sexta-feira, 9 de março de 2012

Grecia e Império...

Esta é sem dúvida uma semana histórica: a maior reestruturação de divida soberana em muitos anos e ao contrário do que ocorria no passado recente, não foi de um país do terceiro mundo, mas de um membro do clube dos ricos, do grupo de países desenvolvidos da poderosa zona do euro. O fato da Grecia ser da periferia do clubão, não diminui de modo algum a importância histórica do evento ocorrido. Se isto não fosse suficiente,a adesão de 83,5%, -que deverá aumentar para 95,7% como resultado do uso da clausula de ação coletiva(CLA) - é bem acima do esperado e constitui sem dúvida um grande sucesso. Com a decisão da Grecia de usar a clausula, a Associação Internacional de Derivativos e Swaps(ISDA), julgou que ocorreu um "evento de crédito", que significa que quem tem CDS poderá exercer o direito de receber o pagamento sobres eles, no montante estimado de 3.2 bilhoes de dolares. O resultado já era esperado e não deverá ter nenhum impacto negativo significativo.

Ainda não é o capitulo final desta longa novela em que se transformou a Grecia devido fundamentalmente ao longo histórico de políticas econômicas irresponsáveis. A crise econômica mundial de 2008 é apenas a cereja do bolo, o evento que tornou impossível continuar com o auto engano que, é sempre bom lembrar, não era exclusivamente grego, e incluia os demais membros da zona do euro, FMI e bancos privados. Infelizmente , como tem se tornado uma lamentável prática, a parte maior da conta recai sobre a parcela mais pobre da população grega.

No Imperio bons sinais do mercado do trabalho com a criação de 227.000 novos empregos e a manutenção da taxa de desemprego em 8.3%, apesar do retorno, ao mercado de trabalho, daqueles que haviam desistido de procurar emprego. Ainda é um numero pequeno, o que explicaria a ausência de impacto sobre o desemprego. Resta saber qual será o resultado, se este movimento de retorno for mantido e ate mesmo acelerado. É em todo caso um bom sinal e de modo algum significa que a situação será necessariamente melhor no próximo mês. Ao contrário, oscilações seria o normal, haja vista os numeros anemicos do importante setor de construção civil.