terça-feira, 12 de junho de 2012

Um dia de furia...



Mais um dia tenso com o yield do titulo espanhol de 10 atingindo o maior valor desde a criação da moeda única, 6.834% e o spread em relação ao alemão em 537 pontos bases. Mais uma vez o italiano de igual maturidade foi contaminado, subindo para 6.22%, com o spread atingindo 482 bases pontos. O comportamento do espanhol é o resultado, como mencionado no post de ontem, da indefinição em relação a origem dos recursos dos emprestimos a qual, deve, também, ser acrescido a insistência alemã na participação da troika na supervisão da aplicação do empréstimo, que dado o bom histórico espanhol é totalmente desnecessário e é apenas uma maneira tola e infeliz de humilhar a Espanha, já que esta função poderia ser delegada a um único ente europeu: ECB ou comissão europeia. Também não esta claro se o emprestimo implica em novas medidas de austeridade que, naturalmente, tornaria ainda mais cinzento o futuro da economia espanhola. Pra complicar ainda o mais o cenário: há dúvidas quanto ao juro a ser cobrado pelo empréstimo, já que se não se trata de empréstimo ao tesouro espanhol, mas a seus bancos. A Espanha é apenas o fiador da operação - o que não é pouca coisa -, mas é totalmente distinto do socorro a Irlanda, Grecia e Espanha. Há quem argumente que, neste caso, o valor deveria bem superior ao que vem sendo mencionado. Em outras palavras, há detalhes importantes que ainda não foram esclarecidos e não é um exagero concluir que de certo existe apenas a concordância da Espanha em solicitar o empréstimo e sua aceitação pela Comissão Europeia. É dificil - não diria impossível - voltar atrás, mas o jogo certamente ainda não terminou...

Se no caso espanhol há motivos e certa racionalidade no comportamento dos juros do benchmark, o mesmo não parece ser o caso do italiano, cujo sistema bancário não apresenta os problemas do espanhol e tão pouco tem taxa de desemprego equivalente. Em outras palavras, a economia italiana está bem melhor que a espanhola, fato este que parece não ser de conhecimento do ministro das finanças da Austria que em declaração, irresponsável, afirmou que a Italia seria o próximo na fila do bail out. A situação da Italia ainda é bem complicada, mas bem diferente do passado recente e seguramente ela não esta mais na marca do penalti. Naturalmente que poderá voltar, mas no presente momento não há indicios neste sentido...