segunda-feira, 30 de julho de 2012

Merkel já não assusta mais?


A semana começa com o Governo da Catalunha anunciando que não poderá pagar este mês as entidades com as quais mantem convenio de prestação de serviços na área de saúde e de assistencia social. Uma clara indicação da difícil situação pelo qual passa esta importante região autonoma, responsável por 20% do PIB da Espanha.

Enquanto isto, continuam as negociações sobre as medidas para substanciar a dura declaração de Draghi que conseguiu inverter o movimento ascendente dos rendimentos dos titulos soberanos. Neste segunda feira eles continuavam gravitando em torno do pico em que se encontravam antes do anuncio que Valencia estava solicitando socorro ao governo central da Espanha. O titulo italiano de 10 anos fechou em 5.95%, spread de 458.18%, variação de +0.60, enquanto que o espanhol foi negociado a 6.58%, spread de 520.61, variação de 2.30%.

O leilão de titulos italianos, também foi um sucesso, com rendimentos abaixos do mês passado. O titulo de 10 foi negociado por 5.96%, contra 6.19 do último leilão e o do cinco anos ficou em 5.29%, contra 5.84% no mês de junho. O bid do cover, que expressa a demanda pelos titulos foi baixo,1.29%, como já havia ocorrido em junho, 1.28%. A baixa procura indica que o mercado ainda continua extremamente cauteloso e por isto a queda no rendimento é um ótimo resultado que, no entanto, poderá ser revertido caso novas medidas não venham a ser adotadas pelo BCE.

A lista de medidas que poderá ser adotada é grande , mas a minha aposta é em uma nova demonstração de criatividade por parte do Draghi que não necessariamente será anunciada na reunião desta quinta-feira. As movimentações de figuras importantes e principalmente a declaração do Junker, presidente do grupo da zona do euro, parece sinalizar neste sentido, alem de fortalecer a hipotese que a oposição alemã não tem mais o mesmo poder que tinha tempos atrás. A paciência com a agir alemão centrado na defesa do seu auto interesse e guiado pelo calendário eleitoral, parece ter esgotado a paciência de vários membros importantes da zona do euro.