sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Austeridade na Alemanha é um tragico equivoco...



A semana fecha sem uma solução definitiva para o caso grego, apesar da aprovação das medidas demandads pela troika. E se isto não fosse o suficiente, há indicações que as negociações sobre o orçamento comunitario não deverá ser nada fácil, repetindo os embates que se tornaram um deja vu ano após ano. Na Espanha, governo e oposição negociam uma solução para as execuções hipotecarias que nos últimos quatro anos, segundo o El Pais, chegaram a 350.000. Uma grande tragedia como atesta dois casos de suicidios nas últimas semanas.

Como mencionado no post de ontem, a toda poderosa Alemanha, já não se mostra mais imune a crise da zona de euro e, no entanto, resolveu adotar a mesma política que ela recomenda, ou melhor exige, dos demais parceiros da zona do euro: corte nos gastos públicos. Alguem, ingenuamente, poderia considerar esta decisão, uma louvável demonstração de coerência: afinal se é bom para os outros, também deverá ser bom pra Alemanha. É, no entanto, uma proposição falsa: o custo de financiamento do tesouro alemão é muito baixo- a remuneração em alguns casos chega a ser negativa, não existindo, portanto, nenhuma razão para antecipar, em 3 anos, a meta de orçamento equilibrado. O corte de gastos não é o que Alemanha precisa no momento e tão pouco ajuda na recuperação da economia da zona do euro. O efeito deverá ser justamente o contrário. Como já argumentamos, em vários posts, adotar a mesma política de austeridade para o bloco como um todo não tem o menor fundamento econômico: no caso dos países do mediterraneo a única justificativa aceitável é não perder a oportunidade para enquadrar economias que, no período de vagas gordas, se mostraramm refratarias às reformas necessarias para torna-las competitivas. Este argumento, obviamente, não se aplica a Alemanha e por isto mesmo ela, assim como os outros países em melhores condições econômicas, deveriam adotar uma política em sentido contrário, ou seja, aumentar os seus gastos, não diminui-los.