sexta-feira, 29 de junho de 2012

A grande vitoria do Monti...



O que, aparentemente, seria mais uma cupula de mais bla, bla, sobre austeridade e medidas de longo prazo transformou-se, inesperadamente, em um dos mais importantes e produtivos dos últimos anos. Esta mudança, que a todos pegou de surpresa, só foi possível devido ao Monti que, provavelmente, deve ter deixado claro para seus colegas que voltar pra casa de mãos abanando, implicaria, obrigatoriamente, em fim do seu governo. Foi ele, mais que nenhum outro, que mudou o jogo e dobrou a Merkel, que, sabiamente, optou por não entrar para a historia como responsável pelo fim do projeto da moeda única.

Há vários detalhes a serem negociados, que não devem alterar o essencial: foi aprovado a recapitalização direta dos bancos, a renuncia de credor preferencial do Mecanismo Europeu de Estabilização, o uso de fundos do EFSF/ESM para intervir no mercado primário e secundário de titulos da divída pública, o BCE será o responsável pela supervisão bancária na zona do euro. Naturalmente, as exigencias junto ao país que solicitar ajudar serão duras, mas não inclui a participação da troika. Para participar, tem que ser um país virtuoso, ou seja apresentar uma boa folha corrida, como é o caso da Irlanda, que também terá acesso as mesmas facilidades colocadas a disposição da Espanha. A Italia afirma não pretendeu solicitar ajuda para reduzir o custo da rolagem da sua divida, mas é fato que as medidas aprovadas, tornam esta opção menos humilhante, ou seja a porta esta aberta para a Italia. Se vai entrar, é uma outra questão.

A reação do mercado foi boa, mas manteve-se na linha da prudência, com o yield do titulo italiano de 10 anos caindo 38 pontos base,5.81%, e o espanhol de mesma maturidade, 6.32%, queda de 62 ponto bases. A queda não foi maior, porque ainda há detalhes importantes, como é o caso do "funding"do EFSF/ESM. O montante atual é muito pequeno diante da nova função por ele assumida e se não for alterado, seu poder de intervenção do mercado ficara bem abaixo do necessário e limitado no tempo, ou seja os recursos não seriam suficientes para uma quebra de braço, prolongada. com o mercado para garantir yields mais civilizados para Espanha e Italia. É possível, no entanto, que o simples fato do fundo de resgate poder intervir no mercado, seja suficiente para convencer o mercado que não vale a pena apostar contra os titulos dos dois países.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ou vai ou racha?



A Italia conseguiu bater a toda poderosa Alemanha e, no domingo, enfrenta a Espanha na final da Eurocopa. Se no futebol o resultado de ambas tem sido muito bom, o mesmo não se pode dizer a respeito do custo da rolagem da divida pública. A Italia conseguiu colocar 5.42 bilhões de titulos de cinco e 10 anos, pagando 6.19% para os de 10 anos e 5.84% para os de cinco anos. Valor ligeiramente superior ao alcançado pelo primeiro no último leilão, 6.03% e o do segundo, 5.66%, no mês passado. No mercado secundário o yield do titulo espanhol de 10 anos subiu e gravita em torno de 7%, tendo, inclusive superada na abertura do mercado. A situação italiana não é uma Brastemp, mas é bem melhor que a espanhola e isto não deverá se alterar antes da divulgação de importantes detalhes do emprestimo espanhol. É a velha dúvida, já mencionada, a respeito da senioridade em relação aos demais credores.

Enquanto isto, a cupula da União Europeia, continua apresentando soluções para o longo prazo e ignorando as demandas do mercado sobre o curto prazo. A posição alemã ainda é a mesma, mas há a possibilidade de acordo sobre a supervisão unificada dos bancos, e provavelmente, algum esboço das etapas/caminho para maior convergência na área fiscal/orçamentária.

Se a situação piorar, i.e. se o custo da rolagem da divida dos dois finalistas da Eurocopa 2012 atingir um nível proibitivo, caberá ao BCE entrar no mercado comprando titulos da sua divida soberana ou recorrer ao LTRO de 3 anos a juros de mãe. Mas isto se e somente se a situação se deteriorar muito...

Up date: O cenário mudou drasticamente com a recusa da Espanha e da Italia em assinar o pacote com medidas visando a retomada do crescimento e criação de emprego, sem receber em troca medidas que permitam a participação do EFSF ou do BCE no mercado de divida pública. Ele parece contar com o apoio tacito do Hollande. Parece que a Alemanha mostra-se mais disposta a aceitar a uso dos fundos do EFSF para ajudar os dois paises rebeldes. Isto porque se Monti retornar a Roma de mãos vazias, será o fim do seu governo. Em outras palavras, se a Merkel bater o pé, ela será responsável pela queda do governo Monti o que levaria ao bail out soberano da Espanha e colocaria a Italia de joelhos. Seria o fim do projeto de moeda única. Por estes motivos, acredito que Monti deverá obter sucesso em sua demanda e a Espanha conseguira excluir a clausula de senioridade no seu emprestimo e aumentou bastante a probabilidade de conseguir que o emprestimo seja direcionado ao bancos sem passar pelo tesouro, evitando aumento na relação divida/PIB. A Alemanha e aliados do norte estão em um beco se saida. Monti, alem de ótimo economista, mostrou ser um grande operador político.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A espera de mais de uma cupula de bla, bla, ...



O governo espanhol jura que conseguiu convencer a Merkel a dividir o socorro aos bancos em duas fases: na primeira o empréstismo passaria pelo estado; já na segunda seria direto aos bancos. Com isto seria possível reduzir o impacto sobre a relação divida/PIB. Pela declaração da Merkel ao parlamento alemão, nesta quarta-feira, tudo indica ser mais um delirio do ministro da fazenda da Espanha. Não seria, alias, a primeira vez.

Merkel continua com seu samba de uma nota só: reformas, reformas, reformas Sem elas, não abre bolsa para ajudar os primos perdulários do mediterraneo. No maximo faz novas promessas e continua empurrando com a barriga. Arte que, aparentemente, aprendeu com os italianos. A última deles foi a aprovação da reforma do mercado de trabalho. Contudo, entre a aprovação e a regulamentação de leis anti-populares, há sempre um curioso processo de metamorfose que as tornam irreconheciveis. Em outras palavras, é apenas pra inglês ver, melhor dizendo alemão. Merkel, na reunião de 4 de julho, devera lembrar o Monti - se necessário ainda fosse - deste pequeno, mas desagradável detalhe.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Só por cima do meu cadaver...


"Não, enquanto eu estiver viva", esta teria sido a reação da Merkel a proposta de criação de eurobonos, segundo o jornal italiano "il sole 24 ore". Ela não foi a única a colocar de lado o tom duro, porem diplomatico que a caracteriza. Monti,aposentou a fala macia e ,em fala ao parlamento italiano, afirmou não aceitar prato pronto na reunião de cupula. Sua reação pode ser explicada pela fragilidade do seu governo, vitima de comentarios venenosos do playboy que o precedeu no cargo. Ele precisa urgentemente de apresentar algo de concreto, caso queira manter-se no cargo. Perde-lo, antes do tempo, é um pesadelo para todos, principalmente para Merkel, que já agendou uma reunião Italia-Alemanha para o dia 4 de julho.
Enquanto isto, o mercado continua apostando contra a Espanha. No leilão desta terça feira, os juros dos títulos de três meses chegaram 2.362% contra 0.846 do último leilão. Já os juros dos de seis meses, atingiram 3.237%, bem superior ao 1.737% do mês passado. A demanda para ambos foi boa, mas foi menor que do último leilão. No mercado secundário o benchmark continua em patamar elevado 6.70%. Nesta quarta-feira é a vez da Italia enfrentar as feras em leilão de títulos de seis meses e quinta com os de cinco e dez anos. Não deve sair barato, o clima esta mais para sangue e areia que para alo doçura.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Nada de novo no front ...



Finalmente a Espanha solicitou, formalmente, o empréstimo para ajudar os seus bancos em dificuldades. Os detalhes/condicionalides não serão conhecidos, no melhor cenário, antes de 9 de julho, o que implica na manutenção da alta ansiedade e juros elevados da divida espanhola ate a conclusão da negociação entre o governo espanhol e a união europeia.

Como esperado Chipre solicitou bail out para resolver os problemas dos seus bancos, mas ao contrário do caso espanhol, ele não deverá ficar restrito somente aos bancos, incluindo, também, o soberano, em uma repetição do ocorrido com Irlanda, Grecia e Portugal. Ele é o desdobramento, inevitável, do bail out grego e da necessidade de recapitalização dos seus bancos, um valor que corresponde a 23% do PIB de Chipre. Não devo ser visto, portanto, como um agravamento do cenário econômico da zona do euro.

Enquanto continua os rumores, melhor descritos como sonhos de uma noite de verão sobre a reunião de cupula da união europeia. As medidas - supervisão unificada do setor bancario, garantia para todos os depositos na união europeia, fundo de socorro ao bancos em dificuldades - devem receber a conhecida bola preta alemã, que deverá demandar maior integração fiscal que poderia começar, pela coordenação do orçamento dos paises da zona do euro, ou seja ele passaria por um pente fino em Bruxelas. Uma outra idéia interessante, mas de longo prazo, seria definir um cronograma visando maior integração política.

domingo, 24 de junho de 2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A solidão da Merkel...


Mais uma semana de alta ansiedade que termina com reunião entre Espanha, Italia, Alemanha e França para aparar as arestas antes da reunião de cupula nos dias 28 e 29 de junho. O resultado não poderia ser outro: isolamento da Alemanha e acenos de medidas para o longo prazo, quando o urgente são medidas de curto prazo. Não espero muito na reunião da próxima semana, que deverá girar em torno dos detalhes do emprestimo a Espanha e o que fazer com a Grecia. Alias, a Espanha ganhou um aliado de peso: Lagarde, do FMI, defendeu, enfaticamente, o emprestimo direto aos bancos espanhois e o uso dos recursos do EFSF para comprar titulos soberanos. A proposta é interessante, mas problematica, já que o volume de recursos é limitado e se usado para esta finalidade, comprometerá a sua capacidade de socorro no futuro. Melhor esperar a reação do mercado ao detalhamento das condições do emprestimo espanhol, mais precisamente a questão da senioridade em relação aos credores privados. É isto que preocupa o mercado e explica os altos retornos exigidos na compra de titulos da divida espanhola, que por sua vez, contamina a italiana. Resolvido esta questão, os retornos devem cair para um nível ainda alto, mas sustentável.

A situação na zona do euro continua complicada, mas longe, muito longe do apocalipse prognosticado pelos pessimistas de plantão.



quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Espanha respira...



Finalmente foi conhecido, nesta quinta-feira, o relatório dos dois consultores contratados para avaliar a situação dos bancos espanhois. O valor da recapitalização - entre 16 bilhões e 62 bilhões de euros - corresponde a dois cenários: cenário de normalidade econômica e cenário de stress com forte contração da atividades econômica. Os bancos que precisam de aporte de capital já estão recebendo ajuda da Frob e não inclui os 3 maiores bancos espanhois, Santander, BBVA e Caixabank. É uma excelente noticia, seja pelo valor, bem abaixo do emprestimo prometido pela comissão europeia, como pela confirmação da solidez dos grandes bancos e a delimitação precisa do problema. Com isto será possível reverter a lenta fuga de capitais e reduzir os juros da divida espanhola. No leilão desta quinta-feira, foram colocados 2.22 bilhões, superando a meta que era de 2bilhões de euros, mas os juros atingiram novos recordes, apesar da demanda ter sido boa. A média dos juros dos titulos com maturidade em 2017 ficou em 6.072% contra 4.96% do último leilão, já a dos titulos com vencimento em 2014 e 2015 ficaram em 4.706% e 5.547% respectivamente. No mercado secundário, o titulo de 10 anos ficou abaixo dos 7%.


O governo espanhol, aparentemente, optou por solicitar, formalmente, o empréstimo somente na segunda-feira e usar o fim de semana para tentar conseguir novas concessões da Alemanha. Há ainda detalhes importantes a serem negociados: quando deverá ser pago o emprestimo, os juros, as condicionalidades, a origem dos recuros que, como mencionado em outro post, é considerada fundamental para o mercado já que dele depende a questão da senioriedade/lugar na fila do caso do barco espanhol afundar. Não será nenhuma surpresa se as negociações sobre estes pontos se estender por dias e ate semanas.


Esta não foi a única boa noticia para a Espanha nesta quinta-feira. O ECB estuda flexibilizar as regras das garantias exigidas nos emprestimos de liquidez e criar um novo novo procedimento de rating que tornaria desnecessário o uso das agências de ratings. Com isto seria possível evitar problemas de liquidez de bancos causados pelo rebaixamento da divida soberana, alem de reduzir sobremaneira o papel das agencias de rating o que ajudaria e muito na solução da crise da zona do euro.


A Espanha continua na marca do penalti, mas reduziu bastante a probalidade da necessidade de bailout do soberano o que não é pouca coisa.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Operação twist....



O mercado esperava por um QE3, mas Bernanke preferiu manter a operação twist(OT) ate o fim do ano. Nenhuma surpresa na extensão, o cenário econômico americano esta, sem dúvida, se deteriorando, mas os sinais ainda não justificam a adoção de mais uma rodada de afrouxamento monetário, principalmente no venenoso ambiente político americano. Ambiente este, alias, que torna inviável medidas na área fiscal, que produziriam resultados bem melhores que as da área monetária.

É dificil avaliar o impacto da operação twist sobre a curva de juros. A fuga por segurança, em razão da crise europeia, tem tido impacto importante nos juros dos títulos de longo prazo. É verdade que no caso da Alemanha este movimento perdeu força, ocorrendo reversão, mas mesmo assim os juros ainda se encontram em um patamar bastante confortável. Esta mundança, no caso alemão, pode ser explicada pelo retomada do controle da situação na Grecia, assim como pela percepção que a Alemanha não ficara imune aos problemas da zona do euro. Nada disto se aplica ao caso americano, já que exposição de sua economia é diferente da alemã, que, dependendo da solução encontrada, poderá ser obrigada a contribuir ainda mais para a socorro de países com dificuldades na zona do euro.Neste cenário, os titulos americanos de longo prazo, ainda continuam a ser um porto seguro e seu retorno deverá continua bem abaixo. A operação twist ajuda, sem dúvida, mas está longe de ser fundamental e sua extensão por um período maior, parece ser uma estrategia de defesa diante da possibilidade do Bernanke ser acusado de não estar fazendo o suficiente pra ajudar a economia americana a retomar o crescimento econômico. Ele sempre poderá apontar para a curva de juros, como prova que está trabalhando....

terça-feira, 19 de junho de 2012

A quebra de braço continua...




Enquanto a novela sobre o empréstimo continua, os juros exigidos no leilão de titulos de curto prazo atingiram novos recordes. Foram colocados 2.4bilhões de euros de titulos de um ano, com juros(média) de 5.074%, contra 2.985% do último leilão e 639milhões de euros de titulos de 18 meses, pagando 5.107% contra 3.302% da semana passada. A demanda - bit do cover ratio - foi boa, 2.16 para o titulo de 12 meses e 4.42 para o de 18 meses, mas vale observar que para este último o juro alcançado chegou a 5.35%, maior valor desde 1997. Na quinta feira o Tesouro volta ao mercado, com a oferta de títulos de 2,3 e cinco anos, totalizando 2.000 bilhões de euros. No último leilão o juro sobre o penultino chegou a 4.483% e o do último 5.443%. A situação ainda não é desesperadora, dado que 58% da divida(liquida) do corrente ano já foi emitida, segundo o El Pais.

Pode parecer estranho continuar falando sobre o empréstimo, mas, como mencionado ontem, a Espanha ainda não fez a solicitação formal, já que somente no dia 21, quinta-feira, deverá receber o relatório dos consultores independentes sobre a saúde dos seus bancos. Conhecido o resultado, deverá ser formalizado o pedido de empréstimo - o governo espanhol espera um valor bem abaixo do valor do emprestimo prometido pela comissão europeia - e será, finalmente, conhecido os detalhes que tanto preocupam o mercado: origem dos recursos, ESM, como defende a Alemanha e aliados ou EFSF como o mercado deseja; diretamente aos bancos como sugerido pelo Barroso e defendido com unhas e dentes pelo governo espanhol, ou através do FROB- Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, que depois repassaria aos bancos. Neste caso o fiador seria o Reino de Espanha o que causaria aumento na sua relação divida/PIB.

A pressão favorável ao empréstimo diretamente aos bancos é forte e inclui membros importantes do G20. Apesar disto, a Alemanha continua contra o que torna pouco provável esta forma de emprestimo. A volatilidade deverá continua por um período razoável e um emprestimo no estilo recebido pela Irlanda, Portugal e Grecia não é necessário. O socorro aos bancos, por enquanto, é suficiente, mas o cenário poderá mudar, para pior, se a origem dos recursos implicar em senioridade para a comissão europeia em detrimento dos demais credores. Esta é uma questão crucial, pelo menos do ponto de vista do mercado.

O aumento da inadimplência na Espanha preocupa, mas não é nenhuma surpresa, haja vista, a situação de sua economia. O estranho seria um resultado em sentido contrário. Apenas exemplifica, se necessário ainda fosse, o perigo de uma política econômica focada exclusivamente na austeridade. É preciso combina-la com medidas pró-crescimento econômico que, ao contrário do apregoado por alguns analistas,é perfeitamente possível, ainda que longe de ser trivial.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Espanha eternamente na marca do penalti?



Com a vitoria, ainda que apertada, do partido favorável ao acordo de austeridade e com as boas perspectivas de formação de governo de coalizão, a histeria em relação a Grecia deu lugar ao velho problema do empréstismo espanhol com forte impacto negativo sobre os juros da sua dívida soberana. Hoje foi estabelecido novo recorde para o retorno do benchmark - titulo de 10 anos - 7,285% e o spread em relação ao equivalente alemão, chegou a 589, colocando a Espanha na mesma posição em que se encontrava os países da zona euro que solicitaram bail out. Como explicar este comportamento do mercado, diante da garantia de empréstimo para solucionar o problemas dos bancos espanhois? Os motivos, como mencionado, em outros posts, estão relacionados a dúvidas em relação a detalhes importantes do empréstimo que, é sempre bom lembrar, ainda não foi solicitado formalmente. O que foi acordado é que a Espanha poderá solicita-lo e que a resposta será positiva, mas ainda falta esclarecer a origem dos recursos, que tem implicações sobre a senioridade no recebimento, no caso do barco espanhol afundar. O mercado não aceita, obviamente, perder seu lugar na fila, e defende que o empréstimo seja realizado diretamente aos bancos e não, como tem sido a posição da Alemanha e aliados, ao estado soberano. De fato o mercado tem toda razão, porém a última demanda é difícil de ser atendida, já que iria contra a regra definida quando da criação do EFSF e do seu substituto o ESM. A pressão do mercado é forte, más não é unica. A ele agrega-se o jogo pesado do G20, preocupado com o impacto da crise europeia sobre as suas economias. Entre eles destaca-se a posição do Obama que corre o risco de não ser re-eleito em razão do estado anemico da economia americana.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Um semana pra quem tem coração forte...


Sexta-feira calma, fechando a semana de grandes emoções e alta ansiedade que devera estender-se pelo menos ate a formação do novo governo grego. As pesquisas indicam pequena diferença em favor do partido da nova democracia, mas como o numero de indecisos é alto, não se pode descartar a vitoria da coalizão de extrema esquerda. É pouco provavel a obtenção de maioria suficiente para evitar novas rodadas de negociações e tão pouco pode ser descartado uma solução à italiana: um governo tecnocratico. Em qualquer cenário a instabilidade se faz presente. Melhor esperar o resultado das urnas... quem sabe acontece um milagre....

Enquanto o retorno do titulo da dívida espanhola de 10 anos continua elevado, 6.95% e o italiano move-se em sentido contrário, estando em 6.01, indicando que a contaminação existe, mas não é tão forte quanto apregoado por alguns analistas. Não se pode, me parece, falar em descolamento em relação a Espanha, mas o caminho é neste sentido.

Londres promete uma enxurrada de crédito para tentar retirar sua economia da letargia em que se encontra e anima aqueles que esperam movimento no mesmo sentido por parte do Bernanke. Acho pouco provável. Ele deverá esperar por mais sinais, antes de tomar a decisão...

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Merkel



Se ontem o clima foi tenso, como descrever o de hoje? Ainda não se trata de panico, mas não fica muito longe. No leilão desta quinta, a procura pelos titulos italianos de 10 anos foi boa, mas os juros subiram em relação ao último leilão, 5.3% contra 3.91%. A A última vez que atingiu um valor tão alto foi em dezembro. No mercado secundário manteve-se em patamar estável, 6.17%, enquanto que o espanhol superou a barreira dos 7%, fechando o dia em 6.93%. A piora deste último em relação a quinta feira pode ser explicado pela revisão, para baixo, dos títulos da divida espanhola, colocando o no limiar do "junk".

Enquanto isto a Merkel reconheceu, pela primeira vez, que ate mesmo a poderosa Alemanha não tem um poder ilimitado, ou seja quem apostar em mais concessões sem nenhuma contrapartida vai cair do cavalo. Recado, obviamente, dirigido ao eleitorado grego e aos partidos que imaginam poder repudiar o pacote de austeridade e ficar na comunidade europeia. Não deixa de ser, também, um recado ao primeiro ministro espanhol, que insiste em negar que recebeu um bail out e pressiona por mais concessões.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Barata tonta...


Mais um dia de grandes emoções a espera de clarificações sobre o emprestimo espnhol e contagem regressiva para eleição grega de domingo. A Italia vendeu 6.5 bilhões de euros de titulo de 1 ano,pagando o maior yield do ano,3.972%, contra 2.34% do último leilão. O bid to cover, que expressa a demanda pelos titulos, apresentou uma variação, para baixo - 1.73 contra 1.79 - que indica que demanda ainda não é anemico.Para saber o estado de animo do mercado, temos que esperar pelo resultado do leilão dos titulos de 10 anos, programado pra esta quinta-feira.

Os yields do Bund, titulo benchmark alemão, leiloados hoje, inverteram o movimento de queda passando de 1.13% para 1.5%. Antes que alguem diga que é o caos finalmente chegou é bom recordar que o estranho e preocupante era movimento em sentido contrário. A pequena subida significa simplesmente que a ansiedade em relação a eleição grga de domingo, duvidas em relação a detalhes importantes do esmprestimo espanhol estão transformando o mercado em barata tonta.

Enquanto continua o jogo de sempre: especulações sobre as propostas de Hollande que, a bem da verdade, são as mesmas do seu predecessor, demonstrando que a relação entre França e Alemanha está acima das divergências partidarias. Detalhe esquecido por alguns analistas, principalmente, na midia britanica.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Um dia de furia...



Mais um dia tenso com o yield do titulo espanhol de 10 atingindo o maior valor desde a criação da moeda única, 6.834% e o spread em relação ao alemão em 537 pontos bases. Mais uma vez o italiano de igual maturidade foi contaminado, subindo para 6.22%, com o spread atingindo 482 bases pontos. O comportamento do espanhol é o resultado, como mencionado no post de ontem, da indefinição em relação a origem dos recursos dos emprestimos a qual, deve, também, ser acrescido a insistência alemã na participação da troika na supervisão da aplicação do empréstimo, que dado o bom histórico espanhol é totalmente desnecessário e é apenas uma maneira tola e infeliz de humilhar a Espanha, já que esta função poderia ser delegada a um único ente europeu: ECB ou comissão europeia. Também não esta claro se o emprestimo implica em novas medidas de austeridade que, naturalmente, tornaria ainda mais cinzento o futuro da economia espanhola. Pra complicar ainda o mais o cenário: há dúvidas quanto ao juro a ser cobrado pelo empréstimo, já que se não se trata de empréstimo ao tesouro espanhol, mas a seus bancos. A Espanha é apenas o fiador da operação - o que não é pouca coisa -, mas é totalmente distinto do socorro a Irlanda, Grecia e Espanha. Há quem argumente que, neste caso, o valor deveria bem superior ao que vem sendo mencionado. Em outras palavras, há detalhes importantes que ainda não foram esclarecidos e não é um exagero concluir que de certo existe apenas a concordância da Espanha em solicitar o empréstimo e sua aceitação pela Comissão Europeia. É dificil - não diria impossível - voltar atrás, mas o jogo certamente ainda não terminou...

Se no caso espanhol há motivos e certa racionalidade no comportamento dos juros do benchmark, o mesmo não parece ser o caso do italiano, cujo sistema bancário não apresenta os problemas do espanhol e tão pouco tem taxa de desemprego equivalente. Em outras palavras, a economia italiana está bem melhor que a espanhola, fato este que parece não ser de conhecimento do ministro das finanças da Austria que em declaração, irresponsável, afirmou que a Italia seria o próximo na fila do bail out. A situação da Italia ainda é bem complicada, mas bem diferente do passado recente e seguramente ela não esta mais na marca do penalti. Naturalmente que poderá voltar, mas no presente momento não há indicios neste sentido...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Alta ansiedade...

Devia ter acalmado o mercado, mas a calmaria durou poucos horas e pode ser explicada pela ansiedade em relação a eleição grega no domingo e, principalmente, ruidos a respeito da origem dos recursos do emprestimo para a Espanha. Alguns paises membros da zona do euro, Alemanha por ex., são favoráveis a usar recursos do ESM, enquanto a Espannha, o mercado e a maioria dos analistas - inclusive este pobre blogueiro - preferem usar os recursos do EFSF. Recursos do ESM garantem a senioridade para os países da zona do euro, ou seja no caso de problemas, eles seriam os primeiros na fila dos credores. Já se a origem dos recursos for o EFSF, não teriam o direito de pular a fila e receberiam o mesmo tratamento dos demais credores. O mercado teme que no caso dos recursos combinados do ESM-EFSF, prevaleceria,também, a senioridade. E, naturalmente, depois da experiencia grega, ninguem está disposto a correr o risco de ficar no fim da fila e ficar a ver návios...O resultado foi volatilidade desta segunda feira, com os juros do titulo espanhol de 10, no mercado secundario, em queda e poucas horas depois, em movimento em sentido contrário, alcançando 6.49%. Sobrou,também,para o italiano que chegou a 6.004%,contra 5.758% da sexta feira.

A volatilidade deverá se manter ao longo da semana, mas poderá ser menor, caso a Alemanha e cia ltda decidam pelo EFSF e parecem de criar o caso em relação a participação da troika no emprestimo espanhol. A Espanha tem razão em recusar a participação deste nefasto trio, por motivos politicos, obviamente, e também por ter sido um aluno exemplar.

domingo, 10 de junho de 2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Encontro marcado...



Na quarta-feira argumentei que antes da conclusão da análise do FMI e dos consultores independentes sobre a saúde dos bancos espanhois, nada de relevante deveria acontecer, apenas a manutenção do jogo de chicken entre Alemanha e Espanha. O trabalho dos consultores deve estar concluído até 21 de junho, mas o do FMI deverá ser publicado na segunda-feira e, provavelmente, já é de conhecimento do governo espanhol, dai os rumores sobre um pedido oficial de socorro neste sabado. A Reuters foi a primeira a noticiar o provável evento deste sábado: teleconferencia entre os vice-ministro da fazenda da zona do euro para receber o pedido, seguida de outra, entre os ministros das fazenda para analisa-lo. Não há, ainda, menção a valores, mas especula-se que seria no minímo 40bi e no máximo 100bi de euros. Como mencionado em outro post, o empréstimo tem que ser, obrigatoriamente, ao governo espanhol, mas poderá ser direto ao FROB - Fundo de Reestruraction Ordenada Bancária que é um ente do estado espanhol e portanto cumpriria o requisito legal do EFSF. Seria uma maneira de enfatizar que o socorro é somente aos bancos espanhois, alem de minimizar o impacto político negativo tão temido pela atual administração espanhola. Para não mencionar o orgulho ferido da direita espanhola.

Mantenho a minha avaliação. A Espanha somente solicitará ajuda externa se o valor da recapitalização for proibitivo para o tesouro espanhol. Como tudo indica ser este o caso, o bail out, me parece, ser inevitável e poderá ser solicitado neste sabado ou quando for conhecido resultado da avaliação dos consultores externos ou, uma solução intermediária: solicita o socorro, mas deixa em aberto o valor...

Update: A Espanha solicitou, oficialmente socorro para seus bancos, mas o valor ainda não foi definido. É um decisão que deverá acalmar o mercado. É uma grande vitoria da Alemanha e demonstra que a eleição de Hollande, por enquanto, ainda não alterou a dinamica da zona do euro.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Melhor não podia ser....



Ao contrário da opinião expressa pelo secretário do tesouro espanhol, as portas do mercado continuam abertas aos títulos da divida espanhola. No leilão desta quinta feira o resultado pode ser considerado excelente, dado o ambiente de quase panico em relação a situação dos bancos espanhois. O bid to cover ratio dos titulos de 10 anos foi de 3.3, sendo negociados um total de 611 milhões de euros, com juros de 6.004% contra 5.743% do leilão de Abril. Já os titulos com maturidade em 2016 - um total de 825 milhões de euros - foram leiloados por 5.353%, contra 4.319% do último leilão, com um um robusto bid to cover rate de 3.463%.

Na esfera política, Merkel, mais uma vez, defendeu a tese de unificação fiscal e política como caminho a ser seguido pra solucionar os problemas da zona do euro e lembrou que o mecanismo para enfrentar problemas dos bancos da zona do euro já existe, não sendo necessário novas propostas nesta área. Ela, provavelmente tinha em mente o EFSF, que, de fato contem artigos discutindo o caminho das pedras no caso de cenário semelhante ao espanhol, ou seja socorro aos bancos, sem as duras condicionalidades exigidas no caso do bail out de um país, como no caso da Grecia, Portugal e Irlanda. No entanto ele não deixa dúvidas em relação a responsabilidade pelo emprestimo: o soberano e isto, como mencionado no post de ontem, é inaceitável para a Espanha que teme o impacto político e, principalmente, o impacto sobre os bancos espanhois em boas condições, pra não mencionar o estigma para a sua economia como um todo. Temores compreensiveis, mas exagerados, o mercado sabe, pelo menos neste caso, separar o joio do trigo.

Enquanto isto no Império, Bernanke não deu nenhuma indicação sobre uma nova rodada de afrouxamento monetário e me parece que ele, como todos, está esperando pelo resultado das eleições na Grecia e o encaminhamento da solução pra o problema dos bancos da Espanha, o que, no momento, para ser a melhor opção, ou quem sabe a única a disposição do policy maker...

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Game of chicken...




O ECB manteve a taxa de juros inalterada e Draghi, na entrevista coletiva, prometeu apenas a manutenção dos empréstimos, de três meses, aos bancos e nenhuma menção a uma nova rodada de empréstimos de 3 anos. Vale destacar a menção a revisão/ampliação das garantias exigidas nos empréstimos de 90 dias e a possibilidade de corte nos juros na próxima reunião em junho. A questão espanhola, argumentou, não é um problema de política monetária, mas da alçada política.Na pratica passou a bola para os políticos. Ele, naturalmente, tem toda razão. Este pobre blogueiro não esperava o anuncio de uma nova rodada de emprestimos de 3 anos por considera-la prematura antes do resultado das eleições gregas. Reafirmar que o problema é político, não é, contudo, uma resposta ao problema e confesso que esperava mais do Draghi.

Enquanto isto continua o "game of chicken" entre a Comissão Europeia - leia-se Alemanha - e a Espanha. A última proposta da primeira é um bail out com um pequeno número de condicionalides e com moderada supervisão externa, mas que teria que passar, necessariamente, pelo governo da Espanha, ou seja,o socorro direto aos bancos está, por enquanto, fora da mesa de negociação. Digo por enquanto, por que a resposta da Espanha a proposta - caso venha a ser formulada oficialmente - deve ser esperar pelo resultado da avaliação que esta sendo realizada, pelo FMI e dois consultores, sobre a saúde dos bancos espanhois. A Espanha defende a tese que a recapitalização requer um volume de recursos bem abaixo do mencionado pelo mercado. O resultado do trabalho deverá ser conhecido em breve - com alguma sorte na próxima semana-, ate lá nada de relevante deverá acontecer, apenas a manutenção do atual jogo.

Independente do resultado da pesquisa, me parece muito difícil o bail direto dos bancos espanhois. Se o volume de recursos necessários para recapitalizar os bancos for pequeno é provável que o governo espanhol opte por assumir a tarefa. Somente aceitará ajuda externa se o volume for muito elevado. Especular neste campo é sempre arriscado, mas dado o tamanho do estrago causado pela bolha imobiliaria e os conhecidos problemas de gestão de alguns bancos regionais, acho pouco provavel que o volume de recursos necessários não seja considerável e, portanto, acima da capacidade espanhola de recapitalizar os bancos sem aporte externo. O custo fiscal da recapitalização com recursos do tesouro espanhol seria razoavel, com implicações negativas sobre a capacidade dele em implementar medidas visando a retomada do crescimento econômico. Melhor esperar e rezar...

terça-feira, 5 de junho de 2012

A espera do Draghi...



A Espanha, aparentemente, escolheu o caminho do tudo ou nada na sua campanha para convencer a Alemanha a aceitar a recapitalização direta do seus bancos, ou seja sem a intermediação do governo espanhol. A declaração do secretário do tesouro sobre as portas fechadas aos títulos da divida espanhola, justamente na semana em que ela vai testar a paciência do mercado é o ultimo grito de socorro, a última carta na manga. A conferência telefônica entre os ministros da fazenda e presidentes dos Bacens do G7 deve ser, também, analisada sobre esta ótica. O fato é que a Espanha não tem como recapitalizar os seus bancos e não esta disposta a recorrer ao bail out e tão pouco é possível empurrar por muito tempo o problema com a barriga. Quarta feira o Draghi, deverá falar sobre assunto e, provavelmente, apresentará uma proposta de solução do problema. Uma nova rodada de LTRO pra resolver o problema espanhol é uma alternativa, mas seria usar uma arma para caçar elefantes para matar um rato. A melhor opção é ajudar diretamente aos bancos, mas qualquer que seja o estilo, direto ou indireto, o bail out é inevitável...logo é melhor relaxar e ....

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Nada de novo no front...


Inicio de semana tranquilo, com o mercado ainda tentando digerir os dados nada agradáveis da economia americana, chinesa e a conhecida dança europeia ou seria um daqueles filmes suecos lentos e escuros. No sabado o primeiro ministro espanhol, declarou ser favorável a maior integração fiscal, inclusive com transferencia, significativa de soberania para um ente europeu que ficaria responsável pelos diferentes aspectos da gestão fiscal. A declaração é parte da tática espanhola pra convencer os alemães a aceitarem o proposta de socorro direto aos bancos, que resolveria o problema que eles enfrentam sem a imposição de medidas corretivas ou supervisão ao país/ nacionalidades dos bancos. Não entende o objeção alemã, afinal a espanhol concordou com praticamente tudo que lhe foi exigido e é difcil imaginar o que poderia ser acrescido a longa e dura lista de tarefas a serem cumpridas. Afinal a Espanha tem sido um aluno modelo e merece alguma recompensa. É claro que esta medida não poderia ser valida somente para os bancos espanhois, o que poderia ser um incentivo ao comportamento imprudente de bancos em outros países. É um fato, porém, é possível pensar medidas para minimizar este risco e comparando o com os ganhos em rapidez na solução do problema bancário da zona do euro, me parece que é uma boa escolha.

Para evitar a contaminação, Portugal escolheu o caminho da prudência com a recapitalização de 3 bancos, em um total de 6.6. bilhões de euros. É uma media correta e que vem em bom hora.

domingo, 3 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Déjà vu...




Como mencionado, ontem, os sinais no Império apontam para a repetição do filme visto nos últimos anos. Os números do mercado de trabalho, publicados nesta sexta feira, reforçam a nossa avaliação. Apenas 69.000 postos de trabalhado criados em maio - a expectativa era de 150.000 - e os números, revisados pra baixo, de março e abril:143.000 contra 154.00, 77.000 contra 115.000 respectivamente, confirmam a perda de dinamismo da economia americana. O desemprego, também aumentou, de 8,1% para 8.2%, em razão do aumento no número de pessoas no mercado de trabalho, ou seja, aqueles que haviam desistido de procurar emprego retornaram ao mercado de trabalho e se isto se mantiver nos próximos meses,a taxa de desemprego deverá aumentar. Esta performance sofrível do mercado de trabalho recoloca na agenda a possibilidade de mais uma rodada de QE, já que medidas na área fiscal, dado o clima político, estão descartadas. Tenho dúvidas quanto a eficácia de mais uma rodada de afrouxamento monetário, a melhor opção, realmente, seria aumentar os gastos públicos. Com os yeilds dos títulos soberanos americanos em níveis absurdamente baixos, torna-se sem sentido preocupar-se com o aumento da divida pública.

Infelizmente, o Imperio não foi o único portador de más noticias. Há indicação que o desaquecimento da economia chinesa poderá ir alem de um "soft landing", caso o seu governo, continue fazendo de conta que nada de estranho está acontecendo. É mais uma fonte de preocupação para a economia mundial, principalmente para países como Australia e Brazil.