quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DEJA VU


Com as eleições alemã encerra-se o longo verão europeu e questões que estavam sendo empurradas com a barriga devem retornar ao centro do debate na zona do euro, com possíveis impactos sob a economia mundial. A situação econômica e política na Grecia continua explosiva e um novo acordo com corte mais substancial da sua divida dificilmente poderá ser evitado. Portugal e Irlanda, ainda que longe de serem uma Grecia, tão pouco podem ser considerados casos de sucesso a serem cantados em versos e prosa. Muito pelo contrário. O risco de contágio, de mais uma atrapalhada negociação dos problemas gregos, é bem alto. Alias, Espanha e Italia, também, continuam na marca do penalti. A resistência destas duas últimas tem sido notável e não vejo motivo para um resultado diferente no presente ano. O mercado, obviamente, vai tentar mais uma quebra de braço e mais segundo semestre com muitas emoções.

No Imperio, a mesma sensação de deja vu: o limite da divida deverá ser atingido em meados de Outubro e mais uma vez entrará em cena a dança macabra dos Republicanos. Ontem, ouvi alguem na CNN afirmar ser uma questão constitucional e por isto o Obama não deveria repetir o mesmo erro do ano passado e ceder a chantagem dos republicanos. Não sei se uma crise institucional é uma saída melhor que a repetição do cenário visto pela última vez no Governo Clinton. Dado que naquela ocasião os republicanos, na eleição seguinte, obtiveram uma ampla maioria na Camara dos Deputados é de se esperar endurecimento e pouco interesse em encontrar uma solução negociada antes da prorrogação.

No grande bananão, Dilma postergou a visita ao Imperio e fez um discurso duro na abertura da Assembleia da ONU. Não deverá produzir resultado concreto, argumentam àqueles que não conseguem entender as sutilezas do jogo da diplomacia; mais uma bravata vocifera a quinta coluna de sempre. Gostei da reação. Demonstração de maturidade e realismo político. Evitou a solução fácil que seria recorrer a conhecida retórica do nacionalismo esquerdista doidivano de setores do próprio governo.

Na política econômica, o velho estilo barata tonta ainda da a tônica, apesar do refresco proporcionado pela manutenção, pelo menos ate a mudança de comando no FED, da atual política de compras de títulos. O Governo não foi o único a ficar surpreso com a decisão do Bacen do Império. O mercado, mais uma vez, confundiu desejo com realidade e levou uma rasteira da qual ainda não conseguiu se recuperar. A probabilidade de mudanças da política do FED era baixa devido ao estrago causado pelo simples anuncio sobre esta possibilidade na taxa de juros de longo prazo. O numero do mercado de trabalho também não eram(são) nada animadoras, se lembrarmos que ele indica uma redução no numero de pessoas procurando emprego.

Por estas e outras é que não acredito em mudanças na política do FED antes da escolha do novo boss. No grande bananão, continuo apostando que a Selic deverá fechar o ano em 9,75%.