quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Balança mas não cai...

Fim de ano não é exatamente igual aos demais dias do ano e por isto é necessário certo cuidado ao analisar o comportamento na zona do euro. Esta pode ser uma das explicações para deixar 452 bi de euros no BCE, a juros de 0,25% a.a. A outra é que ele simplesmente espelha a total falta de confiança no mercado interbancário. Que ela é um fato, sabemos ser o caso, porém, a sua dimensão parece ser muito maior do que se imaginava e isto, se verdadeiro, não é um bom sinal e significa que a escassez de crédito, principalmente para pequenas e médias empresas, deverá continuar.

Como esperado , o yield dos títulos de prazo inferior a 3 anos, estão em queda, como atesta o retorno cobrado, na quarta-feira, pelo título italiano de 6 meses, 3.25%, metade do cobrado em novembro, 6.5%. O yieid do título de dois anos, 4.85%, também ficou abaixo do cobrado no mês passado, 7,81%. Nesta quinta feira, o titulo com vencimento em 2014 foi colocado a 5.62%, em novembro pagava 7.89%; com vencimento em 2022, 6.98%, contra 7.56% mês passado. Nenhuma surpresa no retorno dos títulos de curto e nos de longo prazo e confirma nossa hipotese sobre o impacto do empréstismo do BCE sobre o yield: forte sobre os títulos com vencimento abaixo de 3 anos e fraco sobre os de longo prazo. No caso deste último, não me parece que será o suficiente para derruba-lo para um nível sustentável.


A nota negativa nos leilões, foi a demanda menor que a oferta para os soberanos italianos de longo prazo. É realmente preocupante, se lembrarmos que a italia deverá rolar um volume significativo em janeiro. Mas, é sempre bom frisar, o mercado realmente somente volta a sua normalidade em janeiro.