quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mais uma para o febeapá heterodoxo...


Guido Mantega, em mais uma grande contribuição a macroeconomia dos tristes trópicos,  optou pela  manutenção da desoneração  da folha.  Leia-se: renuncia fiscal de 21,6 bilhões no corrente ano. Empresários, naturalmente, estão felizes. Trabalhadores, ainda mais felizes, segundo o nosso jenio, com  os empregos criados que serão mantidos e, quiça, até poderá ocorrer aumento na sua oferta.  Motivo pra soltar rojões e sair por ai sambando de felicidade.

Em dia de festa,   alerta um velho amigo, não se discute a conta. Mas não sou chegado a samba. Meu negocio é rock e música caipira de raizes e não resisto a colocar o dedo na ferida: quem pagara a conta?  Pergunta chata. Eu sei. Mas ela deverá ser paga e sabemos como:  com divida pública  remunerada pela taxa de juros que causa tantos pesadelos e noites mal dormidas no campo heterodoxo.  Pelo jeito, não mais.

Ano de eleições. Expressão mágica que tudo explica, mas nem por isto justifica colocar mais lenha na fogueira que deverá arder no pós eleicões, o fatídico 2015.  Políticos não cometem suicídio político e por isto a medida  era esperada, já que a aposta feita na tal nova política econômica - nep em homenagem ao velho ditador russo, Lenin -  tem se mostrado um fracasso retumbante que coloca - diria um delirante oposicionista - em risco a reeleição dela.

Não é nenhum segredo a discordância deste pobre econômista da linha adotada pela atual gestão que tem apresentado um bom trabalho na área de politicas sociais.  Politicas estas que são perfeitamente compativeis com uma política econômica sem os balangandãs e adereços heterodoxos. O foco deveria ser na construção de um país socialmente mais justo. Pra isto não é preciso reinventar a roda.

Continuo no mesmo lugar: o canto de sereia da oposição não me atrai nem um pouco, mas ninguem merece o mambo jambo do simpático membro do Country Club da Rua Itapeva.