sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Passos de tartaruga...

A semana na zona do euro foi marcada pela discurso da Merkel em Davos, reafirmando a oposição germanica ao trabalho conjunto do EFSP e do futuro European Stability Mechanism, o famoso firewall defendido pelo Sarkozy e FMI entre outros. O foco germanico continua sendo nas reformas e na austeridade como meio para colocar as economias da zona periferica no caminho do crescimento sustentável o que permitiria recuperar a confiança do mercado. Não mencionado, mas implicito nesta estratégia, é o QE pela porta dos fundos do BCE com a nova rodada de emprestimo no mês de fevereiro.


Esta estratégia conseguiu reduzir o risco de contração do crédito e levou a redução nos juros da divida soberana dos países perifericos, como mais uma vez se verificou no leilão de 8 bilhões de euros de titulos italianos de 6 meses, com juros de 1.969% contra 3.251% de dezembro de 2011. Como resultado, no mercado secundário, o juro do benchmarck(titulo de 10 anos) caiu para 5.94%. O mesmo, alias, vem ocorrendo com o espanhol, 4.98%.

Infelizmente o mesmo movimento de queda não se repete nos títulos portugueses o que aumentou bastante a aposta em um caminho parecido ao grego, ou seja, reestruturação da sua divida soberana. Se lembrarmos que Portugal deverá retornar ao mercado em maio de 2013, esta aposta do mercado não é de modo algum insana, em que pese o fato dela ser uma escolha tecnica e, principalmente, política. Não a descartaria de antemão, mas acho pouco provável que venha a ser adotada.


As negociações da reestruturação voluntaria da divida grega parece ter avançado e se encontrária próxima de um final feliz. No entanto, como mencionado em outro post, isto não resolve de todo o problema, já que parte dos detentores da divida - hedge funds em sua maioria - não participam da reunião e estão poucos dispostos a aceitarem o "haircut", optando, segundo a Bloomberg, pelo caminho que levaria ao CDS(credit-default swaps). Seria um pessimo desfecho, que reduziria a margem de manobra no caso de Portugal ter que optar pela reestruturação de sua divida.