quinta-feira, 8 de março de 2012

O apressado come cru...

Quando decisões de política monetaria deixam de ser ditadas pela boa teoria econômica, surpresas passam a ser a nova regra. É este o caso da decisão do Copom de corte de 0.75% na Selic. A justificativa encontra-se na esfera política ou, quem sabe e sendo generoso, no que se passa por teoria econômica no famigerado tumulo da economia. O Bacen acertou ao iniciar o ciclo de relaxamento monetário em 31 de julho do ano passado. Á epoca este blogueiro e vários analistas discordaram da decisão. Reconheço que estava errado, em que pese, ainda considerar exagerada a analise a respeito do cenário internacional. Foi uma aposta e poderia ter dado errado, por sorte deu certo. O mesmo poderá acontecer com a atual decisão. No entanto, se é verdade que os numeros da industria são muito ruins o cenário internacional está longe de ser a tragedia desenhada pelo Bacen e nada indica que será pior no futuro próximo. A decisão, portanto, deve ter sido uma resposta a performance da econômia domestica. No entanto, é bom lembrar que o impacto da política monetária é defasado e tudo indica que o consumo das famílias deverá ser melhor neste e nos próximos trimestres. Em outras palavras, o crescimento neste ano não será ruim e a probabilidade dele ficar entre 4% e 4.5% é alta. Não há, portanto, motivo para desespero e tão pouco pra medidas tomadas olhando o passado recente. Política monetária não se faz olhando para o passado e sim para o futuro e nele o risco é de inflação longe da meta em 2013, movimento este que poderá se manifestar no segundo semestre do corrente ano.

Reduzir os juros não é o santo graal da industria , ainda que possa ajudar, sem dúvida, na sua recuperação. É sempre bom lembrar que o o cambio não é ó único problema que ela enfrenta. Ele é importante, sem dúvida, mas outros também o são cuja correção demandam a implementação de medidas de médio e longo prazo. O risco é cair na tentação do receituário do tumulo da economia que promete o paraiso no curto prazo, mas não o entrega e é o caminho certo para o desastre.

Falar de inflação em 2013, pode parecer tolice, já que estamos apenas no começo do ano de 2012. No entanto, nossa história, nos ensina que em se tratanto de inflação todo cuidado é pouco, alem dela ser, obviamente, o único cabo eleitoral, potencial, da moribunda oposição.