sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Semana sem grandes novidades...



Janio dificilmente deve ser a fonte de inspiração, mas o fato é que Presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, adotou a sua estratégia de repetidas ameaças de renuncia para protestar contra a proposta de compra de titulos soberanos no mercado secundário. Merkel, por enquanto, consequiu demove-lo, mas como tudo indica que a proposta do Draghi será aprovada pelo board do ECB, Weidmann em breve deverá cantar em outro lugar. Para evitar que isto aconteça, é necessario massagear seu ego e esta parece ter sido a intenção do representante alemão no ECB, Joerg Asmussen, ao propor a participação do FMI na formulação do cojunto de medidas que será a contrapartida exigida para a compra dos titulos no mercado secundário.

O ruido alemão e aumento significativo da fuga de capitais na Espanha neste primeiro semestre, impactaram negativamente sobre os juros dos titulos italianos e espanhois de 10 anos que fecharam em 5.89% e 6.92%, bem próximo do teto de cada um. Já os titulos de 2 anos continuaram em queda e foram negociados por 2.796% e 3.656%, respectivamente.

Li muito rapidamente o discurso do Bernanke e não encontrei nenhuma promessa de medida eminente na área monetária. A defesa da eficácia do afrouxamento monetário adotado sinaliza a disposição de implementar uma nova rodada, caso a economia americana não apresente sinais de recuperação, principalmente do mercado de trabalho. Como este é um ano eleitoral, acredito que a primeira opção dele é por dar uma tempo para colher os resultados da operação twist. Reconheço, no entanto, que a probabilidade do QE3 aumentou substancialmente.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Italia respira...


Segundo Maria Fekter, Ministro das Finançãs da Autria, "if the ECB helps, it can only happen with condition". É a mesma avaliaçâo e preocupação do Draghi e demais membros do board do ECB: como socorrer os paises em dificuldades e evitar, ao mesmo tempo, o problema do moral hazard. Ela não mencionou, mas sabemos ser o exemplo italiano do último verão a fonte da preocupação com a sua repetição neste outono europeu.

Enquanto isto na Espanha, Valencia, anunciou que deverá solicitar um valor maior que o previamente anunciado: 4.5 bi. Alem dela, Catalunha já avisou que precisa de 5.023 bi e a Murcia, 700 bi. Ha, ainda, mais 4 regiões na fila, que ainda não anunciaram o valor do socorro a ser solicitado ao Fondo de Liquidez Autonómico, cujo volume total de recursos é bem limitado: 18bilhôes. Pelo andar da carruagem, não será suficiente para ajudar todas as regões que, naturalmente, deverá impactar negativametne sobre os juros da divida soberana italiana. Por enquanto, parece ter afetado somente o rendimento do titulo de 2 anos que fechou em 3.709%. O titulo de 10 anos continua estável, 6.57%.

O retorno da Italia ao mercado de titulos de 5 e 10 foi um sucesso, com a demanda deste ultimo em 1.4 vezes, e os juros no valor mais baixo dos últimos 5 meses, 5.82%, contra 5.96% em julho. O titulo de 5 anos foi negociado a 4.73%, contra 5.29% do último leilão. A queda nos juros de curto prazo, não alterou o comportamento do titulo de 10 anos que fechou em 5.79%. O bom resultado do leilão é mais um indicio que o mercado já precificou o valor dos titulos de curto prazo o que implica afirmar que dependendo do resultado da próxima reunião do ECB, os juros dos titulos de curto e longo prazo devem subir. Se o ele argumentar que precisa esperar o veredito da Corte Alemâ, a varição será minima, mas se comunicar que precisa de mais tempo e que somente na próxima reunião em 4 de outubro será possível apresentar maiores detalhes sobre o plano, a subida será maior.

Os numeros do setor externo alemão demonstram que o estado anemico da economia europeia começa a afetar a toda poderosa locomotiva da zona do euro. As exportações para a zona do euro cairam 1.2%, sendo que para os paises em dificuldades a perfomance foi muito ruim: Portugal, -14.3%; Espanha, -9.4%, Grecia, -9.2% e Italia, -8.2%. Felizmente, o resultado para o resto do mundo fou muito bom: Japão, 19.9%; USA, 18.6%; Russia, 14.8%. O resto do mundo recebe 42% das exportações alemã. Há um ano era 39.7%

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mais um dia tranquilo...


Em artigo publicado nesta quarta-feira no jornal alemão Die Zeit, Draghi, reafirmou sua tese que " fulfilling our mandate sometimes requires us to go beyond standard monetary policy tools" e "this may at times require exceptional measures". É, obviamente, uma resposta as criticas de membros do governo alemão à sua proposta de compra de titulos dos paises soberanos no mercado secundário, principalmente, ao comentário do presidente do Bundesbank, que no fim de semana afirmou que esta medida estaria muito proxima do financiamento monetário dos estados em dificuldades, o que é proibido pelos tratados da zona do euro. Em razão da experiência alemã com a hiperinflação, há uma forte oposição a medidas que possam levar ao descontrole inflacionário. Não é o caso do cenario atual, mas esta não parece ser opinião de vários membros do governo alemão, apesar da Merkel ter declarado, publicamente, várias vezes seu total apoio as idéias do Draghi. Ele sabe que este apoio é fundamental, mas não garante a adesão do Bundesbank ao seu plano, dai ser importante recorrer diretamente ao eleitorado alemão, demove-los de temores infundados e convence-los que a sua proposta é a resposta mais adequada, no curto prazo, para o problema da diferença crescente entre os juros cobrados pelas dividas dos países soberanos, que tem impacto negativo sobre a eficacia da política monetária, alem de colocar em risco a própria existência da moeda única. O fato do Draghi ser italiano, torna ainda mais importante este tipo de dialogo com o público alemão.

O artigo do Draghi e o clima de otimismo com a aproximação da data da reunião do BCE, explicam o sucesso do leilão de titulos italianos de seis meses: juros de 1.591% contra 2.469 do último leilão. A demanda foi próxima à de julho: 1.69 vezes, contra 1.61 vezes. No mercado secundário, os titulos italianos e espanhois, continuam em queda, fechando em 2.944% e 3.607%, respectivamente. Já os de 10 anos, continuam estáveis: o espanhol foi negociado por 6.53% e o italiano por 5.76%. Amanha tem leilão de titulos italianos de 5 e de 10 anos. A minha aposta é o que de 10 anos deverá ficar em torno dos 5.7%.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Boas noticiais...



Ontem, Asmussen, representante germanico no ECB, voltou a defender a tese que a intervenção no mercado secundário, deve ser precedida de intervenção do fundo de resgate EFSF/ESM no mercado primário. Em outras palavras, sem solicitação de pedido de socorro, não haverá intervenção no mercado de titulos da divída soberana. Ele deixou claro que não esta disposto a repetir o mesmo erro do verão passado, quando o socorro a Italia, não foi acompanhado de implementação das reformas necessarias pra garantir a retomada do crescimento econômico, assim como a restauração da credibilidade do Estado italiano, sem o qual é difícil reduzir os juros da divida soberana pra níveis sustentáveis. É isto que explica a exigência de primeiro pedir socorro ao fundo de resgate e aceitar as suas condicionalidades e somente depois, se isto não se mostrar-se suficiente, O BCE partiria para a compra de titulos no mercado secundário. Ainda, segundo Asmussen há detalhes a serem trabalhados, antes do anuncio da proposta final. Talvez, por isto o Draghi tenha optado por não comparecer a reunião de Jackson Hole, já que, dado a alta ansiedade, ele seria poupado pelos jornalistas, solicitando maiores detalhes do seu plano. É bom lembrar que há uma grande chance dele ser anunciado somente depois de conhecida a opinião da Corte Constitucional alemã, em 12 de setembro. Haja coração.

Em mais uma demonstração que o mercado considera favas contadas, a intervenção no mercado da divida de curto prazo, os titulos espanhois de 3 meses, foram negociados no leilão desta terá feira a 0.946%, uma queda mais que significativa em relação ao do mês passado, 2.434%. A demanda tambem foi boa, 3.4 vezes, contra 2.9 do último leilão. A Italia também vendeu titulos de 2 anos pagando um juros bem abaixo do leilão de julho: 3.064%, contra 4.860%. O sucesso dos leilões, derrubou o rendimento no mercado secundário: o italiano fechou em 3.040% e o espanhol em 3.664%. Já os titulos de 10 anos, não apresentarão variação significativa.

Na Grecia, segundo a Reuters, os depositos privados nos bancos gregos, subiram 2%, o que é um bom sinal, se lembramos que no mês passado a queda havia sido de 5%. É bom lembrar que neste período - verão europeu - é normal queda nos depositos e que a piora na situação econômica também impacta negativamente sobre o volume de depositos. Dai ser uma noticia bem auspiciosa...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Contagem regressiva...


A semana começa com mercado em calmaria, a espera das novidades do BCE, prometidas para a quinta-feira da próxima semana. Novos balões de ensaios são esperados ao longo da semana, assim como ruidos vindos do velho e conhecido calcanhar de aquiles da zona da euro: a Grecia. Engana-se, quem imagina que a sua saida da zona do euro seria indolor. O primeiro ministro grego tem toda razão, quando afirma que se a Grecia sair ou for convidada a deixar o clube, não será a única. Seria um evento que aumentaria ainda mais o risco da conversibilidade e, portanto, a diferença entre os juros da divida soberana alemã e a dos demais países em dificuldades - Italia e Espanha,em particular - alcançariam valores altos o suficiente para transformar em realidade o desejo de muitos: a implosão da zona do euro.

Ontem o Munchau, colunista do FT, mostrou-se cetico em relação a proposta de teto para os juros da divida soberana, argumentando que o mercado rapidamente o testaria. Ele tem toda razão em relação ao comportamento do mercado, mas esquece que ele depende fundamentalmente da credibilidade do agente a frente da instituição, assim como desta última. A credibilidade de ambos, Draghi e ECB, é alta o que reduz bastante o incentivo a testar, varias vezes, a disposição de defender o teto dos juros. Por isto é importante, como já mencionado em outro post, que o volume de recursos, assim como o tempo não sejam limitados. Ele também, recoloca em dicussão um velho problema: a questão da subordinação, ou seja a preferencia do BCE na fila dos credores que tem sido a grande responsável pela expulsão dos países, que solicitaram socorro a troica, do mercado de divida soberana. Ao ficarem fora deste mercado, tornam-se totalmente dependentes da troica, e a "secura", acaba contaminando o setor privado, que sem acesso a fontes privadas de investimento e diante das expectativas nada roseas sobre o futuro da economia, acabam aprofundando a contração econômica, tornando impopulares os programas de reformas indispensáveis à retomada sustentada do crescimento econômico. Garantir o acesso ao mercado é questão crucial, como faze-lo não é nada trivial.

Na espera por boas novas na próxima semana, o titulo italiano de 10anos fechou em 5.73% e o espanhol em 6.42%, com o spread em relação ao alemão em 506.38. Já o titulo espanhol de anos esta sendo negociado a 3.746% e o italiano em 3.135%. Ambos tem se mantido estáveis, ainda que em níveis elevados. É bom lembrar que, no caso espanhol, isto não alterou os juros médios da sua divida soberana: 4,1%. Como a estrategia tem sido colocar titulos de menor maturidade, é de fundamental importância acompanhar os rendimentos deles no mercado secundário.

domingo, 26 de agosto de 2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Esperando pelo 12 de Setembro...


Merkel recebeu nesta sexta feira o Antonis Samaras, primeiro ministro grego e repetiu o mantra de sempre: é favorável a permanência da Grecia na zona do euro; fará tudo que for possível para ajuda-la, etc. Como esperado, não gostou nada da idéia de extensão do prazo para cumprir as metas acordadas com a troica e aproveitou pra lembrar que ainda há muito a ser feito. Vai esperar pelo relatorio da troica, antes de tomar qualquer decisão sobre a questão grega. Ela sabe que o publico alemão, assim como os seus representantes no parlamento, não estão dispostos a continuar colocando recursos no saco sem fundo grego. Afinal, ano que vem tem eleições e ela, como todo politico, quer ser reeleita.
Segundo a bloomberg, Draghi vai esperar a decisão da Corte Constitucional sobre o fundo de resgate, pra anunciar os detalhes do seu plano de compra de titulos do mercado secundário que, segundo, a mesma fonte ainda vai levar algum tempo antes de conhecer a luz do dia. Estranho, muito estranho. No dia 2 de agosto, Draghi já estava ciente da questão legal e problemas técnicos por complicados que sejam, não justificam postergar ainda mais a divulgação dos detalhes tão esperados pelo mercado. O problema, provavelmente, deve estar na alçada política, nas tratativas entre a dupla dinamica( Alemanha e França) com o Rajoy. A oposição do Bundesbank, como mencionado em outro post, é importante, mas de modo algum será um impedimento ao plano Draghi, já que ele conta com o apoio da Merkel.
Enquanto nada de oficial é divulgado, o mercado continua praticando seu esporte predileto: boatos sobre como deverá ser operacionalizado a intervenção prometida pelo Draghi. O último balão de ensaio é o uso do sistema de bandas, que de fato é bem mais interessante que a outra proposta - negada pelo ECB - de teto que dispararia o gatilho automatico. No entanto, acredito que a simples existência de um sistema de intervenção conjunta do fundo de resgate e do ECB por tempo e montante de recursos ilimitados é suficiente para convencer ate o mais cético agente que não vale a pena uma quebra de braço com os dois. A questão é fundamentalmente de credibilidade.
No Imperio, o mercado anda a cata de sinais para confirmar o seu imenso desejo de uma nova rodada de afrouxamento monetário. Depois da ata do FED, uma carta do Bernanke endereçada a um deputado americano foi apresentada como a mais uma prova da inevitabilidade do QE3. Li a carta, mas continuo cético. Ele simplesmente afirma o obvio em defesa do seu trabalho para evitar a piora da situação econômica e criar as condições para uma retomada sustentável do crescimento econômico. Concedo, apenas, que a probabilidade aumentou, mas ela está longe de ser favas contadas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mais um capitulo da novela grega e da saga espanhola...


No velho continente, Hollande e Merkel, reafirmaram, mais uma vez serem favoráveis a permanência da Grecia na zona do euro; deixaram claro, no entanto, que isto depende fundamentalmente dos gregos, que devem seguir o figurino acordado com a troica, ou seja nada de pedir extensão de prazo para cumprir as metas e muito menos, ainda, solicitar maiores recursos. Antonis Samaris, como mencionado no post de ontem, diz que precisa somente de mais tempo, mas ninguem, obviamente, está disposto a acreditar nas palavras de um político grego. Motivos para esta desconfiança é que não faltam. Ele, no entanto, tem razão quando reclama que as declarações de alguns políticos - leia-se alemães e aliados - de pouco apreço pela permanência dos gregos na zona do euro , em nada ajudam no seu difícil trabalho de evitar que seu pais caia no buraco negro que arrastaria, também, outros paises. Neste sentido, ele foi bem didatico: se a Grecia for expulsa, não será a única a ser obrigada a abandonar o barco da moeda única europeia. Infelizmente, me parece que a análise dele esta correta.

A novela espanhola pelo jeito ainda promete novas emoções. Segundo a reuters, o governo espanhol estaria negociando com os parceiros da zona do euro, um pacote de socorro que incluiria a compra de divida soberana no mercado primário e no secundário. A primeira tarefa seria delegada ao fundo de resgate e a segunda ao BCE. Como o primeiro somente poderá entrar em operação depois de receber o ok da Corte Constitucional Alemã em 12 de setembro, o acordo, no melhor cenário, não devera conhecer a luz do dia antes da segunda metade do mês de setembro. Isto se o Rajoy concordar com as condicionalidades que devem ser conhecidas na próxima reunião do BCE. Dado o volume de recursos que a Espanha tem que captar no mês de outubro, ela dificilmente deixara de solicitar socorro aos parceiros europeus. É apenas uma questão de quando isto será mais apropriado ao ego imenso do seu mediocre primeiro ministro, o Sr. Rajoy.

Enquanto isto, há mais sinais indicando que a economia da zona do euro deverá entrar em recessão no próximo semestre. A economia da toda poderosa Alemanha parece sentir os efeitos da anêmica situação econômica da zona do euro e da perda de folego da economia chinesa. No imperio, o FED, na ata da ultima reunião, promete novas medidas, se a retomada do crescimento da economia americana não se mostrar sustentável. O mercado aposta em uma nova rodada de afrouxamento monetario que, na modesta opinião deste modesto blogueiro, mal não faz, mas tão pouco é o elixir milagroso apregoado por analistas mais apressados. Apesar disto, ainda não acredito que o QE3 será aprovado na próxima reunião do FED. Apostaria em outras medidas mais condizentes com o talento e a criatividade do Bernanke.

A noticia das negociações espanholas deveriam ter derrubado os juros da sua divida soberana no mercado secundário, mas o efeito, por enquanto foi justamente contrário. O mercado,continua arisco e preocupado com a questão da senioridade, ou seja sobre quem vai ficar em primeiro lugar na fila de credores. As perspectivas nada animadoras da economia mundial também é um fator que ajuda a explicar a pequena elevação dos juros dos titulos espanhois de 10 anos, 6.35%, e 3.714% o de 2 anos. Já o italiano de 10 anos fechou em 5.70% e o de 2 anos em 3.197%. É importante lembrar que, apesar de elevados, ainda estão em uma patamar abaixo da média das últimas semanas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dia tranquilo...


Dia tranquilo, apesar da visita do Junker, presidente do eurogrupo, à grecia. Ele, assim como Merkel, reafirmaram a posição já bem conhecida, de esperar o relatorio da troica, para tomar qualquer decisão em relação as demandas gregas. Antonis Samaras, primeiro ministro grego, que deverá reunir-se esta semana com a Merkel na sexta e no sabado com o Hollande, em entrevista ao jornal alemão de maior circulação, declarou que a Grecia preciso de um tempo maior para respirar e que nele não esta incluso nenhum recurso adicional. Em outras palavras,a grecia não está solicitando um terceiro bail out, apenas um prazo maior pra atingir as metas negociadas com a troica. Este pobre blogueiro, assim como a grande maioria dos analistas, continua cetico quanto ao estado da economia grega Um fato é inegavel: pedir ao parlamento alemão à aprovação de mais recursos para a Grecia não é exatamente o maior desejo da Merkel.
A Alemanha continua nadando de braçadas no mercado de titulos soberanos. No leilão desta terça, 4 bilhões de euro de titulos de 2 anos, com cupom zero - não paga juros ao comprador - encontrou boa demanda, 1.5 vezes o ofertado, abaixo, é verdade, da procura do leilão de julho, 2 vezes. Esta boa performance, confirma, mais uma vez que ela continua sendo o porto seguro e, também, a validade da tese do risco de conversibilidade para explicar a diferença dos juros das dividas dos países da zona do euro. Nesta terça o titulo de 10 anos da Italia apresentou uma leve variação pra baixo, 6.5%, enquanto que o movimento do espanhol foi ascendente, 6.324%. Já o italiano de 2 anos manteve-se estavel, enquanto que o espanhol apresentou variação ascendente, fechando em 3.619%. Os movimentos ficaram dentro do esperado e podem ser explicados pela ansiedade, normal, que sempre acompanha as negociações com a Grecia.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O novo aliado do Draghi...


Jorg Asmussen, representante da Alemanha no executive board do BCE indicado pela Merkel expressou seu apoio a proposta do Draghi de comprar titulos no mercado secundário, argumentando que defender a sobrevivência da moeda única faz parte do mandato do bacen da zona do euro e que é justamente o risco de implosão da zona do euro que explica a diferença crescente dos juros cobrados pelas dividas soberanas dos seus membros. Em outras o risco de conversibilidade do euro para uma moeda nacional, marco alemão e lira, por ex., explicariam a diferença entre as taxas de retornos dos titulos soberanos da Alemanha e da Italia. Este mesmo risco, também, seria a razão da renacionalização do sistema bancário da zona do euro. Como mencionado no post de ontem, esta parece realmente ser a melhor explicação para as taxas absurdamente baixas dos titulos alemães e o valor elevado dos italianos e espanhois de mesma maturidade.

A declaração de apoio é importante, haja vista a conhecida oposição do bundesbank a proposta de intervenção no mercado secundário e a, aparente, desconfiança em relação ao Draghi, por parte de membros do governo alemão, simplesmente por ele ser italiano. É sempre bom lembrar que se é verdade que o bundesbank é independentente, também é verdade que no longo governo do Helmut Kohl, do mesmo partido que a Merkel, os seus presidentes foram obrigados a aceitar as decisões tomadas pelo primeiro ministro e nem por isto o bundesbank perdeu credilidade. Detalhe importante: derrotados, Karl Otto Boehl e Hans Tietmeyer, presidentes do bundesbank durante o goveno do Kohl, deixaram o cargo usando o velha desculpa de motivos pessais. Em outras palavras, no caso de divergência entre o bundesbank e o primeiro ministro, prevalece a visão deste último.

O mercado gostou da declaração e ainda mais do resultado do leilão de titulos espanhois de 12 e 18 meses: 3.07% e 3.3% contra 3.9% e 4.24% do último leilão. O impacto no mercado secundário foi significativo: o titulo italiano de 10 anos fechou em 5.67& e o espanhol em 6.18%. Enquanto o espanhol de dois anos -foco da futura intervenção do BCE no mercado secundário - fechou em 3.48% e o italiano em 3.0%. Tudo indica que se nada de inesperado acontecer, o movimento deverá manter-se, pelo menos, ate a próxima reunião do BCE em 6 de setembro. Infelizmente, o inesperado, a surpresa, tem aparecido com grande frequencia na zona do euro.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ainda é Agosto, mas na Europa parece ser Setembro...



O mês ainda não terminou, mas na Europa, com o retorno ao trabalho dos políticos, é exatemente esta a impressão que se tem. No fim semana Guindos, Ministro das Finanças da Espanha, defendeu a intervenção do BCE no mercado de divida secundaria pelo tempo que for necessário. Ele obviamente está defendendo o interesse espanhol, mas a sua posição é correta: a intervenção do BCE so obterá resultado positivo se o volume de recursos, assim como o período de intervenção, não forem limitados. É isto, alias, que se espera de todo Banco Central em situação semelhante, não poderia ser diferente no caso da zona do euro.

Esta não foi a única noticia importante neste retorno ao trabalho na zona do euro. Segundo a Der Spiegel, importante e influente semanario alemão, o BCE estuda definir limite máximo para o premio de risco dos títulos soberanos em relação ao titulo alemão. Ao atingir-se o teto o BCE entraria, automaticamente, no mercado secundário. O objetivo seria reduzir os juros cobrados pelas dividas dos países em difuldades - leia-se Espanha e Italia - e, também, reverter/ estabilizar a diferença existente entre os rendimentos dos títulos soberanos dos países da zona do euro. O BCE declarou que a informação é incorreta. Já o Bundesbank, como esperado, reafirmou, mais uma vez sua oposição a este tipo de ação, argumentando tratar-se de financiamento do governo, o que é proibido pelos tratados da zona do euro. Desta vez, me parece, que o templo da ortodoxia monetaria alemã esta errado: evitar a crescente diferença entre os juros dos países da zona do euro é parte do mandato do BCE. O objetivo, desde o inicio, era trabalhar pela sua convergência e pela construção de uma espaço bancario europeu. Todo o avanço obtido em relação a última meta, foi quase todo revertido devido ao temor em relação a futuro da moeda única. Ficar de braços cruzados, não é uma opção.

O mercado reagiu bem as noticias, derrubando, no inicio dos trabalhos, os juros das dividas soberanas italianas e espanhola para os patamares de maio deste ano: italiano de 2 anos chegou a 2.92%( - 14 pontos base), o de 10 anos a 5.72%(- 7 pontos base).O espanhol de 2 anos caiu para 3.3%(- 40 pontos base) e o de 10 anos para 6.17%(- 27 pontos base). A negativa do BCE, assim como ruidos vindos do governo alemão e do Bundesbank, acabaram revertendo os ganhos, mas mesmo assim o resultado ao fim do dia foi muito bom no caso do espanhol, com o título de 2 ano fechou em 3.58%( - 18 pontos base) e o de 10 anos em 6.28%( -16 pontos base. Já no caso do italiano os ganhos praticamente desapareceram: o de 2 anos fechou em 3.04(- 2 pontos base) e o de 10 anos, 5.77%(-1 ponto base). A reação diferente do mercado em relação aos títulos dos dois países é explicada pelo fato que é dado como certo que a Espanha deverá solicitar ajudar junto ao fundo de resgate. Já no caso da Italia a probabilidade disto ocorrer ainda é muito baixa.

domingo, 19 de agosto de 2012

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Esperando setembro chegar...


A semana começou com reversão do movimento descente dos rendimentos dos títulos espanhois e italianos de 2 anos: 4.22% e 3.49%. Felizmente, nesta sexta-feira, eles voltaram a cair, fechando em 3.75% e 3.17%, respectivamente. Esta volatibilidade pode ser explicado pelo baixo volume de negócios no verão e a ansiedade com as decisões que deverão ser tomadas no mês de setembro. O comportamento de alguns politicos, como é o caso recente de um membro do gabinete finlandes, piora ainda mais o já carregado ambiente neste mês de agosto. É obvio que todos os governos da zona do euro já devem ter formulado um plano B - para o caso da improvável implosão do euro. Tornar público esta decisão é, no entanto, uma grande tolice que somente interessa àqueles que continuam apostando no insucesso da experiência de unificação monetária europeia. Merkel, felizmente, não é dada a este tipo de desatinos e reafirmou, mais uma vez, seu apoio ao Draghi. É uma declaração importante, haja vista, as criticas que ele tem recebido de membros da coalizão que governa a Alemanha.

No grande bananão Dilma apresentou pacote de licitações de ferrovias e rodovias sinalizando que a sua visão de desenvolvimento econômico não exclui a participação do setor privado. É, obviamente, uma forma de privatização, mas com objetivos bem diferentes daquela realizada pelo governo da nova direita. Ali tratava-se de vender a prata da casa, para pagar alguns papagaios; no caso do atual governo é parte de um esforço de modernização e ampliação da infra estrutura visando a construção de um país socialmente menos injusto. Este objetivo somente será alcançado com um clima mais favorável ao setor privado: demoniza-lo, como ainda é a regra em alguns aparelhos acadêmicos do marxismo talebã é uma grande tolice, assim como também o é, o comportamento oposto e acrítico. Reconhecer os meritos do setor privados, não implica em deixar de apontar as suas falhas, sem o que será dificil construir uma robusta economia social de mercado.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Compromessi che non servono



Ótimo artigo do Alesina e Giavazzi sobre a economia italiana. O diagnóstico é perfeito, mas muito otimista em relação a politica de austeridade. Vale a leitura.

Aver cominciato a discutere di come ridurre il debito pubblico è un passo avanti importante. Se questo tema divenisse il fulcro della campagna elettorale, finalmente ci staremmo chiedendo chi meglio difenderà gli interessi dei nostri figli. Ma le discussioni su come ridurre il debito sono anche piene di tranelli insidiosi.

Innanzitutto ciò che conta non è il debito in sé, ma il rapporto fra il debito e il reddito nazionale (il Pil). Se l'economia non ricomincia a crescere quel rapporto non scenderà mai abbastanza. Diffidate quindi di chi propone fantasiose ricette finanziarie per ridurre il debito sostenendo che tutto il resto è secondario. E fra costoro diffidate di chi invoca imposte patrimoniali: i contribuenti onesti di imposte ne pagano già troppe. Se non si ricomincia a crescere, una patrimoniale ridurrebbe il rapporto debito-Pil per qualche anno, ma poi saremmo al punto di prima, con le stesse persone a invocare una nuova patrimoniale. Le privatizzazioni attuate nella seconda parte degli anni Novanta ridussero il rapporto debito-Pil di circa dieci punti, ma poi la crescita si fermò e quel beneficio in pochi anni svanì (anche perché all'inizio del decennio scorso la spesa pubblica aumentò di oltre 15 miliardi in euro di oggi). Chi poi parla di consolidare il debito (un eufemismo per ripudiarlo) è un irresponsabile che altro non fa che aumentare il costo del debito stesso e quindi le imposte.

Per ridurre il rapporto debito-Pil deve quindi ripartire il denominatore, cioè la crescita. Ma questo non accadrà finché non si riduce la spesa pubblica, altrimenti la pressione fiscale rimarrà elevatissima. Meno spesa e più crescita. Diversamente da quanto vorrebbero farci credere alcuni economisti che interpretano Keynes in modo schematico, si può crescere pur tagliando le spese. Non bisogna dimenticare che ai tempi di Keynes lo Stato spendeva e tassava meno del 20% del Pil: oggi quasi il 50%.

In nove mesi il governo Monti ha fatto per la crescita più di quanto aveva fatto il precedente in nove anni. Ma ha appena incominciato, c'è ancora molto da fare per creare un mercato del lavoro che superi la segmentazione fra giovani precari e anziani protetti, per smantellare le rendite che ingessano i mercati dei beni e soprattutto dei servizi e per ridurre la spesa così da poter poi ridurre le tasse, soprattutto quelle che gravano su chi lavora.

Diffidate di chi usa le discussioni su come ridurre il debito per dribblare l'esigenza di tagliare la spesa. Non si scappa: per ridurre stabilmente il debito (con una pressione fiscale che non ammazzi la crescita) dovremmo prima ridurre le spese. Di quanto? Consideriamo ad esempio la Germania. Questo Paese, pur spendendo 2 punti di Pil (circa 30 miliardi) meno di noi, ha uno Stato sociale che funziona molto meglio del nostro. Se poi volessimo anche avere la medesima pressione fiscale e il medesimo deficit pubblico della Germania, sarebbe necessario tagliare altri 25 miliardi, quindi un totale di 55 miliardi (per questi confronti, che sono relativi al 2010, si legga Aldo Lanfranconi su noisefromamerika.org ).

Ciò non significa che mentre si fa tutto questo (ma non invece di fare tutto questo) lo Stato non debba cominciare a ridurre il debito vendendo. Ma vendere davvero, non offrire agli investitori quote di improbabili polpettoni (qualche azione dell'Eni, un po' di Enel, qualche caserma, qualche azione di Finmeccanica) il tutto costruito in modo che la politica non perda il controllo di queste aziende. Vendere simili quote a investitori veri sarebbe praticamente impossibile; a meno che non si voglia obbligare banche, assicurazioni e risparmiatori italiani a comprarle, che sarebbe una forma nascosta (ma non poi tanto) di imposta patrimoniale.

Vendere vuol dire, ad esempio, collocare in Borsa tutta Terna (l'azienda che possiede la rete di trasmissione elettrica), tutta Snam Rete Gas, le Poste. L'argomento che sono aziende strategiche è risibile: davvero temiamo che qualcuno smonti i pali dell'alta tensione, i tubi del gas o gli sportelli postali, e li porti in Cina?

Insomma, siamo ad un bivio. I compromessi gradualisti non bastano più. Per farcela da soli ci vuole un po' di coraggio. Ma i partiti tradizionali sono disposti a farlo?

Alberto Alesina e Francesco Giavazzi

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O longo verão...


Seguindo um roteiro que tornou-se a sua marca registrada, Rajoy, da Espanha, aos poucos vai reconhecendo o inevitável: pedir a intervenção do fundo soberano no mercado secundário de titulos da divida espanhola o que implica em solicitar um bail out do soberano. Político orgulhoso, posterga ao máximo o dia do encontro com a verdade e para aumentar ainda mais o suspense e, quem sabe, conseguir maiores concessões da Merkel, agendou encontro para o mesmo dia da reunião do conselho do Bacen: 6 de setembro. O simples reconhecimento que esta é uma opção que ele não descarta, foi o suficiente para reverter movimento levemente ascendente dos rendimentos, no mercado secundário, do titulo espanhol de 10 anos: 6.74%, spread(indicador de risco) 517.96 que, por sua vez, puxou pra baixo os juros do italiano de igual maturidade para 5.79%, indicador de risco para 423.60. Já o titulo de 2 anos espanhol continua próximo dos 4%, enquanto que o italiano esta em 3.4%. Nos últimos dias eles apresentaram movimento levemente ascendentes, perfeitamente consistentes com o pequeno volume de transações típico deste período de verão no velho continente.

Enquanto a Grecia, mais uma vez, esta pedindo agua: extensão de dois do programa de austeridade, com redução na meta de deficit/pib de 2.5% para 1.5%. Era um movimento esperado, o que não implica que será bem vindo pelos primos ricos do norte, que, depois do conhecido show encenado varias vezes no passado recente, devem dizer sim a demanda grega ou algo bem próximo.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Alemanha, palida mãe..



Com contração de 0.2%, a zona do euro encontra-se no novamente na rota da recessão que ate o presente momento havia conseguido evitar com a boa performance econômica da poderosa Alemanha e, em menor, medida da França. O PIB desta última manteve-se, mais uma vez, inalterado, enquanto que o da primeira, 0.3%, foi melhor que o esperado, mas insuficiente para segurar a barca europeia que se aproxima, novamente, perigosamente do precipicio.

O bom resultado da Alemanha, ate o presente momento, tem sido surpreendente, haja vista, ser um pais cujo crescimento é puxado fundamentalmente pelas exportações. A zona do euro absorve 40% das suas exportações e se incluirmos todos os paises da União Europeia o percentual é ainda mais significativo: 60%. Ela é também um dos poucos paises que conseguiu entrar com sucesso no mercado chines, que acolhe 7% das suas exportações. Com a crise da zona do euro sem perspectiva de solução definitiva para o futuro próximo e o desaquecimento chines, é de se esperar uma piora no cenário econômico alemão nos próximos trimestres. Esta mudança no horizonte da economia alemã poderá beneficiar aqueles que tentam convencer a elite política alemã que é do seu interesse encontrar uma solução, o mais rapido possível, para crise da zona do euro. Enquanto ela apresentava números que a qualificava como ilha de prosperidade e calmaria em meio a tormenta, era muito dificil convence-los daquilo que para o resto do mundo é evidente: a Alemanha é quem mais ganhou com unificação monetária.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Piadas sobre economistas e economia

A Segunda Lei da Economia de Bentley: a única coisa mais perigosa que um economista é um economista amador.

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Um economista que faz previsões tinha uma ferradura pendurada na porta de seu escritório. Quando perguntado, disse que era um amuleto para suas previsões darem certo. "Mas você acredita nestas superstições ?", lhe perguntaram. "Claro que não!", respondeu. "Então por quê você usa ?", "Bom... funciona dependendo se você acredita ou não nestas coisas." (Niels Bohr, ganhador do prêmio Nobel)

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Um analista político é alguém sem ética o suficiente para ser um advogado, sem prática o suficiente para ser um teólogo e pedante o suficiente para ser um economista.

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Perguntaram a George Stigler, um dos líderes da Escola de Chicago, quando ganhou seu prêmio Nobel, qual a razão de não haver premiações para outras ciências sociais como sociologia, psicologia, história. Stigler respondeu: "Não se preocupem...eles todos já tem seu prêmio Nobel...em Literatura."

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Três econometricistas foram caçar. Quando encontraram a presa, o primeiro atirou, errando um metro para a esquerda. O Segundo atirou e também errou, um metro para a direita. O terceiro econometricista não atirou, mas mesmo assim gritou: "Pegamos, acertamos !"


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— O que economistas e computadores tem em comum ?
— Você necessita entupi-los com informação.

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Se todos os economistas fossem colocados juntos, seria uma orgia... de matemáticos.

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Um rico e bem sucedido economista do trabalho queria porque queria ter um neto. Tinha duas filhas e dois filhos, todos casados. Durante o Natal, a família toda estava reunida, inclusive todos os genros e as noras e ele disse. — Eu quero muito dar continuidade a nossa família. Para ajudar nas futuras despesas depositei cem mil dólares no banco para o primeiro casal que tiver um neto meu.
Quando olhou para os lados só estava sua esposa na mesa de jantar.

domingo, 12 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

China


Semana que termina com mais indicadores sugerindo que será necessário a adoção de novas medidas pra reverter o processo de desaquecimento da economia chinesa. As exportações em julho,cresceram apenas 1% em relação ao ano passado, e as importações ficaram em 4.7%, quando o esperado era 7.5%. O volume de novos emprestimos se encontra no nível mais baixo dos últimos 10 meses e produção industrial cresceu no ritmo mais lento dos ultimos 3 anos. A expectativa é pelo anuncio de medidas na área monetaria, mais precisamente redução na taxa do compulsorio e mais uma rodada de corte na taxa de juros. Com a piora do cenário economico na zona do euro e o estado anemico da economia americana, a demanda interna passa a ser importante para a manutenção da boa perfomance da economica chinesa. É interessante observar que o Bacen Chines, vem somar-se ao BCE e FED, no papel de salvadores da economia mundial. A política monetária é importante, mas ela não faz milagres.

Enquanto isto a zona do euro continua em compasso de espera com o benchmark espahol negociado por 6,97%, spread de 558.05, variação de +3.63 em relação a ontem. Já o italino fechou em 5.93%, spread de 453.87, variação de 3.25%. O espanhol de 2 anos continua acima dos 4% o que é sempre um sinal preocupante. Este comportamento volátil no mercado de divida soberana dos dois países não é nenhuma surpresa, haja vista, a falta de noticias sobre as medidas prometidas pelo Draghi. A ansiedade é alta e o verão somente a torna ainda mais forte.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Draghi ganha mais um aliado...



Depois do Draghi, é a vez do Presidente do Bacen da França e representante frances, no Conselho do BCE, Christian Noyer, reafirmar a disposiçao de intervir no mercado secundário de divida soberana da Italia e da Espanha: "Our operations will be of sufficient size to have a strong impact on the markets. We should be ready to intervene very soon, prioritising short-term debt markets". Ele argumenta, também, que a intervenção não é substituto para ação governamental que é o mantra repetido por todos, inclusive o Weidmann do Bundesbank que continua firme em sua oposição a compra de titulos soberanos. No caso deste último, como mencionado, em outros post, o temor é que a redução da pressão na rolagem da divida, poderia levar os lideres dos dois países a colocar em banho maria a implementação das reformas fundamentais para a modernização de suas economias. Este risco existe, mas é muito baixo: Monti não é Berlusconi e Rajoy tem todo o interesse em usar as pressões de Bruxelas para reduzir o grau de autonomia de regiões como a Catalunha. O primeiro não tem a legitimidade das urnas, mas tem feito um bom trabalho, sendo obrigado, é verdade, a fazer uma serie de concessões aos diferentes grupos de interesses italianos, que diminuiram, um pouco, o impacto das medidas, mas que em se tratando da Italia foi um grande avanço. Afinal Roma não foi feita num dia.

O rendimento dos titulos de 10 anos continuam estáveis, com o italiano sendo negociado por 5.86% e o espanhol 6.89%. Já ao espanhol de 2 anos, curiosamente, subiu 15 pontos base, fechando em 4.02%. Digo curiosamente porque ele estava em queda desde o pronunciamento do Draghi sobre a intervenção, se solicitada pelo país interessado, no mercado de titulos soberanos de curto prazo. Como esta promessa, assim como seu foco neste ponto da curva de juros, foi reafirmada hoje pelo Noyer, era de se esperar a manutenção do movimento de queda. Minha aposta é que esta reversão foi apenas momentanea, fruta da volatilidade somada ao comportamento tipico do verão europeu.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A lifeline is thrown to the periphery



Ótimo artigo sobre os problemas e dilemas da zona do euro.




One of the main reasons why the measures taken in the eurozone over the last two years have failed to address the crisis is that the decisions were often taken too late. Countries in financial difficulties only sought support when market conditions had deteriorated to a point of no return. Two factors explain their reluctance to request financial assistance from the EU or International Monetary Fund.
The first is political. By asking for external support a government implicitly recognises its incapacity to act autonomously. It has to accept the terms of an adjustment programme designed by a supranational institution and monitored by a group of inspectors (the Troika) that visits regularly. All these constraints impose a domestic political cost on the government.

The second factor is financial. When countries request financial assistance, interest rates on government bonds often rise. The preferred creditor status of the funds provided by supranational institutions discourage private creditors. As a result, the country’s access to financial markets remains impaired for a relatively long time.

These disadvantages explain why countries have applied for assistance only when they had no alternative. This has exacerbated tensions in the financial markets, both before and after countries began an adjustment programme, with huge contagion effects across the eurozone.

The ECB’s recent decisions should help reduce the stigma attached to an adjustment programme. The ECB’s readiness to intervene in the short end of the market to improve the transmission mechanism of monetary policy should reduce uncertainty and avoid the self-fulfilling, destabilising behaviour of financial markets, once a country implements the agreed programme. The ECB’s firepower should be sufficient to significantly reduce the risk of exit from the euro. Giving up preferred creditor status should also help catalyse private sector flows and prevent the country being totally cut off from markets.

There may be uncertainties about these effects, but the ECB could reduce them by not waiting to implement its new policies until more countries request an adjustment programme. It could already apply its policy to countries such as Ireland and Portugal, which have a programme and are “on track”. Indeed, the spreads on these countries’ bonds clearly reflect a systemic risk, including euro exit, and are distorting the transmission of monetary policy.

Acting in such a way would lessen the stigma for other countries to apply for assistance and so alleviate tensions in financial markets.
There are also other ways to lessen the stigma. In the current system, the request for financial assistance is made to the Eurogroup, comprised of the finance ministers of eurozone countries. However, some national parliaments are sometimes allowed to request extra conditions, giving the impression that certain countries – not the European institutions – set the terms of the programme. The Greek or Portuguese programmes being subject to ratification by the German or Finnish parliaments has fuelled resentment at policies being “imposed” by foreigners. This should be avoided, as programmes succeed only when voters accept them.

Further, to reduce the political cost to governments of requesting assistance, adjustment programmes should be underwritten by all major parties, not only those who form the prevailing majority, as was the case in Ireland, Portugal and Greece. This would prevent programmes being reversed directly after elections.

A request for assistance from the eurozone’s rescue funds could be further de-politicised by setting a threshold, in terms of bond spreads (for instance 200 bp, as in the Maastricht convergence criteria), beyond which the procedure would be triggered in a semi-automatic way. This would be analogous to the excessive deficit procedure, which also implies strict conditionality and monitoring and is launched as soon as deficits rise above 3 per cent.

If the survival of the euro requires further political integration, as many suggest, then member states need not only to share more decisions at European level but also to accept more interference by EU institutions in areas previously held to be the preserve of national authorities. Politicians and commentators cannot ask for more Europe, then complain about the loss of sovereignty. The real issue is the democratic legitimacy and accountability of the institution responsible for the relevant decisions – in this case, the Eurogroup. Either the Eurogroup is considered legitimate, or it should be made legitimate, as soon as possible.

Lorenzo Bini Smaghi is a visiting scholar at Harvard’s Weatherhead Center for International Affairs and a former member of the European Central Bank’s executive board

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Monti


Monti continua com sua campanha em defesa da intervenção no mercado secundário, sem a necessaria requisição do país afetado e, obviamente, sem condicionalidades. A razão principal é evitar o enfraquecimento político dele e do Rajoy, acompanhado de crescente sentimento anti-europeu, que poderia gerar grande instabilidade política e tornar inviavel a implementação das reformas necessárias a retomada do crescimento nos dois paises. Esta, no entanto, não é a unica, como ele deixa claro na entrevista publicada nesta terça feria no WSJ, em que reafirma a sua leitura a respeito da causa da diferença entre o custo dos titulos da divida pública entre os países da zona do euro, principalmente Italia e Espanha vis à vis Alemanha:

"Germany says that if the market is forcing you to pay high borrowing rates, it means you haven't done enough to fix your local economy. This view neglects the fact that high spreads in the recent past also reflect market fears of a breakdown of the euro"

e explica porque não é correto a Italia ter que solicitar a intervenção do fundo de resgate:

"What we ask is that European authorities certify Italy's good conduct by translating
that into interventions to keep spreads within reasonable limits."

E alerta, mais uma vez para o risco que corre a Alemanha:

"I have often told Merkel that, if this isn't done, she risks finding herself before an Italian parliament that repudiates Europe, monetary stability and the euro and is not friendly toward Germany,"

Merkel parece concordar, pelo menos em público, com a demanda, haja vista, a declaração de apoio e de confiança expressa pelo seu porta voz ontem. Difícil saber se este apoio será traduzido em medidas concretas, como as prometidas pelo Draghi. Por falar nele, há indicações de sucesso crescente na sua ardua tarefa de convencer os demais membros do "board de governance"do BCE a apoiar a intervenção no mercado de divida secundária.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Entrevista do Monti ao Der Spiegel


Dia calmo, exceto pela reação irada dos parlamentares alemães à entrevista do Monti a revista alemã Der Spiegel. Ele esta correto na avaliação em relação a imagem alemã na europa, como se pode inferir pelas manchetes de jornais gregos e, mais recentemente, pela foto da Merkel em saudação fascista no jornal do Berlusconi. Acerta, também, na analise da relação entre governo e Parlamento, já que varios membros da coalizão alemã insistem em fazerem comentários que em nada ajudam na solução dos problemas da zona do euro. Alias, alguns deles, membros de um partido, nominalmente cristão, parecem desconhecer o que significa ser cristão e poderiam mudar o nome do partido para adequa-lo ao comportamento anti-cristão por eles adotado.

O titulo italiano fechou o dia em 5.97% e o espanhol em 6.71%, enquanto que o espanhol de dois continua em queda, 3.45%,refletindo a aposta do mercado que da como favas contadas o pedido espanhol de intervenção do fundo de resgate no mercado de divida soberana.

A entrevista:


SPIEGEL: Mr. Prime Minister, the euro is once again under pressure and voices speaking of a possible breakup of the common currency zone are growing louder. Have you completely given up on the idea of having a summer vacation?

Monti: I only have six days and I hope they don't disappear. Still, I am rather serene when I look at the summer. There is, of course, still a risk when it comes to Greece ...
SPIEGEL: ... because it appears that bankruptcy is unavoidable ...

Monti: ... but following a long period of preparation, we achieved good results on the whole at the most recent European Union summit at the end of June -- resolutions that should give the markets a better idea of how solid the euro zone really is.

SPIEGEL: But they haven't helped to reduce pressure on Italy and Spain. Last week, European Central Bank head Mario Draghi announced that the ECB is prepared, possibly together with European bailout funds, to buy sovereign bonds from indebted member states, but only at an undefined point in the future. Are you disappointed with the bank's hesitation?

Monti: I can only welcome the ECB's statement that the market for sovereign bonds in the euro zone is undergoing a period of "severe malfunctioning." It is also true that some countries face "exceptionally high" costs in financing their debt. That is exactly what I have been saying for some time. It is self-evident that banks are pulling back behind their national borders, making it even more difficult for those countries that are suffering from market mistrust. These problems must be solved quickly so that there can be no further uncertainty regarding the euro zone's ability to withstand the crisis.

SPIEGEL: Do you not think that the solution presented by the ECB reduces the pressure on the affected countries to clean up their state finances?

Monti: No. If you read the requirements of the European bailout funds, or even just last Thursday's ECB statement, you would have to admit that such concerns are unfounded. That is exactly the kind of distrust that has prevented us from embarking on a clear path toward a solution. We have to quickly surmount that and begin trusting one another once again.

SPIEGEL: Is there a reason to do so?

Monti: I think there is. Italy's current government has ensured a rapid reduction of the budget deficit, has passed structural reforms and has improved growth potential. Despite great sacrifice, Italians have accepted this course.

SPIEGEL: There is significant skepticism in Germany regarding ECB sovereign bond purchases. Can you not understand that those who back the bank are concerned about taking on unlimited guaranties?

Monti: The decisions facing Germany right now are not easy and I understand the difficulties German politicians are facing. To remain functional within a common currency, all countries would have had to implement reforms and arrange their budgets in a way that doesn't place a burden on others. That is why the progress that has already been achieved is so important to guarantee budgetary discipline -- like with the fiscal pact, for example.

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domingo, 5 de agosto de 2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Rajoy...


Rajoy, esta triste figura que preside o governo espanhol, depois de um longo silêncio finalmente reconheceu que a Espanha poderá solicitar a intervenção do fundo de resgate no mercado de divida soberana. Mas - em se tratando dele, há sempre um mas - somente depois de conhecer as medidas não tradicionais mencionadas pelo Draghi. Em outras palavras, ele vai resistir ate a o último momento, pensando, fundamentalmente no futuro político da direita espanhola. Como não haverá mais leilão de divida soberana espanhola no mês Agosto, ele poderá manter seu teatro por mais algumas semanas: com alguma sorte, ate o meados de setembro. A posição dele é complicada, já que o Monti sempre deixou claro que, se necessário, a Italia recorreria ao fundo de resgate. Bravatas, Rajoy deveria saber, pode ate agradar, por algum tempo, os incautos, mas não é solução para os graves problemas da economia espanhola.

Superado o momento de reação emocional à reunião do BCE, o rendimento dos titulos italianos e espanhois de 10 anos , voltaram a gravitar em torno de 6% e a banda 6.5%-7% respectivamente. O primeiro fechou a semana em 6.06% e o segundo em 6.82%. Já o título de 2 anos continua em queda: o italiano foi negociado, no mercado secundário, por 3.09% e o espanhol fechou em 3.96%. Este comportamento é reflexo da declaração do Draghi que a intervenção, se solicitada pelos países interessados, seria focada nos titulos de curto prazo. Sinaliza, também, que o mercado acredita que a Espanha e Italia devem solicitar a intervenção no mercado de divida soberana. A dúvida é apenas quanto a data em que isto deverá ocorrer. Me parece que no caso da Espanha o mercado esta certo, mas tenho dúvidas em relação a Italia.

Enquanto isto no Imperio, para surpresa geral, o número de novos postos de trabalho foi de 163.000 em Julho, enquanto que o desemprego, infelizmente, ficou no nível esperado: 8.3% contra 8.2% do mês passado. É um resultado que não favorece a posição daqueles que defendem uma nova rodada de QE. Ainda acredito que o Bernanke vai esperar mais algum tempo, antes de implementar novas medidas.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ferragosto...


Com mencionado no post de ontem, nenhuma medida concreta foi anunciada na reunião do BCE desta quinta-feira. Apenas foi reafirmado o que todos já sabiam: a intervenção do fundo de resgate no mercado de divida soberana tem que ser solicitada pelo país em dificuldades e, naturalmente, será exigido contrapartidas rigorosas e ele devera aceitar a supervisão do que for acordado. E ate mesmo esta modalidade de socorro tem que esperar ate setembro, já que somente no dia 12 deste mês será conhecido a posição da corte constitucional sobre a criação do fundo permanente de resgate. A declaração mais importante do Draghi, foi a promessa de avaliar o uso de medidas não convencionais para resolver o problema da elevação dos rendimentos da divida soberana italiana e espanhola e que o BCE abriria mão de sua posição de senioridade vis à vis outros credores, que é uma demanda antiga dos investidores privados.

O mercado ficou desapontado, por que insisti em negar a realidade dos fatos: medidas controversas, como sabidamente são as que estão em discussão, exigem um longo processo de negociação que, obviamente, requer um certo tempo. Medidas no estilo ejaculação precoce estão fora de questão e não fazem parte da dinâmica de tomada de decisões no ambito na zona do euro. Ainda espero, dentro de um prazo razoavel, medidas à altura da criatividade do Draghi e cia e somente os tolos imaginam que a ameaça da semana passada é vazia: a elite europeia não vai deixar o projeto do euro ir para o lixo da historia e fará o que for necessário para que isto não ocorra. Devo lembrar mais uma vez que desde o inicio a unificação europeia é um projeto político em busca de um fundamento econômico.

A reação negativa do mercado se fez sentir de imediato na reversão do movimento de queda dos rendimentos dos títulos de 10 anos da divida soberana italiana e espanhola: os juros da primeira atingiu 6.33% e o da segunda 7.07%. Já o rendimentos dos titulos de dois anos apresentaram movimento descendente, que pode se explicado pela observação do Draghi que a intervenção seria focada nos títulos de curto prazo.

No período matutino, antes de ser conhecido o resultado da reunião do BCE, o leilão de divida pública foi um sucesso, apesar dos rendimentos terem se mantido em nível elevado, porém muito abaixo do pico atingido no mercado secundário na semana passada. Os titulos com vencimento em 2022, sairam por 6.65%, superior ao atingido no último leilão, 6.43% e a demanda foi inferior: 2.4 vezes contra 3.2 vezes em 5 de julho. Os titulos com vencimento em 2014, foram negociados por 4.774%, comparado a 5.301% no mês passado. A demanda foi muita boa: 3.0 vezes contra 1.9 vezes do leilão passado. Já o titulo maturando em 2016 ficou em 5.97%, contra 5.54% e a demanda ficou estavel em comparação ao leilão de 5 de julho: 2.7 vezes contra 2.6 vezes. Resultado imporante, que mantem a média dos vencimentos em uma prazo ainda confortável para a Espanha. Este foi último leilão importante do mês de agosto o que implica afirmar que o Rajoy, BCE, e demais lideres da zona do euro poderão usar todo o mês de Agosto para negociar uma solução para o dramalhão espanhol.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Esperando pelo Super Mario...


O FED em reunião desta quarta , como mencionado em vários posts, reafirmou a decisão de manter as taxas de juros baixas ate 2014 e não deu nenhum sinal que deverá adotar uma nova rodada de QE no futuro próximo. Reconheceu que a recuperação econômica esta fraquejando e, corretamente, optou por dar tempo pra verificar se as medidas tomadas vão produzir o resultado desejado. Bernanke e cia, brilhantes economistas que são, já devem ter percebido que o impacto de uma nova rodada de QE não seria o suficiente pra reverter o estado anemico da economia e o custo político seria significativo, haja vista, a oposição dos republicanos a este tipo de medida. Acirramento dos animos é tudo que não se precisa no já venenoso clima político americano, com a contagem regressiva para o fiscal cliff.

Enquanto isto, no velho continente, continua o jogo de pressão à espera da reunião do ECB nesta quinta-feira. O Bundesbank, tornou público, uma declaração do seu presidente, Jens Weidmann, de junho deste ano, contra a concessão de licença bancária para o fundo de resgate. Monti continua em sua tour para convencer os opositores da suas teses e ate o momento parece que somente obteve sucesso com o governo finlandes. Geithner, juntou se o trio composto por Italia, França e Espanha na defesa de medidas para resolver o problema da diferença crescente entre os juros cobrados pela rolagem da divida soberana dos paises da zona do euro. O spread elevado de fato atrapalha a gestão da política monetária e, portanto, o Draghi tem toda razão em argumentar que reduzi-lo faz parte do seu mandato. A preocupação germanica com o risco inflacionário não tem o menor fundamento, sendo compreensivel, no entanto, devido ao trauma da hiperinflação, o que não justifica a sua posição, já que superaram, sem problemas, outros traumas. Tão pouco faz sentido argumentar que a devido ao tamanho da economia alemã, a opinião do Bundesbank tem um peso maior que a dos demais membros da zona do euro. Afinal, se aceitarmos esta linha de argumentação, seriamos obrigados a reconhecer que a dama de ferro tinha razão quando afirmava ser o projeto de unificação monetária o retorno do Sacro Imperio Romano Germanico. Sutileza, nunca foi o forte do governo alemão, mas não precisa exagerar na truculência verbal...

O mercado, ou pelo grande parte dele, espera o anuncio de alguma medida nesta quinta feira para substanciar a declaração do Draghi. Isto está longe de ser uma aposta realista, dada a conhecida dinamica europeia. Neste caso o risco é de reverter a tendencia de queda dos rendimentos dos titulos soberanos. Nesta quarta-feira o italiano foi negociado no mercado sencundário por 5.93% e o espanhol ficou em 6.67%. Já o titulo espanhol de 2 anos, que semana passada estava em torno de 7%, manteve o movimento descendente, fechando em 4.8%. Este é uma trajetoria fundamental, dada a estrategia espanhola de tentar manter o prazo de vencimento da sua divida soberana em torno de 4 anos.