quinta-feira, 5 de julho de 2012

Juros em queda...



Não foi uma ação coordenada, argumentou o Draghi, mas reconheceu que eles conversaram sobre o estado da economia mundial. Não convenceu ninguem, afinal com uma diferença de menos de uma hora do anuncio da decisão chinesa, o BCE reduziu a sua taxa de juros para 0.75% - o menor nível desde 1999 - e a taxa dos depositos bancários no overnight desceu pra zero. Com estas medidas tenta, heroicamente, aumentar o volume de empréstismos e segurar o rojão a espera de outras medidas que dependem de acordo político. Medidas esperadas e, por isto mesmo, o impacto não deve ser lá grande coisa. Já no caso da China é surpresa: já que é o segundo corte em um mês, depois de três anos sem alterar os juros. Sinal que a política de esfriamento do setor imobiliário esta produzindo impacto maior que o desejado no conjunto da economia. Situação complicada: não pode reverter a política para este setor, devido ao temor de criar bolha, mas sem isto torna-se dificil evitar o desaquecimento, alem do desejado, da economia. Como a inflação está em queda, há mais espaço pra se fazer política monetária. Se não conseguir reverter a tendência de menor crescimento será inevitável a reversão na política para o setor imobiliáro. Afinal a ditadura chinesa não quer correr o risco de queda na criação de postos de trabalho.

Na velha albion, o Banco da Inglaterra - o Bacen deles - manteve a taxa de juros em 0.5% e optou por mais uma rodada de QE de 50 bi de libras. Mal não faz, mas tão pouco deve alterar,significativamente, o estado letargico da economia britanica. Com juros da divida britanica em níveis absurdamente baixos, é uma grande insanidade preocupar-se com a divida pública e insistir no caminho certo para o desastre que é a política de austeridade.

Tempos bicudos, sem dúvida alguma...