segunda-feira, 18 de junho de 2012

Espanha eternamente na marca do penalti?



Com a vitoria, ainda que apertada, do partido favorável ao acordo de austeridade e com as boas perspectivas de formação de governo de coalizão, a histeria em relação a Grecia deu lugar ao velho problema do empréstismo espanhol com forte impacto negativo sobre os juros da sua dívida soberana. Hoje foi estabelecido novo recorde para o retorno do benchmark - titulo de 10 anos - 7,285% e o spread em relação ao equivalente alemão, chegou a 589, colocando a Espanha na mesma posição em que se encontrava os países da zona euro que solicitaram bail out. Como explicar este comportamento do mercado, diante da garantia de empréstimo para solucionar o problemas dos bancos espanhois? Os motivos, como mencionado, em outros posts, estão relacionados a dúvidas em relação a detalhes importantes do empréstimo que, é sempre bom lembrar, ainda não foi solicitado formalmente. O que foi acordado é que a Espanha poderá solicita-lo e que a resposta será positiva, mas ainda falta esclarecer a origem dos recursos, que tem implicações sobre a senioridade no recebimento, no caso do barco espanhol afundar. O mercado não aceita, obviamente, perder seu lugar na fila, e defende que o empréstimo seja realizado diretamente aos bancos e não, como tem sido a posição da Alemanha e aliados, ao estado soberano. De fato o mercado tem toda razão, porém a última demanda é difícil de ser atendida, já que iria contra a regra definida quando da criação do EFSF e do seu substituto o ESM. A pressão do mercado é forte, más não é unica. A ele agrega-se o jogo pesado do G20, preocupado com o impacto da crise europeia sobre as suas economias. Entre eles destaca-se a posição do Obama que corre o risco de não ser re-eleito em razão do estado anemico da economia americana.