemanha e a Itália que precisam exportar para o mundo em desenvolvimento e tentar reverter o quadro recessivo e de altos índices de desemprego em que estão mergulhados. Para tanto, o dólar e o euro precisam se desvalorizar em relação às moedas das nações emergentes para viabilizar o crescimento.
Mas, como sempre acontece nos momentos mais difíceis da economia mundial, não há ainda condições políticas para fazer esse movimento de forma coordenada. E, sem uma atuação conjunta dos bancos centrais no processo de corrigir e de estabilizar as taxas de câmbio, a probabilidade de sucesso de iniciativas isoladas, como a do governo brasileiro, é muito baixa.
O caso do Japão talvez seja mais representativo dessa afirmação de que o ativismo isolado do ministro Mantega está fadado ao insucesso.
Recentemente, o governo japonês mobilizou quase US$ 30 bilhões para tentar trazer o iene para um nível menos destruidor da indústria japonesa e, menos de um mês após esse movimento agressivo, a moeda está mais forte do que antes.
Se o Japão, com juros de 0% ao ano e com uma capacidade de intervenção nos mercados muito maior do que a nossa, não consegue isoladamente evitar o fortalecimento de sua moeda, imagine o Brasil. Com os juros de longo prazo dos títulos emitidos pelo governo brasileiro próximos de 12% ao ano, a decisão de agir isoladamente me parece algo semelhante a "enxugar gelo".
Enquanto escrevia esta coluna, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, veio a público propor uma discussão séria e articulada para pôr fim a essa guerra surda.
Os EUA foram parte fundamental para viabilizar a política de moedas fracas adotadas pelas economias da Ásia até hoje, mas já não têm mais condições financeiras e econômicas de continuar com esse papel.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz "

O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO

“Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão" (Salmo 85)

A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente. Desconsideram a manifestação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de setembro, “Na proximidade das eleições”, quando reiterou a posição da 48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a candidatos nestas eleições.

Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias.

Constrangem nossa conciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.

Os eleitores têm o direito de optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e cidadãs, principalmente dos empobrecidos.

Nesse sentido, a CBJP, em parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente, co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título: “Eleições 2010: chão e horizonte”.

A Comissão Brasileira Justiça e Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir. Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.

Compartilhamos a alegria da luz, em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como aprimoraramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.

Brasília, 06 de Outubro de 2010.

Comissão Brasileira Justiça e Paz,

Organismo da CNBB"



Fonte: Zero hora

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Novos tempos

O resultado da eleição não foi o que eu esperava, mas nos últimos dias já havia ficado claro que o segundo turno era provável. Uma curiosa aliança composta basicamente de saudosos do Brasil antes de 1964, estava fazendo uma trabalho eficiente de disseminação do medo e preconceitos. Como era de se esperar contava com o apoio generoso da velha direita e da nova direita, os ex-comunistas do decrepito e extinto PCB.

O poder eleitoral dos evangelicos é um fato novo e fascinante para os estudiosos da religião, particularmente sociologos da religião da linha escolha pública. O pluralismo religioso é algo que veio pra ficar, assim como seu peso eleitoral e manipulação em torno do mesmo. Há quem fale na reprodução no grande bananão da aliança crista conservadora americana. É uma hipotese interessante e com grande possibilidade de ser verdadeira.

Há um outro aspecto a ele ligado, mas focado em um setor especifico e que mais uma vez reproduz a experiencia americana. Trata-se da versão dos tristes trópicos da cultural wars dos campi americanos. Uma reacão controversa à tomada de poder da geração 68 de varios deptos da área de humanidades em importantes universidades americana. Economia não foi um deles, já que no Imperio era e continua a ser basicamente uma fortaleza neoclassica. Aqui, dependendo, da instituição é o último reduto do marxismo talebã e dificilmente passara incólume.

domingo, 3 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Porque hoje é sexta feira...

Sexta-feira, chuva e transito complicado funciona como lembrança para a incompetência dos gestores públicos em pensar uma solução para os graves problemas da capital do estado mais rico da União. Debates sobre politicas públicas é uma raridade nos tristes trópicos e no caso da eleição deste ano para presidente e governador esta ausência fez se presente nos debates entre os candidatos. A palavra debate, infelizmente, não é a mais apropriada para descrever a encenação apresentada em diferentes mídias sempre com a direção de mestres especializados em evitar o que deveria ser o objeto dos encontros: debates...

Estranho mundo este o nosso, no passado, quando o silêncio dos cemiterios era lei, encontravamos meios para quebra-lo e estavamos prontos para ouvir um argumento e depois rebate-lo. Perdemos a doçura, o amargo reina absoluto, e o obscurantismo saudosista infiltra-se onde menos se esperava. O que antes se apresentava como esquerda, ainda que autoritária, hoje transformou-se nova direita chic e rancorosa; o catolicismo marxista caminhou para um dos dois extremos: um ultra esquerdismo divertido , mas inconsequente e, no outro extremo, uma surpreendente tentativa de retorno ao mundo pré 1964.

Tempos sombrios ou o velorio dos sonhos ingenuos dos terriveis anos 60?