sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Novela espanhola e o desemprego no Imperio



Semana de boatos e promessas em mais um capitulo da longa novela em que se transformou o pedido de socorro espanhol. Nada indica que que ele será solicitado neste fim de semana, já que a Merkel continua interessada em uma solução que não implique em pedir mais dim dim para o parlamento espanhol. Draghi, por seu lado, repetiu o conhecido mantra: o BCE está preparando para cumprir sua parte, mas não está disposto a avançar em seara alheia, ou seja, cabe aos políticos decidir se e quando o pedido será feito. Não parece haver dúvida que a sua preferencia é por um pedido ainda este mês.Esta, também, parece ser a opinião dos burocratas de Bruxelas. Enquanto isto,novos balões de ensaio são lançados: comprar 20% ou 30% dos novos titulos espanhois no mercado primario para garantir que a Espanha não fique fora do mercado de titulos, ou seja garantir aos compradores do seus titulos que há mercado para eles. O tiro poderá sair pela culatra, já que o mercado poderá interpretar este mecanismo como confissão da fragilidade da situação espanhola. Os detalhes da proposta ainda são vagos, mas ela não me parece ser uma boa idéia e tão pouco um substituto ao pedido de socorro.

O mercado acredita que o pedido não somente é inevitável, como está próximo, como podemos inferir pela queda nos yields dos seus titulos de 2 e 10 anos para os níveis de quatro semanas atrás: 3.051% e 5.686% respectivamente. Esta queda tem, por outro lado, um efeito contrário ao esperado pelo mercado: reforça o argumento alemão que a Espanha não precisa ser socorrida e a posição contrária ao pedido do Rajoy.O desenlace será conhecido ainda neste mês de outubro, dado o volume elevado de divida soberana a ser rolado. O bail out soberano poderá ser evitado, mas não vejo como evitar uma forma de socorro parcial, uma linha de credito precaucionário, por ex, que tem menos condicionalides. Esta última, como sabemos é o grande temor do Rajoy, que mantem-se firme na oposição a novas medidas de austeridade econômica. Merkel, por seu lado considera que concessões as Espanha poderão levar a pedido semelhantes de outros países em dificuldades. Em outras palavras, enquanto o custo de rolagem da divida espanhola for suportável, a quebra de braço deverá continuar...

Enquanto isto no Imperio, Obama deve estar se sentindo mais aliviado com o dados do desemprego do mês passado: 7.8% e numero revisados de Julho e Agosto que indicam que a situação do mercado de trabalho já era bem melhor do que se imaginava. No entanto, ainda não é uma brastemp: o numero de trabalhadores com contrato de trabalho temporários involuntários continua subindo e o dos desempregados por um longo período( mais de 27 semanas) não apresentou alteração significativa. São sinais que exigem certa cautela, mas seguramente melhores que o esperado pelo Obama e, principalmente o candidato republicano. Em mais uma demonstração da pouca civilidade no debate econômico no Imperio, Obama está sendo acusado de manipular os dados do desemprego. Comportamento digno da classica banana republic...